sábado, 9 de junho de 2018

[Resenha] Mary Poppins @editoraZahar

Título Original: Mary Poppins
Título no Brasil: Mary Poppins - Edição Comemorativa Ilustrada
Autora: P.L Travers
Editora Zahar
Número de págs: 192
por Bianca Silveira













Acho que aqui todos já ouviram falar do filme Mary Poppins da Disney, mas e o livro em que foi inspirado, vocês já leram? É sobre ele que vou falar agora e é bem diferente daquele filme alegrinho, cantante e com animações que a Disney vendeu anos atrás. Segundo Pamela Lyndon Travers, quem? P. L. Travers a autora do livro, sim é uma mulher, na época do lançamento mulheres não eram aceitas como autoras e seu nome foi abreviado para P. L. Travers. Bem, na verdade esse também não era seu nome verdadeiro, seu nome de nascimento era Helen Lyndon Goff. Bem, segundo Pamela, Mary Poppins não é um livro infantil apesar de falar sobre uma babá, como mostra na história do filme, tanto é que Travers e Disney demoraram quase 20 anos para entrarem em um acordo sobre a adaptação da obra para as telonas já que a autora não concordava com os rumos que o criador do Mickey queria dar para a babá. Na verdade, esse acordo nunca aconteceu, existem várias lendas sobre o que realmente aconteceu na época, porém segundo o que consta na breve biografia do livro, a Disney deturpou totalmente o que Travers imaginava para Poppins e ela foi vista aos prantos na pré-estréia do filme que ela não foi sequer convidada.

A Editora Zahar lançou recentemente uma edição em capa dura e conta com uma pequena biografia da autora para compreendermos melhor quem foi esta mulher fascinante e também compreendermos mais ainda sua criação, já que o livro carrega um pouco de sua sofrida infância. Além disso tem também comentários e notas para facilitar a compreensão de alguns detalhes ou de lugares. O livro possui as ilustrações originais de Mary Shepard que também foi alvo de muitas divergências, pois Pamela não abria mão de jeito nenhum do que ela imaginava para seus personagens. Na verdade, seus personagens eram inspirados em pessoas de sua vida. Sr. Banks era inspirado um pouco em seu pai e Sra. Banks em sua mãe. Pamela teve uma infância sofrida, perdeu seu pai, que era alcoólatra, ainda criança e sua mãe tentou suicídio diversas vezes. Ela começou a criar contos para distrair seus irmãos ainda criança. Apesar de conter referências de sua infância e de seus familiares, Pamela disse em diversas entrevistas que o livro não é sobre sua infância.
A história do livro já conhecemos, é uma babá que é trazida pelo vento, ela chega literalmente voando na casa da família Banks para cuidar de 4 crianças. Ela apresenta um mundo de mistério, fantasias e aventuras. A Mary Poppins do livro é mais vaidosa, petulante e até grosseira com as crianças, mas sua forma de educar conquistou as crianças. É difícil ler o livro e não comparar com o filme da Disney, entretanto o ideal é esquecer que ele existe para poder tentar compreender melhor o que a autora pretendia com ele. Ela realmente não pretendia que fosse um livro fofinho e educativo para crianças, Mary Poppins não é nada disso e se você ler o livro lembrando do filme vai se decepcionar. Não podemos esquecer também que o livro foi lançado em 1934 e se passa em 1910 e a criação era ainda mais rigorosa do que era quando o filme foi lançado nos Estados Unidos em 1964 que ainda por cima não tinha a cultura de ter uma babá para criar seus filhos e precisou sofrer adaptações para o público aceitar esse tipo de personagem (de uma estranha para substituir o papel da mãe).
Voltando a falar do livro, eu gostei sim do livro, e mesmo depois de ter lido a biografia da autora não achei a Mary Poppins do livro tão rabugenta assim. Percebi que ela tinha um jeitinho especial de educar, podia não ser muito didático, mas a cada aventura as crianças saiam com uma lição de vida aprendida. O livro é infantil? Sim e não. O livro é para adultos? Sim e não também. Ele tem uma linguagem bem fácil de compreender, senão não teria feito tanto sucesso com as crianças da época. E para os adultos sua linguagem não é infantilizada o que o torna uma leitura também agradável. Como a diz a própria P.L. Travers “não dá para saber onde a infância termina e a maturidade começa. É tudo sem final e tudo a mesma coisa”


7 comentários:

  1. Oi, Raffa.

    Esse aspecto da Mary, chama atenção, por saber não só como conquistar as crianças sobre seus cuidados, mas por conquistar o leitor.

    Ainda não li o livro, e nem assisti sua adaptação. Não sabia sobre essa oposição da autora em relação ao filme.

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  2. Que edição linda deste livro! Ainda não tinha lido nada sobre Mary, só visto o longa há muito tempo e só conhecido a versão apresentada no cinema, da mocinha doce, cativante e engraçada que cantava pra caracas!rs
    Mas achei muito interessante trazer esta proposta com uma "babá" de fato, sendo uma babá. Talvez não com tanta doçura, mas mesmo assim, educando!
    Se tiver oportunidade, quero poder conferir.
    Beijo

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  3. Eu sabia que tinha livro, mas não sabia que era tão diferente assim do filme, fiquei com vontade de ler ^_^

    Beijos :)

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  4. Raffa,
    Não consigo imaginar Mary Poppins sem aquele jeito todo amoroso dela, mas acho interessante conhecer esse outro lado, rs. Eu gosto bastante do filme, mas acredito que o livro também seja mto bom .. Fiquei curiosa por ele.
    Bj

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  5. Sabe que ainda não assisti ao filme? Pois é, praticamente não sei nada da história. Mas vou confessar que tua introdução enriqueceu muito tudo isso, mostrou um lado diferente, polêmica que eu não conhecia. Uma escritora ter de se esconder por ser mulher, é horrível. Agora estou mais curiosa em ler e saber mais sobre a diferença entre o filme eco livro.

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  6. Fiquei curiosa para saber como é a história do livro, quais as diferenças para o filme!! A Zahar arrasa nas capas, né? :)

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  7. Bianca!
    Não conhecia o livro, embora já tenha assistido o filme.
    Bom ver que a Mary Shepard quem fez as ilustrações, mesmo em meio a tanta polêmica e ficou bom.
    “Nunca sei se quero descansar porque estou realmente cansada, ou se quero descansar para desistir. “ (Clarice Lispector)
    cheirinhos
    Rudy
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    BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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