Início

terça-feira, 20 de maio de 2025

Missão Impossível - O Acerto Final

 


Título Original: Mission: Impossible – The Final Reckoning

Título no Brasil: Missão Impossível - O Acerto Final

Ano: 2025 

País: Estados Unidos

Direção: Christopher McQuarrie

Roteiro: Christopher McQuarrie, Erik Jendresen  

Elenco: Tom Cruise, Hayley Atwell, Simon Pegg

Nota: 4/5

Por Amanda Gomes


Confesso desde já: não assisti a todos os filmes da franquia “Missão: Impossível”. Sei o suficiente para reconhecer a relevância da saga, principalmente o peso de Tom Cruise como o rosto (e o corpo que pula de penhascos) por trás de Ethan Hunt. Mas entre altos e baixos, “O Acerto Final” me fez entrar de vez nesse universo – ainda que com certo atraso.

A primeira coisa que chama atenção é o título: originalmente conhecido como “Acerto de Contas – Parte 2”, ele chega aos cinemas com uma nova identidade, mas sem disfarçar que é uma continuação direta do filme de 2023. A história começa apenas dois meses após os acontecimentos do anterior, o que faz com que essa seja a ligação mais imediata entre dois filmes da franquia. Isso tem um lado bom e outro nem tanto: por um lado, a narrativa flui como um segundo ato bem estruturado; por outro, se você (como eu) não viu “Acerto de Contas”, pode sentir que está sendo jogada no meio de um turbilhão de eventos.

Ainda assim, o filme se esforça para equilibrar ação e contexto. Aos poucos, mesmo sem ter todas as peças do quebra-cabeça, consegui entender a urgência da missão: Ethan Hunt está foragido, tentando impedir que uma inteligência artificial chamada Entidade controle o mundo como conhecemos. Sim, o roteiro flerta com ficção científica distópica – e isso traz um frescor inesperado para uma franquia que já se reinventa há quase trinta anos.

“O Acerto Final” é também um filme de despedidas. Sem dar spoilers, há momentos que claramente querem marcar o encerramento de um ciclo. Isso fica ainda mais evidente com os retornos de personagens marcantes e as referências diretas aos filmes anteriores – especialmente ao primeiro (1996) e ao terceiro (2006). Para quem conhece a história toda, essas conexões provavelmente têm mais peso. Para mim, que cheguei agora, elas soam como um convite para explorar o que veio antes.

A direção de Christopher McQuarrie acerta ao dar um tom quase cerimonial ao longa, tratando cada cena com a grandiosidade de uma “última missão”. E mesmo que alguns diálogos sejam um pouco repetitivos, ou que certos momentos pareçam didáticos demais (quase explicando cada passo para o público), ainda assim é tudo embalado com estilo, tensão e uma pitada de humor que funciona.


O elenco, aliás, está em sintonia. Tom Cruise entrega o que se espera dele – e, honestamente, é difícil não se impressionar com o nível de entrega física e emocional que ele traz. Hayley Atwell é um dos destaques, com uma atuação que oscila entre vulnerabilidade e força. Simon Pegg e Ving Rhames continuam sendo aquele apoio fiel que sustenta o caos, enquanto novas figuras como Paris) e Degas acrescentam diversidade e energia ao grupo.

As cenas de ação são, como prometido, um espetáculo à parte. É o tipo de filme que te prende não só pelo que está acontecendo, mas por como está sendo filmado. Do fundo do oceano às paisagens africanas, a direção de arte, os efeitos práticos e a trilha sonora se unem para criar uma experiência cinematográfica que vale o ingresso – e que faz jus ao que se espera de uma franquia que sempre levou o “impossível” como lema.

No fim, “Missão: Impossível – O Acerto Final” me surpreendeu. Não por ser um filme perfeito – ele tem seus excessos, sim –, mas por conseguir emocionar e empolgar mesmo quem não acompanhou todos os capítulos anteriores. Talvez esse não seja o fim definitivo (algo me diz que Ethan Hunt ainda não se aposentou), mas, se for, é uma despedida à altura. E, para quem chegou agora, pode muito bem ser um novo começo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para mim! Me diga o que achou dessa postagem e se quiser que eu visite seu blog, informe o abaixo de sua assinatura ;)