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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Menina que via Filmes : O Ano Mais Violento [Crítica]

Título Original : A Most Violent Year
Título no Brasil : O Ano Mais Violento
Dirigido por J. C. Chandor
Com Oscar Isaac, Jessica Chastain, David Oyelowo mais
Gênero Drama , Suspense , Policial

Nacionalidade EUA
Ano : 2015
Duração : 2h 5min
























Não se engane como eu, a primeira vista e ao comprar entradas para esse filme imaginei que fossem contar como foi o último ano de NY violenta, para os que não lembram, o ex prefeito Rudolph Giulliani conseguiu reverter a violência da cidade para tolerência zero no ano de 1991. No entanto, o filme se passa 10 anos antes, em 1981, em uma NY violenta, lotada de crimes a cada esquina e de assaltos por todas as partes. 
Abel Morales ( Oscar Isaac) é um imigrante honesto e se orgulha disso. Venceu o sonho americano ao ganhar uma fortuna transportando combustível por toda  a cidade e ganhando um espaço de um judeu ortodoxo onde poderá distribuir ainda melhor seu produto pois é o local ideal para armazenamento.
Nem tudo são flores, seus concorrentes não estão gostando nada do crescimento dele, seus caminhões tem sido roubados e sua carga vendida para algum inimigo desconhecido. Julian, o motorista latino sonha em ser vendedor depois de atacado dirigindo um dos caminhões mas ouve dele que ainda não está preparado. Se por um lado ele se orgulha de ser honesto , por outro a frieza do negócio toma conta dele quando conversa com Julian ou quando dá aulas a seus vendedores. 

Sua esposa Anna ( a sensacional Jessica Chastain) tem a ganância do negócio no sangue, seu pai era o dono da empresa que  o marido comprou e entre um cigarro e outro ela soma os dólares que entraram com a cumplicidade do advogado e amigo Andrew ( Albert Brooks) .  
Se a cada caminhão roubado Abel se mostra mais esperançoso em descobrir a verdade , o que muitos já teriam desistido, seu vilão não está somente no mercado mas um promotor do estado ( interpretado pelo ator David Oleyowo) quer de todas as formas provar que ele tem sonegado impostos e tem o feito gastar um bom dinheiro com advogados para provar o contrário. É como se um gatinho lutasse contra leões. 
A atuação de Oscar Isaac é um diferencial, o filme é parado, não vá esperando ações, mas buscando um roteiro bem feito e uma direção que faz com que os autores se encontrem, são tomadas escuras muitas vezes mas que basta um olhar para reconhecermos a tensão que vive aqueles personagens.
Os altos números de violência, a ganância de um grupo de empresários e um promotor querendo lucrar são colocados lado a lado em um filme que vale a pena ser visto por todos e lembrar que se NY já foi como o Rio, quem sabe o Rio não vire NY, precisamos de um Giulliani. 

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Menina que via Filmes : Selma - Uma Luta Pela Igualdade [Crítica]

Título Original : Selma
Título no Brasil : Selma
Dirigido por Ava DuVernay
Com David Oyelowo, Tom Wilkinson, Carmen Ejogo mais
Gênero Drama , Histórico , Biografia

Nacionalidade Reino Unido , EUA



Candidato a melhor filme Selma chamou a atenção dos cinéfilos no Brasil principalmente pela escassez de salas passando o filme. O único horário no Rio de Janeiro era  à meia-noite de um cinema há mais de uma hora de onde moro. Vencida a barreira, fomos eu meu noivo assistir a um filme que eu sabia poucas coisas a respeito mas que assim que começou liguei os fatos a pessoa.
Martin Luther King ( interpretado pelo maravilhoso David Oleyowo) era pastor, ganhou o Nobel da Paz por causa de seu ativismo como líder pacifista na década de 60. Lutou por anos para que os afro- descentes tivessem os mesmos direitos que os brancos. 

O filme começa com uma extraordinária Oprah Winfrey - no papel de Ann Lee Cooper - tentando se registrar para votar. Ela sabe de política , está em dia com suas obrigações mas por puro racismo o responsável por aprovar que ela vote, implica até onde pode para negar seu direito. Ao espectador dá raiva.
Enquanto isso vemos o como as pessoas de cor como eram chamadas eram discriminadas em diversos aspectos, Martin tentando o tempo todo pregar que era direito deles votarem, conviverem nos mesmos locais que os brancos. 
Parece surreal nos dias de hoje saber que tudo isso foi verdade. Martin brigou tanto que chegou a Casa Branca seu poder de voz, conheceu, conversou e lutou com o presidente Lyndon Johnson para que a lei dos direitos civis fosse aprovada. O presidente da época que não tinha pulso muito firme e que ficava em cima do muro se via acuado quando Martin lhe pressionava. 
Vemos também a violência sofrida por eles, um neto tenta somente defender seu avô da própria polícia e acaba sendo morto. O motivo? Estavam em uma passeata pelos direitos iguais.

Mas é assim que  o filme vai contagiando quem assiste, nos vemos na pele daquele que sofre, a câmera chega perto e por mais que a diretora tenha optado por muito drama, a verdade não deixa que o que sofreram seja outra coisa senão uma dor violenta.
A marcha em Selma, no Alabama é mostrada, quando haviam somente negros atravessando a ponte famosa foram humilhados, senhores foram surrados sem piedade.  
Com o apelo de Martin eles se viram cercados de brancos que o apoiavam e enfim conseguiram atravessar a ponte, ou não, já que Martin recua mas sabe que a vitória é somente uma pedaço, ainda tem muito chão para ser percorrido.
Com atuações primorosas e um roteiro que envolve Selma é maravilhoso.