sábado, 7 de abril de 2018

[Resenha] Todo Dia A Mesma Noite @intrinseca




























Título Original: Todo dia a mesma noite  - a história não contada da boate Kiss
Autora: Daniela Arbex
Editora Intrínseca
Número de págs: 245
#40


27 de janeiro de 2013, um dia, ou melhor, uma noite que marcaria para sempre  a vida de mais de 200 famílias  e que tiraria a vida de 242 pessoas. Famosa por suas universidades, Santa Maria ficou conhecida no Brasil inteiro como o local com o 2º maior incêndio da história do país. A boate Kiss com seu alvará irregular, pegou fogo no dia de seu maior público, boa parte das pessoas não conseguiu escapar, muitos morreram no banheiro achando que ali se salvariam, mas sabemos lendo o livro que os gases soltos no incêndio tem o efeito parecido com os mesmos usados nos campos de concentração nazistas.
Muitos jovens saíam com vida e eram entubados, depois morriam. Pessoas que passavam pelo local e foram ajudar, também vieram a óbito. 
Nessas páginas  a jornalista Daniela Arbex, autora de livros premiados como Holocausto Brasileiro, dá voz aos pais dessas vítimas, ao momento em que souberam que seus filhos estavam na boate e que o fogo destruíra o local. A cada história iniciamos a mesma com esperança mas ela termina como sabemos, com tristes mortes e com a família desesperada à procura de seus parentes e tendo como resposta que eles não estão mais vivos.
























O que impressiona é que poderia ter sido evitado, os donos do local não só subornaram quem deveria vistoriar a irregularidade como também vedaram as saídas de ar para que não fizessem barulho.
Quem entrou naquele lugar jamais imaginaria que ao invés de encontrar diversão não voltaria para casa. Eram tantos mortos que não tinham mais caixões disponíveis na cidade. Os hospitais ficaram lotados de pacientes.
Na incansável luta por notícia nos emocionamos com mães e pais e seu desespero ao verem que nunca mais veriam seus filhos. Aos que sobreviveram, a dor de ter perdido quem amavam, e de terem boa parte de seu corpo queimados. Os relatos são fortes, incômodos e nos cortam o coração. É difícil ler até o final sem derramar uma lágrima, sem se colocar no lugar dos familiares.

Noticiado amplamente por veículos de comunicação de todo o mundo, o incêndio levou algo que não há como devolver à essas famílias. Muitos fazem tratamentos para superar o trauma, alguns morreram depois do ocorrido com doenças ocasionadas pela perda de seus entes queridos.
Soa ainda mais absurdo saber que pessoas tiraram fotos dos corpos no ginásio onde eram levados, para reconhecimento das famílias. 
A ex presidente Dilma Roussef, esteve no local mas não quis entrar no ginásio, consolou famílias, mas até hoje os culpados não pagaram por seus crimes.

















Não leiam se tiverem perdido alguém muito recentemente ou se são sensíveis, os detalhes chocam, ficam na cabeça e terminei a leitura devastada. Um livro dolorido, mas extremamente necessário.


Se você prefere assistir vídeos, clique abaixo para ver o vídeo que fiz sobre essa leitura:







4 comentários:

  1. Acabei vendo e sentindo o vídeo ontem e se o livro já estava na lista de desejados, agora mais do que nunca, preciso ler a obra.
    Imagino que não deva ser fácil, pois recentemente vi o documentário com base no livro da autora, e já foi dolorido demais.
    Agora pensa em reviver tudo isso que foi tão recente? A dor insuportável, as vidas de crianças sendo dizimadas pela ganância humana e pela falta de respeito à vida?
    Espero poder ler este livro em breve e fazer parte do time de pessoas que lutam arduamente para que tragédias anunciadas assim, nunca mais voltem a acontecer.
    Beijo

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  2. Raffa!
    Fiquei louca rpa ler esse livro, msm com seu aviso aí no final...
    Acho que nunca vou superar as perdas que tive ...
    Não sabia desse livro e agora que conheci um pouquinho dle qro tentar ler um dia...
    Bjs!

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  3. Lembro de quando aconteceu essa tragédia e quão triste foi, muito importante estar registrado para que essa história nas se repita, que outras pessoas se conscientizem e trabalhem dentro da lei.

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  4. Eu lembro quando aconteceu, chorei bastante na época, fiquei muito comovida com a tragédia, mesmo não tendo perdido ninguém dessa maneira. Acho que não conseguiria ler este livro sem ficar muito triste.

    Beijos.

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