quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

[Resenha] Sniper Americano @intrinseca

Título Original : American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S Militar History
Título no Brasil : Sniper Americano - o atirador mais letal da história dos EUA
Autor : Chris Kyle / Scott Ewen/ Jim Defelice
Editora Intrínseca
Número de págs: 343





Não é o primeiro livro que li sobre os SEALS ( termo utilizado para  a principal força de operações da Marinha Americana. SE ( sea-mar) A ( air-ar) L ( land- terra) .Quando Chris Kyle nos apresenta sua história - o livro é em primeira pessoa mas tem muitos trechos da esposa dele nos contando sua visão das coisas, Taya narra praticamente sua visão na mesma época que ele conta determinados fatos - entramos de cabeça na mente de um homem que colocou defender a pátria, nesse caso os Estados Unidos, em primeiro lugar. Todos sabemos como os americanos são patriotas, mas Kyle era ao extremo. No início ele é um adolescente e jovem comum, vive no Texas com sua família, ajuda com cavalos e gados e segue estudando, mas não foi de uma hora para outra que quis se alistar, no entanto, para alegrar a mãe ainda cursou alguns anos da faculdade em Gestão Agrícola. No meio tempo ele cuidava de uma outra fazenda, e sempre se sentiu melhor no meio de animais do que de pessoas. Ele e o irmão sempre foram unidos e estudavam na mesma escola, ambos nunca fugiram de brigas , mas tomavam cuidado para não iniciarem as mesmas, já que seu pai lhe dizia que se defender era aceitável, começar  a briga era errado.
Certa vez caiu do cavalo  e se machucou feio trabalhando na fazenda, acabou colocando pinos no pulso, quebrando costelas... o que quase o afastou de seu objetivo. Decidido a se alistar, tentou ser da Marinha comum, mas um homem lhe viu e achou que ele tinha porte de SEAL, Kyle se animou mas foi eliminado por causa dos pinos, o que logo,logo , conseguiu mostrar a todos que não fazia  menor diferença e enfrentou bravamente o treinamento horrendo que os Seals tem que passar.
Para quem nunca leu nada a respeito, quem se alista e é aprovado tem que passar por um teste chamado de " Semana Infernal", onde os novatos não somente são humilhados como passam pelas piores provações ( exemplo de uma delas é sobreviver em roupa na neve e sonhar com a hora de um deles ter vontade de urinar para que seja esquentado, sim, uns fazem xixi nos outros!).
Alguns trechos mostram o como Chris sempre colocou seu trabalho acima de tudo, na vida dele o que importava era de fato servir ao país, nem muito pra grana ele se importava. 
Um belo dia ele conhece Taya, uma santa mulher, que se casa com ele e aguenta todos os sumiços do marido indo para guerra - o que ele chama de desdobramento - mesmo sabendo que muitas se separam, Taya sempre acreditou no amor dos dois, e seguiu casada com ele por mais difícil que fosse. 
Chris não parava em casa por causa das guerras, ligava quando dava e quase não acompanhou o crescimento de seus dois filhos. Taya teve partos difíceis, aguentou tudo sozinha e foi fiel ao marido e a família que teve com ele.
As cenas narradas de guerra com ele, são descritas em detalhes, sabemos todos os tipos de armas utilizadas, sabemos como ele matou muitos dos 160 iraquianos - e de outras nacionalidades - em combate e como ele sobrevivia nos 4 anos que ficou indo ao Iraque. Serviu por 10 anos, mas foi no Iraque que ganhou o título de melhor atirador americano. Atirando principalmente em " insurgentes" que eram contra os Estados Unidos e a favor do governo de Sadam Hussein. 
Se para o atirador era comum comer com as mãos, atirar em crianças e mulheres, as lágrimas escorriam quando algum amigo combatente era morto, de acordo com sua esposa, única vez que o via chorar de verdade.
Alçado a herói pelos americanos que o apelidaram de " A lenda" , para o povo local ele era " o diabo" , Kyle deu entrevistas se vangloriando de ter matado muito mais do que o número oficial divulgado pelo governo americano, coisa de mais de 250 pessoas ele disse na época. Nem um pouco arrependido e com a ideia de que o fez para salvar seus compatriotas , o então ex Seal teve esse livro na lista dos mais vendidos no seu país por meses.
O VERDADEIRO CHRIS KYLE E A CAPA DO LIVRO NOS EUA
O livro foi originalmente escrito e lançado nos Estados Unidos em 2012, Kyle viria a morrer um ano depois, mas isso não aparece no livro, já que foi após a história ser escrita e lançada. De acordo com os sites de notícia, ele foi ajudar um veterano de guerra com seu trauma e ele o matou sem motivos. No livro a história termina com ele vivo, no filme não sei como farão. 
Livro forte, intenso e impactante. Acho uma leitura necessária para saber como vivem e o que pensam quem se arrisca tanto por seu país. 

10 comentários:

  1. Tive conhecimento sobre o filme recentemente,quando começaram as indicações ao Oscar. Daí, como o filme me interessou, fui caçar o livro ,mas só havia sinopses...e nenhuma opinião própria.
    Hoje me deparo com a resenha desse livro que tanto esperei e vejo que não foi em vão.
    Nunca fui fã das guerras, dos detalhes que esses "eventos" carregam consigo.
    Mas ver uma história tão forte assim, tão real, detalhada no papel , faz ter vontade em ler..demais!
    E olhar o cara ali, cru..e cheio de orgulho das atrocidades, faz a curiosidade ir a mil..porque? Um amor ao país tão grande assim..o abandono da família...o abandono da própria pessoa.
    Preciso ler, urgente!!!!
    Beijo e parabéns pela resenha..Impecável =)

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  2. Quando comecei a ver notícias sobre o filme, não foi logo de cara que descobri que há um livro por trás. Ainda não tinha visto nenhuma resenha sobre esse e confesso que fiquei muito mais interessada do que antes. O tema é forte e com certeza não poupa os detalhes do que ele viveu. Preciso ler. Para ontem.
    Beijos.

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  3. Não sabia da existência do livro até agora, ao ler sua resenha, mas já tinha visto imagens e fotos do filme em alguns sites, por causa do Oscar deste ano. Já li alguns livros sobre guerras, sobre a Primeira e Segunda Guerra Mundial, mais especificamente. Mas guerras recentes assim como a do Iraque eu nunca li livros e nem relatos. "Sniper Americano" me parece ser bem intenso. Fala sobre as coisas horríveis que os soldados americanos são submetidos em seu treinamento (que nem sempre é exposto aos cidadãos tudo que eles sofrem lá dentro deste treinamento do exército). Ele claramente possui um patriotismo exagerado, onde possui orgulho de ter matado e ter feito tantas pessoas sofrerem como ele fez e não chorava em momento algum. Mas em contrapartida, chorava quando um de seus amigos do exercito morriam em combate. Vai entender né.
    Mas eu acho que o mais impressionante da história, não esteve presente no livro e não sei se está no filme. Mas é o fato dele ter sobrevivido anos e anos na Guerra do Iraque, e voltar para a casa ileso. E morrer nos EUA, ajudando um veterano de guerra a se recuperar. Realmente são peças que a vida e o destino prega, e nunca iremos entender. Gostei muito mesmo da história e quero ler e ver o filme para tentar entender o que se passava na cabeça deste soldado que não chorava em momento algum.
    Muito boa resenha, beijo!

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  4. Bela resenha, mas como esse assunto eu sou perito queria completar dizendo que os SEALS são realmente de um nível absurdo em todos os sentidos, todavia muitos deles não conseguem passar no curso de combate e sobrevivência na selva, ministrado pelo CIGS ( CENTRO DE INSTRUÇÃO DE GUERRA NA SELVA) na AMAZÔNIA, e olha que o curso de COMANDOS (exército -BR) e COMANF (Marinha -BR), que vêm a ser nossas forças especiais são infinitamente mais difíceis....pouquíssimos chegam ao fim.

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    1. Olá

      Obrigada pelo comentário :) Me interesso muito pelo tema e realmente não sabia o que contou acima. Interessante, acho que no Brasil por participamos de poucas guerras e de não entrarmos em guerra com nenhum país os militares acabam sendo " menosprezados" . Nunca li nenhum livro sobre o treinamento dos nossos. Outro livro que recomendo a leitura é " Não há dia fácil", fiz resenha >>> http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2013/09/resenha-nao-ha-dia-facil.html

      abs

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  5. Muito interessante esse livro, o tema é bastante impactante.
    Apesar de não gostar muito de livros assim, desde que soube do filme fiquei interessada. Sua resenha é a primeira que vejo sobre o livro, muito boa resenha! espero lê-lo em breve.

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  6. Oi, Raffa!
    Tô muito feliz com a sua resenha... tava louca pra ler e vou comprar agora, com certeza! Eu sou muito curiosa com relação aos treinamentos e formação dos militares americanos. Já vi tantos filmes sobre isso mas nunca li nenhum livro.
    Beeeeeeeeeeeijos

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  7. Sabia que tinha saido o filme mas nem procurei em saber sobre, agora lendo a resenha to vendo como eu fui boba por não procurar mais sobre o assunto. Acho interessante esses relatos sobre a guerra, ainda mais tão detalhados assim. Muito bonito a mulher dele ter ficado com ele mesmo nessa situação dificil. Morte estranha a dele né? Tantos anos lutando pelo país pra morrer desse jeito.
    Com certeza quero ler esse livro.

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  8. Confesso que fiquei mais interessada no filme do que no livro, mas depois da resenha fiquei com vontade de ler o livro e saber mais da história desse SEAL que se orgulha tanto do que fez e pelo amor que ele tem pelo País e praticamente nenhum pela família.
    Ótima resenha como sempre ;) Beijo, Raffa

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  9. Anque teve muitos críticos , este filme eu realmente gostei. Bradley Cooper executa bem e faz Sniper americano tão ruim, afinal . Talvez se eu tivesse menos patriotismo teria sido um bom filme

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