quinta-feira, 11 de junho de 2015

Menina que via Filmes : Brave Miss World [Crítica]

Título Original : Brave Miss World
Dirigido por Cecilia Peck
Com Linor Abargil, Joan Collins, Fran Drescher
Gênero Documentário , Biografia

Nacionalidade EUA , Israel , Itália , África do Sul
Formato visto : Netflix
Duração : 88 min
















Linor Abargil nem sonhava em ser modelo, mas de repente lá estava ela se candidatando  a Miss Israel quando tinha apenas 18 anos. Alta, bonita e com porte a moça logo chamou atenção de todos. Naquele ano ela venceria o concurso e aceitaria ir para Milão tentar a carreira de modelo, foi então que deu um até logo a seus pais que ficaram em Israel e ela foi com tudo pago pela agência tirar fotos ( dentro de semanas ela concorreria também ao Miss Mundo) . Não curtindo sua vida na Itália ela pediu a agência que lhe mandassem de volta ao seu país de origem, e ela nem poderia imaginar que esse simples pedido a faria viver  o pior pesadelo de sua vida. 
A agência a colocou em contato com um israelense ( depois descobriu-se que ele era egípcio) que também falava hebraico - Linor falava inglês mas se sentia mais a vontade no idioma nativo - ele era agente de viagens e ajudava as meninas a comprarem passagens. Ingênua ela aceitou que ele o buscasse em sua casa e a levasse até o trem que daria no aeroporto, o homem na verdade abusou dela sexualmente , tudo premeditado já que dentro de seu carro haviam cordas, sacos plásticos e uma faca. Foi a noite mais longa da vida de Linor. 
O documentário nos leva às memórias mais profundas da ex modelo, nos mostra reportagens da época e da atualidade ( foi filmado entre 2010 e 2012) até o momento em que ela vence o Miss Mundo e ao invés de enterrar a história do estupro - um pedido feito até mesmo por sua família - ela opta por colocar a boca no trombone e usa de sua influência para vê-lo preso.

Deu certo, demorou mas ele foi pego e até o documentário ele ainda estava preso. Linor sofreu muito, terminou com o namorado da época, não conseguia mais gostar que homens lhe encostassem -só permitia o pai e o amigo gay que aparece boa parte da história - casou com um jogador de basquete que não era judeu como ela, se separaram e namora um judeu durante as filmagens ( que vai se tornar seu marido em cenas emocionantes!) . 
Mas o diferencial dela é não querer enterrar os traumas, agarrada em sua religião e com fé de que possa ajudar mulheres do mundo todo que passaram pelo que ela passou, Linor cria um site, viaja o mundo, conversa com outras mulheres, vai até a África do Sul onde  - pasmem - há mais chances das mulheres serem estupradas do que educadas, muitas mulheres virgens são estupradas para homens contaminados com o HIV sejam curados ( sim, momento " Hello Ignorância!" ) .

É triste, é tenso...difícil não derrubar nenhuma lágrima durante o documentário, complicado não se colocar nos lugar das vítimas... feito com emoção e com o intuito de alertar para essas atrocidades. Recentemente em nosso país quatro jovens foram estupradas por horas e uma delas morreu no Piauí. Triste e vergonhoso. Por leis mais severas para esses monstros.
 E fica aqui minhas admiração pela coragem de Linor em contar sua história. 

3 comentários:

  1. Ontem, você deixou a crítica sobre um documentário sobre prostituição e acabei procurando ele na internet. Acabei achando e pretendo ver hoje, se tudo der certo. Agora, mais um que me chamou a atenção.
    Acabei vendo um filme faz tempo pacas, sobre a mutilação acho que na África(não me recordo bem), que emocionou demais quando a modelo gritou ao mundo o que acontecia lá..e com isso, acabou ajudando muitas garotas que sofreram e sofriam a mesma crueldade. Flor Do Deserto!! É este o nome do filme emocionante!!!!
    Não é comparação,mas este que você criticou, também é um grito de alerta e vai pra lista dos que preciso ver urgentemente!
    Quando a gente acha que tudo isso está longe de nós, acontecem casos como o do Piauí..que revelam a triste verdade que não sabemos nada sobre o ser humano!
    Beijo

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  2. Aonde você encontrou esse documentário? Muito interessante, embora triste né.

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  3. São histórias como essa que devem nos incentivar a lutar. Ainda bem que ela teve coragem de ir à luta e conseguiu colocar o seu agressor na cadeira, mas infelizmente não é esse destino que todos possuem. E o pior de tudo é saber que dezenas de mulheres passam por isso a cada dia. É triste, lamentável e revoltante. Irei ver o documentário.

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