quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Menina que via Filmes: A Última Lição [Crítica]

Título Original: La dernière leçon
Título no Brasil: A última lição
Data de lançamento 22 de dezembro de 2016 (1h 45min)
Direção: Pascale Pouzadoux
Elenco: Sandrine Bonnaire, Marthe Villalonga, Antoine Duléry mais
Gêneros Drama, Família
Nacionalidade França
#17 assistido

#18 criticado

Madeleine ( Marthe Villalonga) acaba de completar 92 anos, no seu almoço de aniversário ao lado de seus 2 filhos Diane ( Sandrine Bonnaire) e Pierre ( Antoine Duléry) e ainda rodeada de seu genro, nora, e netos ela faz uma revelação. Após ganhar uma linda tv com controle remoto o discurso é aguardado pela família. Mas vira um tremendo choque quando Madeleine diz que já escolheu até que dia pretende viver. Exatamente 2 meses contando de seu aniversário. Ou seja, ela avisa à família que se suicidará.

Chocante? Muito! Os filhos não sabem como reagir, as crianças se olham sem dizer nada. Mas ela que sempre foi ativa não acha que é um absurdo o que irá fazer porque sempre disse a todos que não queria dar trabalho a ninguém, sendo assim, prefere se matar enquanto não é um vegetal.
Impossível não lembrar de nossos avós, ou se você já é mais velho de seus pais. Certamente você já preseniciou alguém que ao envelhecer foi perdendo o controle do que fazia, e é exatamente dessa forma que começa o filme. Madeleine vai riscando em um caderno o que não consegue mais fazer por causa de sua idade. E acreditem, são muitas coisas. 
 A princípio a filha acha errado, fica tentada a fazer sua mãe mudar de ideia, o filho não consegue nem se dirigir à mãe sem gritar de raiva com ela por causa dessa ideia. E o filme fala muito do que somos. Aceitamos a morte quando acreditamos que era o momento da pessoa, quando ela morre sem querer, seja em uma cirurgia, seja de velhice ou porque sofreu um acidente. Mas porque ouvimos desde pequenos que só quem tem direito de tirar nossa vida é Jesus, achamos que isso é pecado e que ela está errada. 
O filme me emocionou muito, tinha hora que achava um absurdo ela querer se matar. E horas que após muitas cenas mostrando a dificuldade que ela sentia até mesmo para se vestir ou quando fazia xixi na cama, eu a entendia e via o como envelhecer não é lindo como pintam nas propagandas. A vida não é Cocoon, as dificuldades de andar, as dores diárias...por essa razão entendi quando a filha dela passa a apoiá-la na decisão de tirar a própria vida.
Misturando drama com um pouco de humor sobre ser velho e achar que está fazendo hora extra na Terra, o longa é uma lição de fato, para que percebamos o como os idosos precisam de atenção especial, mas também precisam de afeto familiar.
Uma diálogo entre a filha e uma colega de trabalho que internou a mãe em um asilo e mal a vê diz tudo. Se matar é terrível, mas se livrar do problema que é o idoso que passa a precisar de cuidados ninguém quer, e com a vida agitada acabam nem visitando. Então de fato quem está errado? Quem apoia o familiar querer morrer ou quem nem lembra mais que o familiar existe mas acha que fez um bem o colocando em um asilo?
Fica a questão para quem assiste o filme. Preparem o lenço, é emoção pura e verdadeira. 
 

8 comentários:

  1. Já me emocionei só de ler a crítica.
    Minha avó está sendo cuidada por minha mãe há dois meses, e tenho acompanhado quase diariamente a tristeza dela, o quanto ela sofre com isso. Minha avó já tem 84 anos e nos momentos de lucidez, ela deixa bem claro que não queria estar "dando trabalho" pra ninguém.
    É sofrido demais...
    Preciso muito ver este filme e sou a favor sim, de se dar fim à vida, quando acha que não está suportando. Pode me crucificar à vontade e sim, é contra as Leis de Deus!
    Mas só quem vive, sabe até onde aguenta!!
    Beijo

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  2. Fiquei refletindo muito essa resenha, que filme intenso, e imagino que vai mexer com todos nos emocionalmente, principalmente para quem e apegado aos avós, enfim não gosto nem de imaginar estar passando por essa situação. Quero muito assistir esse filme, que com certeza deve nos passar uma lição e tanta.

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  3. Essa crítica me deixou muito intrigada e pensativa, realmente ela fez uma escolha que ela acha certo e que não quer sofrer e nesse ponto, ninguém se coloca no lugar dela. A emoção vai ser muito grande.
    Amei a crítica Raffa.
    Beijos.

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  4. Raffa, eu adoro as suas dicas de filmes. E mais uma vez você nos surpreendeu com uma trama muito emocionante. Tratar de suicídio e velhice em um filme deve ser emocionante, principalmente para aqueles que possuem avós com suas dificuldades.
    Bjs!

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  5. Eita Raffa!
    Deve mesmo ser um daqueles filmes que emocionam e nos fazem questionar.
    Somos muito apegados a matéria e não queremos perder nenhum ente querido, mas me colocando no lugar da protagonista, sei bem o que ela passa porque apesar de não ter a idade dela, tenho muitas limitações e ficar dependente de alguém para muitas pequenas coisas é realmente doloroso. Ainda assim, nunca pensei na ideia de suicídio...
    “O que sabemos, saber que o sabemos. Aquilo que não sabemos, saber que não o sabemos: eis o verdadeiro saber.” (Confúcio)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de JANEIRO dos nacionais, livros + BRINDES e 3 ganhadores, participem!

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  6. Sou muito apegada a minha avó e sei que assistir á este filme não será nada fácil. Minha avó possui muitas dificuldades que surgiram com a idade e imagino o quanto deve ser difícil ser dependente de seus filhos, mas eu a amo e confesso que jamais me confortaria se ela decidisse ir pelo mesmo caminho que a protagonista do filme escolheu.
    Se assistirei? Com toda certeza. Filmes assim são os meus preferidos <3
    Bjs, Raffa!

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  7. Me interessei pelo filme, vou ver.
    E acho que ficaria do lado da senhora, eu também não quero depender dos outros, ainda mais com a minha família que não tá nem aí pra quem precisa e só quer saber de farra.

    Beijos ^_^

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  8. Vejo q esse filme deve ser d horário do início ao fim, mas não quero assistir não. Minha está ficando idosa e sei q seria impossível não associar a ela. Por uma questão d religião (sou espírita) não consigo entender e mto menos apoiar alguém q tire a própria vida.

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