terça-feira, 30 de junho de 2015

[Resenha] Que Fase!

Título Original : Que Fase!
Autora : Bárbara Lima
Editora Ases da Literatura
Número de págs : 185










Tenho consciência de que não sou o público alvo da autora. Mas como é bom recordarmos e darmos valor hoje em dia a vida que nossos pais - pelo menos a maioria - nos deram quando novos e que hoje vemos que vida de adulto é que é complicado.
Melissa tem aquela idade onde ter uma espinha ou perder o show da banda favorita é o pior pesadelo do mundo. Antes que a chame de supérflua, vale lembrar que muitos de nós passamos por essa fase de achar que prova naquele mês era a pior coisa que poderia acontecer e no como o mundo é injusto porque você precisa estudar. 
Aos 15 anos ela fica pela primeira vez em recuperação, o que para ela é uma grande decepção , para seus pais pode esconder algo que ela não esperava. Ao contar para o pai e para o irmão mais velho , Heitor,  eles reagem normal. Mas  o susto vem quando sua mãe, Marcela, fica sabendo, é como se uma bomba estourasse na casa e ela se sente ainda pior. O motivo da mãe agir assim não vou contar mas posso dizer que eu no lugar dela quando descubro teria enforcado minha amada filha ( brincadeirinha, mas teria ficado dias chateada também!). 
Enquanto tenta passar na matéria que ficou em recuperação, Melissa se vê as voltas com o primeiro amor ( Luiz) e  com a amiga que dá mais atenção ao namorado do que para ela, até mesmo quando tem algo urgente para resolver ( ou que pelo menos ela ache ser super urgente, tipo : que roupa usar para comer um sanduíche com o cara tudo de bom da escola!). 
Achei bacana a relação dela com o irmão, acho que nessa fase muitos de nós sofremos de inveja ou de ciúmes de nossos irmãos e a relação deles achei sadia, ele não me pareceu em momento algum torcer contra ela.
Curti também a mensagem que a autora passa de que por pior que pareçam nossos problemas é conversando que a gente resolve, até mesmo na escola o bicho de sete cabeças que ela faz por estar em recuperação a torna um pouco mais madura e pronta para novos desafios. Esconder a verdade dos pais também é algo importante no livro e que leva às consequências depois que ela mesma poderia ter evitado falando a verdade.
Com o toque de romance fofo no final e de aprendizado adolescente achei que a Bárbara acertou muito no como aborda os temas e super indico para quem vive essa fase ou para quem tem alguém próximo a vivendo . 

segunda-feira, 29 de junho de 2015

[Resenha ] Vango : Entre o Céu e a Terra @E_Melhoramentos

Título Original : Vango - Entre Ciet Et Terre
Título no Brasil : Vango - entre o céu e a Terra
Autor : Timothée de Fombelle
Editora Melhoramentos
Número de págs : 350





Vango é um jovem que se vê no meio de duas guerras mundiais pronto para ser ordenado padre, na França ( na famosa Notre Dame). Quando isso está muito perto de acontecer ele começa a ser procurado – e o motivo não posso revelar, senão estragaria a graça de ler o livro!- pela polícia local e entre muitas escapadas dignas de filmes de ação Vango consegue escapar, para felicidade dele e nossa que podemos acompanhar as histórias dele.
Inteligente e articulado, o jovem que fala vários idiomas descobrimos que ele tem amigos por toda parte do planeta e que inclusive fala vários idiomas, o que certamente dá mais um ar de “ nossa , que bacana esse protagonista” para quem gosta de livros do gênero.
Por falar um bocado de guerras  - e esse ser um tema que sempre curto muito!- adorei as partes onde além da crise exeistencial dele também vemos o mundo prestes a virar d ecabeça para baixo por causa dos nazistas, de certa forma isso deixa  a história ainda mais emocionante, afinal, em que se pode confiar?
Há uma nuvem de dúvidas sobre o passado de Vango e me perguntei se ele não seria um judeu que seria aniquilado pelos nazistas, sabemos quase nada da vida do protagonista, ele próprio somente se recorda de quando chegou na Itália acompanhado de sua babá, nos sobram dúvidas que nem o próprio Vango parece saber as respostas , outro pnto bacana pois vamos descobrindo algumas coisas com ele.
Se vocês se perguntam  o como ele vai para o mundo todo? Ele dirige um Zepellin, ou um dirigível, e nele há em seu caminho o Brasil, que é citado no livro e faz a gente vibrar sabendo que Vango conhece nosso país.
O mistério contido em todos os capítulos e os flashbacks que vivemos com ele são a espinha dorsal da história que faz com que o leitor se interesse em saber o que mais vai acontecer com ele e como mesmo ele foi parar na França?

O final pode desanimar um pouco já que tem continuação, então fica algo aberto para quem espera respostas, pensando pelo lado bom, há respostas, mas não não nesse volume ;)

Menina que via Filmes : Jessabelle - O Passado Nunca Morre [Crítica]

Título Original : Jessabelle
Título no Brasil : Jessabelle - o passado nunca morre
Dirigido por Kevin Greutert
Com Sarah Snook, Mark Webber, David Andrews mais
Gênero Terror , Suspense

Nacionalidade EUA
Ano : 2014























Como eu queria que alguém tivesse me avisado para não pagar entrada para ver esse filme, porque é tão ruim que eu acho que deveriam devolver a grana na saída e pedirem desculpas. 
Vamos ao que assisti ( e desculpe se há spoilers, mas estou com raiva de ter escolhido esse filme ao invés de outro !) : Jessabelle  ou Jessie ( Sarah Snook) é uma moça que mora com o namorado, está toda feliz grávida dele quando arrumam as coisas no carro para se mudarem. No caminho eles sofrem um grave acidente , o resultado é que ele morre, ela fica sem poder andar e ainda perde o bebê. Sim, desgraça pouca é bobagem!
Para completar a pobre menina não tem mãe que morreu logo após ela nascer, seu pai é um sujeito estranho e carrancudo que vive sozinho, como ela não tem para onde ir acaba indo para casa do pai, onde tenta descobrir um pouco mais sobre sua mãe. Tudo é mal feito nesse roteiro, se a mãe morreu quando ela era criança e ela viveu na mesma casa porque diabos somente agora ela teria tanto interesse por ela? E as fitas em VHS que ela encontra aparecem somente agora com revelações assustadoras sobre  a gravidez ?

Com a desculpa de querer assustar eles criam sustos, são barulhos na porta, uma mulher que parece a Samara de " O Chamado" e que anda pela casa renascida do inferno, etc Seria até engraçado se eu não tivesse pago para assistir isso.
O pai a trata bem mal, quando a vê vendo as fitas dá um ataque e joga a cadeira de rodas da filha no rio! Sim, surreal, certo? Há claro o carinha apaixonado pela confusa Jessie, outro ponto que me desagradou. A tal garota já é amaldiçoada, aí ela se aproxima do cara que não quis a vida toda que nem sequer lembrava que existia, o bobão vai largar a esposa para ficar protegendo a louquinha dos monstros que a atormentam! Que ódio dessa protagonista, torci para  a matarem logo. 
Para completar o circo dos horrores, nesse filme há fantasmas que crescem ! Sim, a pessoa era um bebê quando morreu mas quando volta para assustar é um adulto! Bizarro define. 
Ah, não posso esquecer de citar que o melodrama para justificar o ódio do pai , as aparições da mãe e da fantasma que se arrasta pela casa são risíveis, novela mexicana perde. 
Tudo tão chato, tudo tão ruim que essa crítica serve de alerta para só verem quando sair no Netflix, pelo menos você não paga só por isso. 





[Resenha] AlmaNegra @EdValentina

Título Original : Asunder
Título no Brasil : AlmaNegra 
Volume 2 - Trilogia Incarnate
Autora : Jodi Meadows
Editora Valentina
Número de págs : 331






O primeiro volume eu li em 2013, por isso tive que reler minha resenha para recordar algumas coisas. Nesse segundo volume a autora nos presenteia mais uma vez com uma personagem forte que injustiçada segue mostrando suas forças interiores para todos que duvidam dela, o que torna a história interessante e faz com que o leitor fique doido para voltar à leitura quando para por algum motivo o livro.
Ana – a protagonista – está ao lado de Sam , por quem torço que ela forme um casal desde o primeiro livro, em busca das verdades que precisa descobrir. Seu pai morre e a escuridão do templo acaba caindo a culpa na conta de Ana, o que já é uma constante, desde o primeiro livro por ela ser uma alma virgem todos de Heart acreditam que ela seja amaldiçoada e que o melhor não seria tê-la por perto.
Apoio mesmo ela só encontra em Sam – momento “ que fofo!” – enquanto todos do local querem vê-la pelas costas, inclusive alguns acreditam que a melhor opção seria matar a moça, já que acham que ela é a culpada por tudo de ruim que acontece.  Nesse livro a maldade dos que querem vê-la morta ou bem longe dali é muito maior, mesmo que ela só queira o bem de todos, e entenda por um modo que não posso revelar que ela é na verdade um importante elo entre um mundo novo cheio de almasnovas!
O que me fez gostar ainda mais do livro foi a força de Ana , ela não se faz de coitadinha, ela vai atrás do que quer – se bem que a auto estima dela só anda meio baixa em matéria de Sam, que ela demora para aceitar esse amor, vontade de entrar na história e dizer “ se joga, filha!” – e isso é muito bacana, porque dá gás a personagem e nos encanta .
A luta de Ana para provar que não é o que dizem que ela é, o amor de Sam e o romance que só cresce nesse volume e as surpresas que Jodi nos mostra fazem do livro uma leitura deliciosa, e mais uma vez termino um exemplar querendo a continuação para saber como será o desfecho. Adorei  o livro.

domingo, 28 de junho de 2015

Menina que via Filmes : Muitos Homens Num Só [Crítica]

Título Original : Muitos Homens Num Só
Dirigido por Mini Kerti
Com Vladimir Brichta, Alice Braga, Caio Blat mais
Gênero Drama , Romance

Nacionalidade Brasil
Ano : 2013


























Passado no Rio de Janeiro, no início do século 20, a história de Dr. Antônio ( Vladimir Britcha, excepcional no papel!) , um homem que tinha várias identidades e sua especialidade era assaltar o quarto de hóspedes de hotéis como Hotel dos Estrangeiros e  Hotel Santa Luzia. Charmoso e esperto , ele se aproveitava que naquela época não existiam muitos meios de ser pego e aplicava seus golpes enganando a todos, saindo dos locais com os bolsos abarrotados de jóias e títulos de banco.
O que impressiona no filme não é somente ser extremamente bem retratado com cuidados para o cenário e figurino, mas por ser um filme brasileiro longe das comédias que estão acostumados a nos entubar , com um tema sempre atual, com um fato que realmente ocorreu e com um elenco tão afinado que ao sair da sala muitos compararam o a filmes europeus.
O filme ganha ainda mais interesse quando entra em cena Eva ( Alice Braga) uma mulher infeliz que ama retratar as pessoas em suas pinturas, que tem um marido ( Pedro Brício) que não liga muito para ela, somente para os negócios e que encontra em Antônio ( ou em Dr. Guedes , como ele se apresenta para ela!) um ombro para apoiar sua arte e amá-la na cama.

Há aí um embate nos personagens, hospedados no mesmo hotel, ele tem como missão  roubar um Barão para entregar ao homem que o criou  e o ensinou tudo do mundo do crime. Ela, ingênua, o vê realmente como um médico bom que salva a vida até de uma adolescente que está no hotel e que lhe veio em boa hora para lhe trazer de volta a felicidade.
Outro personagem importante é Félix Pacheco ( Caio Blat) , para quem já ligou o nome ao RG, ele deu o nome ao antigo Instituto onde eram emitidas as carteiras de identidade. Investigador, foi ele o " culpado" por termos nossas digitais como marca registrada para ajudar a desvendar crimes como o que aplicava Antônio.
Cercado de bons momentos, com uma direção acertada em cima de uma história original que foi publicada em livro anos atrás como " O Rato de Hotel", o filme  é um mergulho ao Rio de Janeiro do passado, onde poucos ladrões existiam, e a inocência era tanta que as portas dos quartos não tinham chaves! 
Na história ,  o charme do protagonista e a chance de recomeçar com Eva uma vida nova nos fazem torcer para o lado incorreto. Baseado em uma história real, a vida nem sempre é como esperamos, e esse filme é a prova de que filme nacional é bom sim, e esse serve como exemplo.
Por mais verbas da Ancine para filmes excelentes como esse e menos comédias sem graça. O cinema nacional agradece!

sábado, 27 de junho de 2015

Menina que via Filmes : Minions [Crítica]

Título Original : Minions
Título no Brasil : Minions
Gênero : Animação
Dirigido por : Pierre Coffin  e yle Balda
Dublagem : Adriana Esteves
País : EUA
Ano > 2015
Duração : 1h 31 min
























Depois de uma manhã tenebrosa - sem dúvida a pior do meu ano até o momento - optei por ir ao cinema , não queria drama, aventura, queria rir...por isso e por amar essas criaturinhas amarelas não pensei duas vezes, comprei minha entrada para primeira sessão um dia após a estreia. Já esperava pelo que via na sala, tirando eu e um casal que acho que errou de filme - tenho certeza que pela animação deles à minha frente eles nem sabiam se estava passando uma animação ou "50 tons" - só tinha eu sem criança. Felizes , com pipocas gigantes que as faziam ganhar um copo , os pequenos corriam entre as cadeiras e eu pensei que seria um saco ver um filme assim, sem paz.

Ah, como fui ingênua, ao apagar as luzes, com trailers só para elas e os Minions aparecerem, o silêncio parecia o de uma missa, eles hipnotizam. E todo esse meu primeiro parágrafo foi para dizer aos críticos, que a gente pode até amar os lindinhos amarelinhos, mas eles não foram feitos para nós,  e sim para eles, então não me venham com notas baixas para a animação porque ao público que importa amar o filme, eles bateram palmas no final e saíram dançando.
Mas vamos ao que eu achei - lembrando que sou adulta, mas que gasto meu vale refeição só para ter mais bonequinhos deles no meu quarto! - da primeira animação dos Minions sem seu chefe Gru.
O início do filme é uma graça, eles são exatamente tudo que sabemos : engraçados. Com seu jeito único de falar e poucas palavras que conseguimos compreender, apenas um olhar deles para outro da espécie já nos deixa sorrindo. 
O roteiro optou por nos mostrar o como eles eram antes de Gru, o malvado chefe que dá nome das duas animações que fizeram o mundo inteiro amar esse serezinhos. Desde os tempos da caverna eles existem, sempre com um objetivo : o de servirem a pessoa mais malvada do mundo. Notamos que eles não envelhecem, e que não há mulheres entre eles. As cenas são fofas, eles riem de tudo e sempre inventam um motivo para fazer o outro sorrir. Sejam servindo a alguém no Egito antigo, ou a Napoleão Bonaparte, os Minions viajaram o mundo até ficarem de vez nos Estados Unidos ( sendo que o final informa que eles ficam na Inglaterra, mas ok!) . 
Carentes de um chefe eles vão aos Estados Unidos -na verdade somente 3 deles : Stuart , Kevin e Bob - para a feira de vilões conhecerem Scarlet Overkill, a vilã mais malvada do mundo ( e dublada pela maravilhosa atriz Adriana Esteves) . 

O que não esperavam é que essa vilã fosse tão ruim que quisesse ver os nossos amiguinhos pelas costas. 
Optando pelo politicamente correto, não há mortes, mesmo quando os vilões se dão mal eles são somente " congelados". 
A inocência deles mesmo quando estão do lado do crime é linda. Como? Exemplo maior é que apesar de tentarem roubar algo, o que eles querem de prêmio? Poder? Dinheiro? Não...eles querem algo mais valioso : banana! rs 
Sim, conforme disseram, os primeiros 30 minutos de filme é o mais engraçado, e muito do que há de mais legal se passa no trailer. Mas o filme é ótimo, faz rir, da criança ao senhor de 80 anos ! 
E mesmo que achem que não é o melhor filme deles, vale a entrada. Os Minions conquistam, e eu já aguardo a próxima animação com eles. 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

[Resenha] Café @EdNovaFronteira

Título Original : Café
Autor : Mário de Andrade
Editora Nova Fronteira
Número de págs : 263









Difícil resenhar Café, a linguagem rebuscada e por ser meu primeiro livro de Mário de Andrade me fez lembrar dos livros da escola. Longe de mim achar que seja ruim, mas estava desacostumada. 
Café é um romance que demorou 20 anos para estar completo, e tem prefácio imenso, para explicar o processo de escrita e o porque dele ter sido publicado somente agora, 70 anos após sua morte! Nunca li Macunaíma – mas já o tenho aqui, lerei ainda esse ano!- mas claro que conhecia o poeta e escritor .
Em ritmo lento ele o divide em  partes, na primeira delas o nome do protagonista é Chico Antônio que vindo do Nordeste chega ao Sul para começar uma nova vida, mesmo casado deixa a esposa  e chega ao seu destino final : São Paulo. Tudo que ele espera da vida é conseguir um bom emprego e vencer na maior cidade do país, ali tudo é encantador, as lojas, os letreiros e o volume de pessoas na rua.
Esperei que algo incrível acontecesse, mas quase nada ocorreu. Então passei para o segundo intitulado “ Duas Irmãs” , entendam que em certa parte o segundo se encontra com o primeiro, as protagonistas que dão nome ao título do capítulo são filhas de um cara rico , um fazendeiro que faz os caprichos das filhas se se mudam para São Paulo. 
Acostumadas com o interior de Araraquara elas parecem se perder e se encontrar no local, na casa dos 30 anos uma consegue casar e a outra não. Chico vai reencontrar o pai delas que retorna para o interior.
Com um pouco mais de ritmo essa parte prometeu muito mas não me encantei com o desfecho. Mário fala muito sobre a capital ( SP), sobre o Nordeste e sobre a visão de quem é do interior e sonha com  a cidade grande. Não conheço muito da história de Mário de Andrade, mas ao ler o posfácio me pareceu um tanto quanto biográfico ( será?).
É um livro rápido de ser lido, mas não fácil, quem está acostumado com a linguagem atual de nossa Literatura, vai estranhar no início. 


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Menina que via Filmes : Minha Querida Dama [Crítica]

Título Original : My Old Lady
Título no Brasil; Minha Querida Dama
Dirigido por Israël Horovitz
Com Kevin Kline, Maggie Smith, Kristin Scott Thomas mais
Gênero Comédia , Drama , Romance

Nacionalidade EUA , França
Ano : 2014




















Vendido como uma comédia misturada com drama, só consegui enxergar tristeza em um roteiro que tenta nos fazer rir, mas não o consegue. Primeiro, o péssimo título dado ao filme no Brasil, o correto seria " minha senhora" e não " minha querida dama"! 
Mathias ( o sempre estupendo Kevin Kline) é um divorciado americano que vem de New York para Paris para receber a herança do pai. Na verdade ele deixou um apartamento gigante em seu nome e ele está contando os dias para vende-lo, já que em seu país de origem não tem mais nem um emprego.

Ao chegar no apartamento se depara com Mathilde ( Maggie Smith, que dispensa apresentações!) , uma senhora de 92 anos dormindo em dos cômodos. O presente de grego deixado por seu pai é na verdade um apartamento com uma inquilina que não pode ser despejada de acordo com as leis francesas. Lá existe a venda viager, ou seja, quando o dono de um imóvel compra o de uma pessoa com idade avançada por um preço muito abaixo do mercado, mas se compromete a deixa-lo morando até o antigo dono morrer e ainda deve pagar uma espécie de aluguel para ele. Complicado, certo? Para Mathias também, e ele tenta entender como se próprio pai pode ter doado tudo que tinha para uma instituição de caridade e ter deixado um apartamento com uma senhora dentro para ele ?
Era para ter graça, mas não achei. Para completar, o protagonista é um homem sofrido, depois de  3 casamentos desfeitos, nunca se sentiu amado pelo pai, sua mãe se matou, ele é um ex alcoólatra e agora ainda descobre que na verdade herdou uma dívida.
Ah sim, a filha de Mathilde também mora na casa, Chloé ( Kristin Scott Thomas) faz de tudo pela mãe, de quem  também nunca teve muito amor, mas é uma solteirona que tem um romance com um homem casado.
Cadê a comédia? Pois é, há muitos conflitos internos dos personagens, as revelações quando vem parecem um tapa não somente no espectador mas neles e não consigo entender como foi possível aquele final? 
O filme se sustenta por atuações fantásticas, o tema pesado de traição paira no ar e os três conseguem fazer cenas épicas, onde há um duelo de talentos , atores ótimos que já conhecemos se enfrentando em questões que envolvem o passado e o presente.
Vale a pena assistir, mas não espere dar gargalhadas. 

[Resenha] Samba @EditoraParalela

Título Original : Samba pour la France
Título no Brasil : Samba
Autora : Delphine Coulin
Editora Paralela
Número de págs: 227






Para início de resenha quis muito saber mais a respeito de Máli, ou melhor, da República de Mali. Sabia muito pouco e ao ver que o protagonista saiu de seu país para tentar uma vida melhor na França quis entender os motivos.  Colonizado pela própria França o país é considerado um dos mais pobres do mundo, com média de salário anual de mil e quinhentos dólares por habitante. Anual! Ou seja, na moeda atual seria se cada pessoa recebesse em média mil reais por ano! Por doze meses! Sendo que tem pessoas que recebem abaixo disso, menos de 400 reais  por mês. 
Apesar do país ser o terceiro maior produtor de ouro da África, o dinheiro não é visto em investimentos para população. E o maliano que queria tanto a independência da França  - conseguida em 1960  - hoje tem como maior sonho conseguir um visto de residência para o país de François Hollande ( atual presidente da França). 
Samba conseguiu entrar ilegalmente no país há 10 anos atrás. Sua trajetória nos é contada em idas e vindas, mas o primeiro capítulo mostra o indo a um órgão de imigração do governo francês saber se seu pedido de visto de residência foi aprovado. Com o papel em mãos após enfrentar uma imensa fila ele é atendido , no que o policial lhe informa que seu pedido foi negado e que ele será preso por ter passado do prazo permitido de estadia no país . 
Começa aí seu desespero. Samba vivia nesses 10 anos com um tio que conseguiu depois de muitos anos se regularizar. Ao deixar sua família para trás sonhou em fazer dinheiro, mandar a eles e com o tempo conseguir ser legal no país para poder visitá-los. Na realidade não foi isso que aconteceu. Passados 10 anos ele somente trabalhou em serviços que o governo francês não considera como essenciais ao país para permitir que estrangeiros sem visto de residência possam continuar por lá. Ele sabe disso, mas mesmo trabalhando sem permissão, na clandestinidade, conseguiu pagar impostos e acha que por isso tem todo o direito de ter seu caso revisto. Para os brasileiros fica complicado entender, aqui no Brasil um ilegal não tem Carteira assinada, portanto , os impostos devidos não são recolhidos. Mas alguns países como EUA e França permitem que os impostos sejam pagos ao governo mesmo a pessoa sendo clandestina, ou seja, eles sabem que aquelas pessoas existem , mas se não forem pegos em " blitz" , continuarão por lá sem serem deportados.
Preso , e sem condições de recorrer , ele agora divide a cela com outros estrangeiros ilegais  - inclusive brasileiros travestis - e tenta de todas as formas se libertar.
A história de Samba é como a de muitos brasileiros no exterior, a de muitos haitianos no Brasil , e muitas outras nacionalidades que fugindo de guerras ou na tentativa de ganharem mais para ajudarem suas famílias entram nos países por matas, barcos irregulares, e muitas vezes nem chegam vivos ao destino final.
É assunto para muitos especialistas, já que muitos acham errado os governos permitirem que ilegais se regularizem - como é de praxe em nosso país, sempre fazem anistia e aí quem não tem ficha criminal se regulariza e pode trabalhar aqui pro resto da vida  - e outros acreditam que o correto é deportar, já que é um verdadeiro absurdo estrangeiros tomarem as vagas de emprego de nacionais. 
Também conhecemos duas voluntárias que fazem de tudo para defender o direito dos clandestinos e regulariza-los : Manu e Alice. 
No meio da ajuda, Alice acaba se encantando com Samba e com seu jeito. 
Fugindo sempre da imigração e agora solto, ele vai tentar encontrar trabalho em outros locais, mas sem autorização de serviço ele vai aceitar até mesmo se passar por seu tio anos mais velho.
Há também uma bonita amizade entre ele e Jonas, um carinho com o tio que sempre lhe ajudou e uma forma única de ver um lugar que não é sua terra natal como sendo parte de você, e assim considerar crime separar você dele.
Samba ama a França, de um jeito que quem vive lá legalmente pode nem perceber, as belezas do país, as coisas simples e o como certos territórios são abençoados.
A França tem tido muitos problemas com a tentativa de entrada de imigrantes ilegais, os casos tem sido noticiados até mesmo nos jornais, o livro veio na hora certa, com uma história comovente, mas por vezes triste, extremamente emocionante .
Contar mais dela seria um pecado, cabe ao leitor se deliciar com um novo mundo, com esse protagonista sofrido mas incrível e com suas descobertas. Louca para ver o filme. Que livro, que história! 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Menina que via Filmes : James Brown [Crítica]

Título Original : Get On Up
Título no Brasil : James Brown
Dirigido por Tate Taylor
Com Chadwick Boseman, Nelsan Ellis, Viola Davis mais
Gênero Biografia , Musical , Drama

Nacionalidade EUA
Ano  2014
Duração : 2h 19 min
























Gente, agora que vi que ainda não havia falado desse filme para vocês. Para ser sincera, conhecia muito pouco de James Brown, sabia suas músicas mas nunca li uma biografia do cantor. E depois de assistir ao filme fiquei com um misto de admiração e raiva dele, explico abaixo o porque!
De família muito humilde James  ( interpretado pelo maravilhoso ator Chadwick Boseman) viu seus pais brigando a infância, toda, era lugar comum o pai sumir e voltar bêbado batendo em sua mãe. Para o filho sobravam castigos e pouco amor em uma casa onde faltava tudo. Um dia sua mãe ( a sensacional Viola Davis no papel) resolve dar um basta e deixar o marido, o que impressiona é que o pai não deixa que leve o menino mas o maltrata o tempo inteiro.
Resultado : o pai resolve se alistar e deixa o menino com a tia que é dona de um bordel ( outra excelente atriz no papel: Octavia Spencer), ela até é boa com ele apesar de ter pouco lugar para ele ficar porque precisa usar os quartos para as moças da vida. Mas James começa a aprontar e quando mais velho termina preso.

Dali para frente a vida do menino que se transformou em um dos cantores mais famosos do mundo deu uma reviravolta. Na prisão - por roubar um terno - James conhece o melhor amigo e também cantor que vai ajudá-lo na caminhada para fama, Bobby Bird ( Nelsan Ellis), mas o jeito difícil de James já era notável. Rebelde e muito seguro de si, fica se achando ainda mais quando os empresários dizem que ele é a alma da banda. Com passos que obviamente influenciaram astros como Michael Jackson e uma voz potente , o cantor de dançarino foi ganhando cada vez mais público e ficando rico.
O empresário amigo Ben ( Dan Aykroyd) fica sempre do lado tentando fazê-lo compreender que a fama não é tudo aquilo mas ele é insistente .
Ali vemos o quão arrogante alguém pode se tornar, traía a esposa, casava com outra que batia e não era um pai muito atencioso. Também amava humilhar todos de sua banda.
No palco, ele reinava, e por isso ao morrer em 2006 ele ainda continuava na ativa. Um filme completo, onde vemos um astro se transformar em pobre coitado à ídolo do soul. Sensacional, assistam.

Para lembrar James Brown :

I FEEL GOOD




GET UP OFFA THAT THING


terça-feira, 23 de junho de 2015

Conheça o WorkShop Bastidores do livro da @BabiloniaCult

Quem acompanha o blog - seja por aqui, ou pelas redes sociais - já sabe que terá a 3ª edição do WorkShop da Babilonia Cultura Editorial intitulado Bastidores do Livro. 










E se você perdeu as postagens do blog e não assistiu a Michelle Strzoda que participou de nosso último evento na Travessa falando sobre o curso, vou resumir para vocês o como será bacana esse curso dividido em módulos com muitos especialistas no que mais amamos : o livro. Mais precisamente sobre o que está por trás dele até que ele chegue ao consumidor final : você!
O Curso terá início no dia 06 de julho e tratará de muitos assuntos, como é dividido por módulos e será um intensivão você pode optar por fazê-lo completo ou escolher alguns deles.
Vamos saber mais?

Apresentação : 
A edição de livros é uma atividade de bastidores. Um livro bem editado requer cuidados e características indispensáveis à sua execução. E não são poucas as etapas, atribuições e desafios designados aos envolvidos na gestão e produção editorial e gráfica. À parte as exigências e especificidades do ofício do profissional do livro, o prazer, o conhecimento e a paixão envolvidos no negócio do livro tornam a dinâmica editorial fascinante. BASTIDORES DO LIVRO é um curso intensivo em módulos que abrange todas as etapas da cadeia editorial para publicar livros de qualidade, em diferentes formatos e suportes, e sobre diversos temas. Estes workshops de formação e capacitação apresentam as ferramentas e as informações necessárias sobre gestão, produção e empreendedorismo editorial e gráfico, com análises, diagnósticos e cases de mercado.

Divididos em módulos, o curso é super interessante para quem já é do mercado editorial ou para quem pretende ingressar nele. 
O primeiro módulo terá a presença da querida escritora FML Pepper , fenômeno da Amazon e agora com o livro publicado por nossa parceira : Editora Valentina. 





































E o módulo 5 onde na companhia de minha amiga e também jornalista Frini Goergakopoulos falaremos sobre eventos literários .Dia 28 de julho, marquem na agenda pessoal :)

















e os últimos módulos :












Vejam parte da equipe linda e super bacana que estarão palestrando no curso !


























O curso será no Rio de Janeiro, em Laranjeiras, se você se interessou e quer saber mais detalhes, acesse a página oficial aqui ou entre em contato através do telefone ( 21)  3215-6783 ou ( 21) 3258-3365

Menina que via Filmes : All Apologies to Kurt Cobain [Crítica]

Título Original.: All Apologies to Kurt Cobain
Direção : Jonathan Brewer
Duração : 58 min
Formato visto : Netflix

Ano : 2008
















Essa não é a semana Nirvana no blog, mas poderia ser, depois de assistir ao ótimo Montage The Heck fiquei com muita vontade de ver mais coisas sobre a banda, sobre Kurt...o fato de eu ter amado a a banda e ouvi-la até hoje claro que foi um fator importante mas confesso que a depressão dele me intriga, me identifico e isso faz com que ao vê-lo falar , de certa forma , exista aquela conexão que só quem sente ou já sentiu vontade nenhuma de viver conhece. E não, não é bacana.
Dessa vez o documentário é realizado pela tv britânica BBC, tem suas partes legais e seus depoimentos desnecessários. Gente que realmente fez parte da vida de Cobain - como seu avô e a ex namorada Tracy - mas alguns produtores que nem sequer lidavam muito com ele mas estavam ali para analisar o como ele se tornou famoso, muito do que falaram não serviu de nada e poderia ter sido cortado.

A diferença principal desse - lançado em 2008 - é que não tem nenhum dos ex integrantes falando na atualidade , muito menos a viúva Courtney. Eles só aparecem em vídeos antigos, com ele ainda vivo no palco e algumas entrevistas daquele jeito que ele amava, monossilábico. 
Achei fofo o avô dele abrir o álbum - o Sr. Donald é ainda mais bacana quando diz que queria ter ajudado o neto - e ficar recordando de quando ele era criança, os pais não aparecem. 
A mesma história é contada : de que ele saiu de casa, de que já havia tentando se matar outras vezes e da paixão que tinha por Courtney , em um programa ele afirma antes de tocarem que ela era o melhor sexo que já teve na vida.
Alguns " especialistas" aparecem para explicar o fenômeno Nirvana em tão pouco tempo, eles fizeram sucesso de 1991 a 1994, ano em que Kurt se matou. O fato dele não gostar da fama mas ao mesmo tempo amar vender tantos discos e fazer sua música, mas ele mesmo diz em certa parte que não entendia as pessoas o endeusarem tanto, que o irritava quando vinham atrás dele ( leia-se pedindo fotos e autógrafos). 

O vício em heroína, o dia do suicídio, o enterro, diferente do que vi nos cinemas essa semana, esse vai bem mais a fundo, e é longe de ser melhor , mas acho que se completam de certa forma.
Gostei, e continuo com as músicas deles na cabeça, se bem, que nunca saíram.

[Resenha] 8 Segundos @Suma_BR

Título Original : 8 Segundos
Autora : Camila Moreira
Editora Suma de Letras
Número de págs: 275








Esse é o terceiro livro que leio de Camila e posso dizer que já entendo bem sua escrita, conheço e aprecio. Apesar de ter amado O Amor Não Tem Leis e sua continuação, foi nesse que me encontrei de verdade e até o momento é meu favorito.
Em 8 Segundos tem tudo que amo : cavalos, uma moça metida e um cara mais bronco pronto para domá-la assim como faz com com os animais no rodeio. Não me venham dizendo que fui machista, porque depois do filme Uma Longa Jornada, de ver O rei do Gado na sessão da tarde, tudo que a gente imagina é um cowboy lindo e maravilhoso literalmente laçando a mocinha.
Pietra é uma moça mimada, seu pai lhe dá absolutamente tudo. No entanto seu último mimo pedido é um apê em Paris e seu pai quer domar a moça, para isso ela deve passar um tempo na fazenda dos da família, logo ao chegar ela já demonstra o quão metida é citando  que as malas dela são Louis Vuitton para tomar muito cuidado.
O que mocinha deveria fazer seria somente aguentar 30 dias no local. O que ela obviamente não espera é que seu coração vai bater mais forte com o peão tudo de bom chamado Lucas " Ranger".
O gatão além de usar calças apertadas marcando, bem vocês sabem o que, ainda é veterinário, estudioso o moço! É o que basta para que com seus profundos olhos azuis ele conquiste a indomável moça  mala  , e acreditem, a gente torce pelos dois.
Lucas tem uma irmã fofa ( que na verdade é prima)  , a Mari , que é uma das poucas que consegue aguentar a chatonilda da Pietra.
Adorei  a parte hot, o encantamento de um com o outro, e lembrei de uma música do Skank que dize " eu detesto o jeito dela, mas pensando bem, ela fecha com os meus sonhos como ninguém!"
Como o livro é narrado por suas visões : da Pietra e do Lucas, percebemos o como eles vão sentindo o que vem se passando na história e isso é muito bacana.
Os dois tem química e assim fica fácil torcer pelo final feliz da mimada e do peão gato. 
Lucas faz muito sucesso com todas - inclusive com Raquel , uma moça da região que é louca por ele - e isso deixa Pietra morta de ciúmes.
Quando o bom moço se apaixona pela metida e consegue de certa forma faze-la ver o mundo de outra forma é delicioso.
Clichês? Vários...mas vamos combinar que nós amamos quando os protagonistas nos ganham!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Menina que via Filmes : Montage Of Heck [Crítica]

Título Original : Kurt Cobain - Montage of Heck
Título no Brasil : Cobain -  Montage of Heck 
Dirigido por Brett Morgen
Com Kurt Cobain, Courtney Love, David Grohl mais
Gênero Documentário

Nacionalidade EUA
Ano : 2014






















O Nirvana fez parte de minha vida, não desse novo jeito de " ah, eu amava ouvir de vez em quando". Não , desculpem se vou parecer uma tia velha mas a verdade é que sou do tempo em que para amar uma banda era muito mais difícil. Você tinha a MTV em um canal UHF que ninguém conseguia pegar, na minha casa só pegava em cômodo. Tinham revistas importadas caras que eu juntava a grana do lanche para poder levar , na volta da escola eu entrava em livrarias que nem existem mais como Siciliano e Sodiler e comprava todas que tivessem na capa os grupos que gostava, Nirvana era um deles. Nem sei se ainda existem mas no próprio documentário elas aparecem : Rip, Kerrang, etc
As músicas deles embalavam minhas brigas com os pais, o carinha da escola que não queria absolutamente nada comigo e a rebeldia maior era ter comprado ingresso para o Hollywood Rock sem ter avisado meus pais, com a ajuda daquele pai menos careta da minha amiga que super apoiava a gente se vestir de preto o tempo todo e rasgar as calças que comprávamos intactas.

Imenso primeiro parágrafo para explicar para vocês o como ver algo relacionado a Kurt Cobain é como voltar ao passado. Comprei o ingresso no dia que começou a vender e como uma fã desesperada toda vez que ia no cinema e tinha banner, poster eu sacava o celular  e tirava uma foto.
Documentário começado era hora de mergulhar na história que eu já havia lido em um livro que amo e já resenhado aqui , o Mais Pesado que o Céu  , mas dessa vez era na telona, teriam outras revelações?
O diretor Brett Morgen optou por começar a contar desde a infância do líder do Nirvana, são vídeos dele fofo,muito pequeno comendo biscoito, cantando parabéns...nunca alguém iria imaginar que aquele anjinho se transformaria em um ídolo de uma banda que marcou gerações. O ponto alto do filme para mim foi ouvir as gravações inéditas onde com o áudio dele podemos reviver as cenas com a ajuda de uma animação muito bem feita.

Há depoimentos da mãe e do pai de Kurt que nos mostram um pouco o como a rebeldia dele se formou, ali em frente as câmeras ninguém age como inocente, há culpa para todos, o pai que deixou que a atual esposa o expulsasse de casa - e a própria mulher explica porque o fez - , a mãe que parecia não querer saber muito do filho depois que ele cresceu e que mal sabia com quem ele morava ou andava.
Ouve-se um burburinho na plateia quando uma ex namorada dele aparece, a moça que está bem acima do peso , conta que foi a primeira namorada séria dele, que ela trabalhava e ele ficava em casa escrevendo. Ao aparecer as fotos nota-se que ela era bem diferente o que então atrás de mim alguém fala: " ah, viu, ela não era assim imensa!". Preconceitos a parte, o susto talvez seja porque eu mesma nunca a tinha visto e porque se espera que astros do rock namorem ou se casem com mulheres com corpo de modelo, o que sempre foi muito comum no meio.
Tem muito da vida de Kurt ali, desde sua primeira vez com uma menina que não era muito bem da cabeça, desde quando quis se matar e não conseguiu.
O que se percebe é que cadernos e canetas eram seus companheiros diários, há muitos rabiscos, muitas frases, muitas músicas encontradas nos cadernos que ele tinha. O que descobrimo depois - não saiam da sala antes das luzes se acenderem - na entrevista somente com o diretor de que aquele acervo foi um susto para ele também, Kurt tinha centenas de páginas escritas com seus pensamentos e inícios de músicas famosas.
Ali naquelas quase 3 horas de documentário se foca pouco na banda, os companheiros de Nirvana aparecem em reportagens antigas, somente Krist Novoselic dá o seu depoimento nos dias de hoje, o atual líder do Foo Fighters e ex baterista do Nirvana Dave Grohl não apareceu, achei normal já que ele e Courtney não se falam.

Falta também, apesar de assinar como produtora, a filha de Kurt : Frances Bean. Mas vale lembrar que sobram momentos dela ainda criança com os pais em gravações apresentadas pela primeira vez no documentário . A paixão dos dois, totalmente destrutiva, acontece na tela o tempo todo. Seja através de pessoas dando seu depoimento - até mesmo da própria Courtney com aquele ar de " fora do ar" eterno - ou nas fitas. 
As fitas assustam, ali há o dia a dia dos dois, uma casa bagunçada, jeito de drogados e alcoolizados por todo instante , e cenas bizarras onde por exemplo ela pede a ele que deixe um bigode enquanto ela mostra os peitos pro amigo dele que está os filmando. 
Com o nascimento de Frances nada muda, há várias pessoas que dizem que ela continuou se drogando mesmo estando grávida, a menina nasceu com indícios da droga no organismo , os pais parecem não ligar para nada. Há mais momentos gravados onde brincam com ela chapados, tiram a roupa da criança e se amam de um jeito que só eles se entendem. Para quem está de fora é digno de pena.

Para Courtney Love - líder do Hole - sobram ofensas dos fãs até mesmo quando eles aparecem em uma revista na época chamada Sassy, ela se sente mal, ele odeia quem a deixa triste. Até hoje muitos fãs a odeiam, eu tenho aquele sentimento de " ela não teve culpa", era tão surtada quanto ele, pode ser insuportável aos olhos de muitos mas do jeito deles, se amavam, e quem sou eu para recriminar algo?
A diferença de tudo é que quando um casal se droga e somente um sobrevive para contar a história ele vira o vilão, já que como ele conseguiu se salvar e não salvou o outro? 
Do auge da banda temos os fãs gritando, vemos eles sendo debochados com a mídia, dando poucas entrevistas e isso o próprio diretor cita como uma dificuldade em se fazer algo sobre a banda.
Uma parte dos vídeos mostrados fala dos Guns n´Roses e da eterna briga entre ele e o vocalista da banda Axl, o que fez com eu que na época odiasse Kurt, mas não me impediu de chorar horrores quando fiquei sabendo que ele havia se matado.
Também me fez lembrar de quando ele tomou um monte de remédios e ficou em coma, na época eu não sabia mas hoje Courtney conta que foi porque ela pensou em trai-lo. 
FRANCES BEAN, COURTNEY LOVE e o diretor BRETT MORGEN

A morte é outra coisa que não se é focada, o tiro dado, o pós mundo sem o vocalista , tudo vira aquelas legendas de final de filme para contar ao público que fulano agora está vivo ou não...
Prato cheio para quem amava - e ama - a banda, para quem viveu aquela época então será um revival fantástico. 
O cara era gênio, pena que morreu tão cedo. 


Se você não conhece muito o Nirvana, veja abaixo minhas músicas preferidas da banda :

Smells like Teen Spirit




Come As You Are




Rape Me 




Lithium





[Resenha] Eu Te Darei O Sol @novo_conceito

Título Original : I'll Give You The Sun
Título no Brasil : Eu Te Darei O Sol
Autora : Jandy Nelson
Editora Novo Conceito
Número de págs : 381
Tradução : Paulo Polzonoff Junio






O sol não é algo que me atraia, curto os dias nublados quando ele não aparece. Por esse motivo o nome - como vi que aconteceu com outras pessoas - não me encantou em nada, mas a narrativa de dois irmãos gêmeos que se amam/ odeiam veio no momento certo e como um livro de auto-ajuda me fez refletir bastante.
A autora optou por nos mostrar no início do livro a infância dos irmãos Jude e Noah, desde os tempos de bullying até a adolescência, quando tem 16 anos e é quando descobrimos as dores e as delícias que ser o que somos. 
Entre eles há inveja, ciúmes e disputa. Um acha que a mãe gosta mais de um, o outro acredita que o irmão se destaca por causa da pintura...e o leitor fica ali no meio entendendo que não há um certo ou errado mas que nem sempre a relação entre irmão é algo sadio. Eu mesma sempre achei lindo amigas que tem irmãos amigos, nunca tive isso com meu irmão que nem parece ser filho dos meus pais, e foi algo que sempre me incomodou muito. Entendo o lado deles porque nem sempre ter irmãos é uma relação sadia, muitas das vezes nos perguntamos porque mesmo precisamos ter alguém com tal vínculo em nossas vidas que nem demonstre muito carinho com você ou com seus pais?
Voltando a história, após um acidente os ânimos entre eles pioram , e Noah ainda revela que gosta de meninos. E que está apaixonado pelo mesmo garoto que Jude gosta. Tem como ficar pior? Imaginem : você já não curte muito seu irmão, vive aquela relação turbulenta e ainda tem medo de perder o bofe para para ele? Achei que a autora complicou nosso lado, e agora torcer para quem?
Noah narra muito mais que Jude - e aqui confesso que não sei de qual personagem gostei mais - e é do ponto de vista deles que temos a imagem de que a família normal nem sempre é feliz. Ah, sim, o menino além de guardar seu segredo até onde pode também descobre o de sua mãe o que o deixa com os nervos a flor da pele e sem saber como lidar com tantas questões. 
Acho que a autora acertou em muitos pontos, mas não me encantei pela forma que ela escreve, achei um tanto quanto cansativa. Como se parar o livro e voltar a lê-lo não fosse uma urgência e isso me faz medir o quanto gosto da leitura, diria que é um livro mediano com temas sempre atuais e bem abordados mas que poderiam ter sido contados de uma forma mais animadora, o ritmo é lento e chega a ser cansativo .

Acredito que a autora quis tocar em vários assuntos : conflitos entre irmãos, descoberta da sexualidade, separação dos pais, etc  Com tantos tópicos fica fácil se perder , seria melhor ter abordado somente um. 

domingo, 21 de junho de 2015

Menina que Via Filmes : Lugares Escuros [ Crítica]

Título Original : Dark Places
Título no Brasil : Lugares Escuros
Baseado na obra de Gillian Flynn
Dirigido por Gilles Paquet-Brenner
Com Charlize Theron, Nicholas Hoult, Chloë Grace Moretz mais
Gênero Suspense , Drama
Nacionalidade França
Duração : 1h 53 min
Ano : 2015



















Ter acabado de ler o livro e ver o filme é uma sensação que amo, mas ao mesmo tempo me faz comparar o tempo inteiro com o que lemos e com o que estamos vendo na telona. Acreditem, eu amei o livro que resenhei essa semana para vocês, mas o filme não deixa falhas, por mais que saiba que seria impossível colocar todos os detalhes da história em menos de duas horas de duração do longa.
Mérito de quem adaptou o roteiro prender a verdade até onde pode, mas claro que para os mais atentos ela será revelada muito antes do que o seria se estivessem lendo o livro.
Lugares Escuros é o tipo de filme que não se pode deixar de prestar atenção nem um mísero minuto, porque pode estar ali o entendimento para a verdade quando ela nos é revelada.
Libby  ( Charlize Theron, muito bem no papel) é  a única sobrevivente de uma chacina familiar. Seu irmão Ben matou toda sua família há 30 anos atrás , ela foi a única que conseguiu escapar. O motivo? Ninguém sabe, mas ela mesmo não tendo visto o irmão atirar o acusou , como ele nunca pediu para recorrer isso  a fez entender que ele é o culpado.

Na telona o que lemos ganha rostos, ali Ben é um ator que parece o Keanu Reeves quando novo, mas que ridiculamente vira um homem parecido com o Jason Statham quando cresce. Essas coisas me irritam um pouco em filmes, mas ok. Os atores são ótimos, o Ben jovem desempenha bem o menino rebelde que se vê encantado com o mundo satânico e parece ter tudo para convencer o mundo de que realmente quis matar a família, como se não bastasse ele ainda era acusado de ter abusado de algumas meninas bem menores que eles na época.
Libby vive de doações de pessoas que tem pena dela, anda toda furada e jamais pensou em trabalhar. É por isso que ela aceita através Lyle ( Nicholas Hoult) conhecer o Clube da Matança, pessoas que amam conhecer vítimas de crimes bárbaros , compram souvenirs da época e querem desvendar mistérios, no caso da Libby eles querem soltar o irmão dela que acham ser inocente.
Difícil gostar da personagem Libby, e isso Charlize fez muito bem, ela não gosta que a toquem, ela não pensa nas irmãs mortas e nunca quis falar com o irmão mesmo sabendo que não foi ele quem atirou, ou melhor, sabendo que não o viu atirar.
Quando os flashes mostram o passado temos noção de como eram os pais da família Day : a mãe Patty vivia para tentar salvar a fazenda e amava todos os filhos, o pai era um vagabundo que até drogas vendia e que só sabia arrancar dinheiro da ex esposa.
Mas uma das melhores cenas é quando Diondra ( a sensacional Chloe Grace Moretz) aparece. Má, linda e persuasiva, ela tem Ben nas mãos, e um filho dele na barriga .

Sequências de rituais satânicos feitos pelo casal e um amigo descente de índios são fortes e o cinema fica calado na hora como quem já acha que vendo a cena sabe quem os matou.
Tudo parece, tudo é ou não, mas o interessante é que o suspense funciona e o filme vale muito o ingresso.
Por vezes pode ser que você espere mais ação, mas ele não é um filme de ritmo, e sim de descobertas. Libby descobre sua verdade juntamente com o espectador e isso faz desse um bom filme. 

sábado, 20 de junho de 2015

[Resenha] Uma Curva no Tempo @editoraarqueiro

Título Original : Fractured
Título no Brasil : Uma Curva no Tempo
Autora : Dani Atkins
Editora Arqueiro
Tradução: Raquel Zampil
Número de págs: 235








Complicado dizer o que senti com esse livro. Ele é ótimo, mas de uma tristeza que não me agradou no final. Difícil falar dele sem citar um super spoiler, mas vou tentar.
A protagonista chama-se Rachel , uma moça na casa dos seus 17 anos que ao lado de seus amigos se prepara para deixar sua casa e fazer faculdade, ou seja, todos estão comemorando uma nova etapa, ela , seu namorado Matt, seu melhor amigo Jimmy, sua amiga/ inimiga Cathy e Sarah. Todos estão em um restaurante quando um trágico acidente acontece e Jimmy morre tentando salvá-la.  Triste, não? Ah, vocês ainda não viram - ou melhor leram - nada!
A mãe de Rachel já morreu, seu pai tem câncer e está em tratamento, como se não bastasse tudo isso , 5 anos se passam e ela não faz a faculdade que queria, foi morar em Londres, trabalha como secretária, se separa do namorado e vive triste tentando esquecer o passado, por mais que uma cicatriz em seu rosto ganha no acidente a lembre todos os dias que seu melhor amigo morreu por causa dela.
 Sarah - a amiga do bem - vai se casar, isso faz com que ela tope ir no casamento ( mas não aceite ser madrinha)  e dar de cara com seus traumas. Acreditem, fora o acidente tem outros : Cathy é uma ridícula invejosa que agora namora o ex de Rachel e não perde a oportunidade de menosprezá-la ,  tudo isso porque Matt nunca conseguiu esquecê-la 
A realidade dela anda péssima, para se animar - só que não - ela resolve visitar o túmulo de Jimmy, e lá algo acontece que a deixa hospitalizada ( não vou contar muito!).
A verdade é que a autora nos confunde com o que é real e o que não é, já que ao acordar no hospital ela é noiva de Matt, Jimmy sobreviveu ao acidente, seu pai está bem e nunca teve câncer!
Tudo estaria ótimo se as revelações e o final não fossem daqueles de precisarmos de um quilo de Kleenex!
Por mais que a autora escreva bem, que Rachel seja uma protagonista forte e que cresça na história não encontrei motivos para tanta desgraça. Desculpem, mas acho que ando em uma fase que preciso de livros alegres e esse definitivamente é para chorar o dia todo.