BAMBI: UMA AVENTURA NA FLORESTAFrança | 2024 | 85 min. | Aventura | Livre
Título Original: Bambi: A Tale Of Life in the Woods
Direção: Michel Fessler, Tristan L'Hermite, Felix Salten
Roteiro: Michel Fessler
Elenco: Mylène Farmer
Distribuição: A2 Filmes
Bambi é uma daquelas histórias que atravessam gerações. Mesmo sem ter vivido a experiência do clássico animado de 1942 em minha infância, eu cresci ouvindo falar sobre a tristeza de sua trama e o impacto que causou em tantas pessoas, tendo assistido somente uma vez depois de adulta. Por isso, assistir a “Bambi: Uma Aventura na Floresta” foi, para mim não deixa de ser curioso reencontrar depois de tanto tempo um personagem tão presente no imaginário popular.
O filme opta por uma proposta ousada: em vez de animais com vozes e expressões humanizadas, acompanhamos imagens reais, narradas do início ao fim. Essa escolha dá ao longa um tom muito próximo ao de um documentário, o que certamente não será do gosto de todos, mas que, pessoalmente, achei mais autêntico e condizente com a ideia de um “conto naturalista”.
A essência de Bambi, no entanto, continua intacta. Acompanhamos o nascimento do cervo, sua relação de ternura com a mãe, a descoberta da floresta e a construção de amizades improváveis que o acompanham nas fases mais duras da vida. Quando o inevitável acontece: a perda da mãe para caçadores. O filme encontra uma forma mais delicada de representar esse momento, sem violência explícita, mas sem deixar de transmitir o impacto da ausência. É aqui que percebemos como essa narrativa, por mais simples que pareça, fala sobre temas universais: a fragilidade da vida, o valor das amizades e a necessidade de seguir em frente, mesmo diante das maiores perdas.
Visualmente, o filme é um espetáculo. As imagens da floresta são belíssimas e a fotografia transmite tanto a vitalidade da natureza quanto a melancolia de seus perigos. O som é outro acerto: entre a trilha suave e os ruídos ambientes, conseguimos nos sentir inseridos no cenário, como se estivéssemos ao lado de Bambi em cada descoberta. A narração de Lhays Macedo acrescenta um tom poético e melancólico, embora em alguns momentos escorregue para frases de efeito que acabam repetitivas.
Ainda assim, é preciso avisar: não espere um live-action nos moldes de O Rei Leão ou Mogli. Bambi: Uma Aventura na Floresta é um híbrido entre cinema narrativo e documentário de natureza, o que pode soar arrastado para alguns. Para mim, foi uma experiência contemplativa, mas por vezes lenta.
No fim das contas, acredito que o filme vale sim a experiência, principalmente para famílias. Para os pais, pode ser uma chance de revisitar uma história que marcou a infância; para os filhos, a oportunidade de conhecer esse clássico sob uma nova roupagem. Não é um filme de grandes reviravoltas, mas é uma obra que celebra a vida, a amizade e a natureza com delicadeza.
Se faltou um pouco da “magia Disney” que muitos esperavam, sobrou autenticidade e poesia e talvez seja justamente isso que torne essa versão tão única.
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