terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Menina que via Filmes: Neruda [Crítica]

Título Original: Neruda
Título no Brasil: Neruda
Data de lançamento 15 de dezembro de 2016 (1h 48min)
Direção: Pablo Larraín
Elenco: Luis Gnecco, Gael García Bernal, Mercedes Morán mais
Gêneros Drama, Biografia, Policial

Nacionalidades Chile, Argentina, França, Espanha








Vamos por partes. Quando noivei em 2014 em Santiago no Chile, meu agora marido fez a linda surpresa de escolher La Chascona, a casa onde Pablo Neruda morou para me pedir em casamento. Sempre amei os versos do poeta, presentes não somente em livros mas também em camisetas, quadros e ecobags da vida. Foi então que percebi que muito pouco sabia do Pablo pessoa. toda vez que eu comentava com algum chileno que tinha noivado na casa dele - ele tinha 3, visitamos 2, só não fomos na Isla Niegra - eles me falavam que o Neruda como marido era péssimo, que o romantismo dele estava somente em seus livros. Mais à frente descobri com o guia de nossa excursão que ele nunca quis saber da única filha que teve, por ela ter nascido deficiente, Neruda não aceitava a, dizia que um homem como ele tão inteligente não poderia ter tido uma filha daquele jeito.
Aquilo claro fez com que o encantamento que tinha pela pessoa Neruda fosse por água abaixo e é o que esse filme confirma.
Quis ver o filme porque óbvio amo filmes assim, baseados em fatos reais, por mais que a época relatada no filme- cerca de um ano na vida do senador e ganhador do prêmio Nobel de literatura - ainda tenha versões não confirmadas, como essa do filme.
Pablo Neruda ( Luis Gnecco) está sendo investigado e procurado por ser comunista, no Chile militarista isso era um crime gravíssimo, Neruda a princípio parece despreocupado, ciente de sua importância e de como as pessoas o achavam genial ele continua dando festas cheias de orgias em suas mansões com a presença da esposa e frequentando os bordéis da época. Até que temos o investigador Oscar ( Gael Garcia Bernal, ótimo no papel) encarregado de prender o poeta, entusiasmado com a chance de mostrar seu valor à todos, já que tem na pele o trauma de ser filho de uma prostituta com um chefe de polícia que nunca o reconheceu como filho, ele aposta todas suas fichas nessa caçada, mas não espere por cenas eletrizantes. Pelo contrário, enquanto está fugindo Neruda não tem nada de emocionante, são cenas paradas que chegam a dar sono, para quem pouco sabe de Neruda o filme também não funciona, e vê-lo só de cueca traindo a esposa também não faz com que ganhe muitos fãs.
O diretor optou por um filme diferente que não me ganhou, por mais que muitas das cenas sejam imaginadas e a realidade tenha sido diferente, o modo como é contado é exaustivo.

Sobram cenas de dúvidas e o final é cansativo. Difícil se interessar por algo que não sabemos muito, o que sei da biografia de Neruda aprendi no Chile, por essa razão não era tão leiga no que ele foi, para onde ele se exilou....mas para quem procura aprender algo não vale à pena, é para aqueles que já sabem tudo, do contrário o filme nem com as boas atuações funciona. 

4 comentários:

  1. Eu também sou do time que só conhece Neruda pelas citações em muitos blogs, internet e camisetas. Mas comparando ele com Carpinejar(que amo de paixão) é bem real isso de se manter o romantismo somente no papel e na vida real ser um malandro dos bons. Quando fiquei sabendo isso de Carpinejar, meu mundo desabou..Mas ainda consigo olhar as letras dele com todo o amor do mundo e com Neruda é a mesma coisa.
    Não sei se verei o filme...isso de ser parado demais não me agrada e pra ser sincera, parece que não acrescenta nada ao pouco que a maioria de nós já sabe né?
    Beijo

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  2. Eu não sei nada sobre Neruda e nem sei se quero saber, pois a única coisa que homens assim me causam é nojo e náusea.
    Amei sua crítica, eu com certeza não vou assistir.
    Beijos.

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  3. Raffa!
    Nossa! Agora quem ficou tremendamente decepcionada fui eu, não sabia que Neruda com toda sua inteligência intelectual, não tinha nenhuma inteligência emocional... Estou de boca aberta...
    Mas falando do filme, uma pena que não tenham mostrado toda realidade sobre ele e ainda tenham tentado mascarar um pouco...
    Nem me abalarei para ir assistir.
    “Não pedi coisas demais para não confundir Deus que à meia-noite de ano novo está tão ocupado.” (Clarice Lispector)
    FELIZ 2017!
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  4. Que pena que o filme não se sustenta sozinho, eu que não conheço nada ficaria boiando assistindo o filme.

    Beijos :)

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