quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Menina que via Filmes: Adeus à noite [Crítica]



Título Original: L'adieu à la nuit
Título no Brasil: Adeus à noite
Países: França/Alemanha
Ano: 2019
Direção: André Téchiné 
Roteiro:  André Téchiné e Léa Mysius
Elenco: Catherine Deneuve, Kacey Mottet Klein, Oulaya Amamra, Jacques Nolot
Duração: 1h 44min
Gênero: Drama
por Paulo Maurício Costa



A respeitável senhora francesa Muriel (Catherine Deneuve), fazendeira e professora de equitação, tem a rotina alterada pela visita de seu neto, Alex (Kacey Mottet Klein), no início da primavera de 2015. Inquieto e incapaz de demonstrar seu amor pela avó, o rapaz namora Lila Saidi, jovem de origem muçulmana, ligada a Muriel desde a infância. Liberal, a fazendeira, quando não vigia o javali que vem devorando sua plantação de cerejas no sul da França, aceita com resignação a conversão de Alex ao Islamismo, mas logo irá notar que o neto e a namorada estão sendo cooptados por um jovem idealista do grupo terrorista Estado Islâmico.

De posse de sua eterna musa Deneuve, o veterano cineasta francês André Téchiné propõe, em “Adeus à noite”, um perfil de europeus hoje sensíveis à influência do radicalismo religioso que, especialmente pela internet, procura recrutar uma parcela da juventude supostamente refratária aos valores da civilização ocidental (não por acaso, a França, local da ação, tem sido um dos principais alvos do terror no continente).
Em contraste com boa parte de sua cinematografia, contudo, Téchiné não escapa da superficialidade no desenho da paisagem emocional de seus personagens. Trata-se de jovens nervosinhos, cujo discurso de rejeição ao ocidente alcança no máximo pensatas como “temos de negar a geração dos shopping centers ou aqueles que gostam de futebol”. Situá-los numa região campestre não acrescenta nenhuma faceta interessante à natureza dos conflitos existenciais da garotada nascida no final do século XX.

Há, inclusive, um ex-terrorista gente boa disposto a arrancar Alex do mau caminho – uma louvável, mas inocente tentativa de mostrar que o radicalismo islâmico é capaz de desvirtuar boas almas. A personagem de Deneuve praticamente não toma as rédeas da ação - apenas reage. Para completar, causa estranheza que Téchiné entregue um filme de técnica um tanto pobre, especialmente no trabalho de fotografia e câmera.

4 comentários:

  1. Puxa, um assunto que causa tanta curiosidade como o islamismo, esse lance do radicalismo em muitas situações e pelo que li acima, não foi muito bem explorado durante o longa.
    Uma pena, pois tinha muito potencial se tivesse bem trabalhado!!!
    beijo

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  2. Ah, que pena que levou uma nota baixa.
    Eu não conheço o diretor e ainda não assisti ao filme. Mas tudo me pareceu um pouco raso demais. Falar sobre o tema do islamismo e dos terroristas dentro dele é muito bom, mas deve ser bem profundo. Acredito que a avó deveria ter lutado mais pelo neto e parece que isso não aconteceu. Vou procurar assistir e tirar minhas próprias conclusões.

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  3. O filme parece tratar o tema bem superficialmente, uma pena, por ser um tema que não se vê muito nos filmes, poderia ser bem interessante, mas infelizmente isso não aconteceu...

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  4. Eita Paulo!
    Pelo visto você é um crítico bem exigente em relação aos filmes, hein?
    Catherine Deneuve sempre foi e será diva, sinto que o diretor não tenha utilizado toda sua experiência cinematográfica para torná-la destaque.
    O tema é intrigante e são justamente os dessa geração sem muita coisa na cabeça que são 'arrebanhados' para o mal...
    cheirinhos
    Rudy

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