Título Original: Guia Politicamente Incorreto dos Presidentes da República
Autor : Paulo Schmidt
Editora Leya
Formato Lido : e-book
Aparelho : Ipad
Número de págs: 394
Em tempos onde a política anda fazendo parte de qualquer roda que se preze, ler Guia Politicamente Incorreto dos Presidentes da República é uma boa pedida. O autor optou por fazer um apanhado de todos nossos presidentes e contar um pouco os fatos mais importantes que aconteceram em seus mandatos, com algumas curiosidades como apelidos por exemplo.
O 1º capítulo fala sobre a República Velha para logo em seguida falar sobre o 1º presidente que tivemos: Deodoro da Fonseca ( 1889-1891), um militar que tinha o apelido de generalíssimo. Em seguida passeia por todos os outros presidentes antes do atual período como Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, e nos faz mergulhar em um mundo de espanto ao conhecermos mais a fundo muitos dos que só citamos por serem nomes de ruas ou bairros nas cidades que vivemos.
O autor optou por tratar do tema tão atual, os desastres de uma má administração, com fatos que provam que nossos problemas começaram muito antes do que conseguimos nos lembrar.
Assusta saber que muitos dos erros cometidos hoje por nossa atual presidente já foram feitos anteriormente, que o país sempre passou por péssimos lençóis com presidentes que pensaram mais em benefícios próprio do que de seu povo.
Todos os coronéis que estiveram no poder, a Era Vargas tão famosa até hoje e todas as suas leis sancionadas de defesa aos direitos do trabalhador -sim, há controvérsias - e fatos conhecidos que já fizeram parte de seriados recentes como por exemplo o atentado na Rua Tonelero em Copacabana à Carlos Lacerda, de acordo com o autor uma mentira que repetida à exaustão acabou se tornando verdade. O final ,todos sabemos, com o presidente se suicidando com um tiro no peito no hoje museu da República no Catete no Rio de Janeiro.
Temos um capítulo especial para falarmos de JK e da construção de Brasília, até hoje amplamente discutido, se havia necessidade ou não de gastarmos tanto com então nova capital federal. Começou assim a era das empreiteiras, onde sempre super faturando - nossa, que atual não? - Juscelino aprovou as obras da cidade futurista projetada por Oscar Niemeyer. Após aprovado, 9 meses depois cerca de 12 mil pessoas já moravam e trabalhavam no que hoje é Brasília.
Sim, temos Jânio Quadros o conhecido Vassourinha, talvez o mais caricato dos presidentes desse país e também um amante do populismo. O apelido veio porque ele prometera em uma marchinha de sua campanha limpar todas a roubalheira. Seu governo, também como todos sabem terminou em uma renúncia que se tratou de uma manobra política mal feita. Dando espaço para vinda de Jânio Quadros, conhecido como Jango.
Não cabe a mim fazer um resumão de tudo que o livro abrange, mas claro que foi com interesse gigante que li os capítulos de que me recordava, mesmo sendo muito nova à época.
Lembro de quando Tancredo Neves faleceu e meu pai chorava muito. Em seguida claro que recordo de Sarney e seus discursos que eram debochados na escola como " Brasileiros e Brasileiras, o pão, o leite e a carne irão aumentar...". Nós crianças sabíamos exatamente que algo andava mal, os pais se assustavam no mercado com os preços sendo remarcados a todo minuto.
Como não lembrar de 1988 e sua eleição presidencial?Eu era mais uma das empolgadas com as eleições, meu pai fazia campanha para Lula - quem diria, meu era um grande Petista -no meu prédio muitos amavam e votaram em Fernando Collor de Mello, e eu, sabe-se lá porquê adorava Leonel Brizola, eu tinha adesivos dele na janela do quarto. Meus pais nunca votaram nele, mas eu me simpatizava muito, se bem que como criança estava perdoada, certo? As outras opções também provaram com o tempo que não mereciam nenhuma confiança. Nem minha nem dos adultos.
O final...obviamente vocês conhecem, Collor ganhou de Lula, teve o 1º Impeachment no Brasil, e eu só lembro que meus pais não gostavam dele, que ele tinha ficado com o dinheiro da poupança dos meus tios e que tinham muitos escândalos, ah, sim, eu amava uma capa da Capricho que tinha uma cara pintada nela, e claro que torci pela saída dele. Em seguida veio Itamar Franco, lembro bem do Plano real, foi exatamente no ano em que fazia 15 anos e o dólar equivalendo ao real me fez ir à Disney, bons tempos aqueles, pelo menos na minha casa nada faltava, e eu só tinha que me preocupar com a morte do vocalista do Nirvana. Após Itamar, veio Fernando Henrique Cardoso, e foram 8 anos dele, sim, muitos o odiavam, o rei da privatização, não tenho ninguém muito próximo que seja funcionário público e muito menos tinha vida de " coxinha", sempre trabalhamos muito na minha casa, mas claro que os menos favorecidos podem ver isso como elite. O FHC como ficou conhecido, manteve o plano real e seu candidato perdeu dessa vez para uma figura famosa: Luís Inácio " Lula" da Silva, nosso presidente também por 8 anos. No início estava tudo bem, o país crescendo, eu mesma tinha empregos ótimos, parecia que ele era realmente " o cara" como dizia Obama, mas a verdade veio quando não tinha mais como roubar e o país sentiu o que era crise. Claro, depois dele veio a Sra. Dilma Roussef que atualmente é nossa presidente. Eu chamo o que temos de desgoverno, não vejo nada de bom no governo dessa senhora. Há quem defenda e ache que aqueles que estão contra ela então são a favor do PMDB e do PSDB. Eu lhes digo que lendo esse livro senti um misto de orgulho e de vergonha de ser brasileira, nossos governantes para o bem ou para o mal são nossos espelhos. Somos nós quem os colocamos lá, certo? Também não somos o povo mais honesto do mundo...acho que eles se parecem com a gente.
Não sei que fim teremos, parece que esse livro terá que fazer urgente um novo capítulo colando o Michel Temer, eu sou do lado do país, quero que a gente volte a crescer, que as lojas parem de fechar e que os patrões parem de demitir. A pior sensação do mundo é querer trabalhar e não poder, isso eu já vivi, não desejo a ninguém. Desejo presidentes melhores, que aprendam que são nossos funcionários e que trabalham para cuidar do que pagamos com muitos esforço. Meus impostos devem ir para os locais destinados, não para o bolso deles.
Ufa, foi a resenha mais pessoal que fiz, pelo menos ultimamente. Que venham dias melhores.