quinta-feira, 12 de julho de 2018

[Resenha] Tudo o que nunca contei @intrinseca

Título Original: Everything I never Told You
Título no Brasil: Tudo o que nunca contei
Autora: Celeste Ng
Tradução: Julia Sobral Campos
#86
por Raffa Fustagno



Lydia Lee é uma jovem cujo seus pais colocam todas as esperanças de que ela seja o que eles não conseguiram ser. A história já começa com eles a esperando para tomar café sem saber que a moça já está morta. Não trata-se de um spoiler, já que essa informação está na sinopse. Lydia que podia aparentar estar de bem com a vida para seus pais entrou em um lago próximo à sua casa que ela tinha pavor, porque não sabia nadar. Por essa razão quando encontram seu corpo seus pais não acreditam que ela tenha tirado  a própria vida e sim que ela tenha sido assassinada, mas será que foi isso mesmo?

Pela primeira vez que me lembre, um livro que tenha lido aborda algo que não esperei, uma drama familiar envolvendo o preconceito com orientais, a família de Lydia é da China ( por parte de pai), certamente  a autora se inspirou em algo que envolva a sua família ou conhecidos, já que ela também é descendente de chineses. No Brasil temos mais da metade da população de afro-descendentes mas tirando São Paulo, onde há uma grande imigração japonesa, o Rio de Janeiro onde moro mesmo há poucos orientais. Conto nos dedos de uma mão os que estudei ou fui/sou amiga durante minha vida.
Não imaginava o quanto eles também sofrem com preconceito por causa dos traços orientais. 
A história vai  e volta no passado para entendermos como os pais foram criados, James e Marylin são os pais de Lydia, eles passaram por poucas e boas e quando tiveram seus filhos agiram parecido esperando mais do que eles poderiam dar. Em miúdos, é como se um pai sonhasse com o filho sendo um famoso pianista, mas ele mesmo nunca tentou aprender o instrumento seja pelo motivo que fosse, então ele obriga  a criança a estudar horas sem se importar se é algo que ele realmente queira, criando expectativas em cima do sucesso do filho, coisa que ele não teve mas acha que seu filho tem a obrigação de ter. Recentemente li algo parecido com essa relação no livro No Ritmo do Amor de Brittainy C Cherry, resenhado aqui, onde  a mãe da protagonista não a deixava comer para não engordar e a obrigava a ensaiar por horas para ser uma cantora de sucesso. É triste como os pais não percebem o quão tóxicos são para seus filhos.
A preferência por Lydia é bem clara, ela sempre foi  a filha favorita, como ela se mataria? É bizarro achar que é normal dar mais atenção para um filho do que para o outro, o casal teve não somente ela, mas também Hannah que é a mais nova, e que eles nem se importam muito com ela e também teve Nathan que é o mais velho e que a mãe culpa até hoje por ter estragado muitos planos dela, me senti no meio da leitura tendo muita raiva dos pais.
É um livro sobre apoio familiar e como as ações dela influenciam na sua vida. Estou passando por um momento delicado na carreira e pude perceber com a leitura que ter sempre o apoio dos meus pais é fundamental, não vou nem citar meu marido porque esse é um alicerce que me impulsiona e me apoia sempre.
Mas a compreensão, o apoio e a confiança são fundamentais na nossa vida. Terminei esse livro amando a escrita da autora e o modo como ela abordou temas tão delicados.
Se indico? Muito. 

3 comentários:

  1. Sabe, eu tive( tenho) uma filha só. Por ter sido criada em uma família com mais três irmãos, sempre achei que havia a preferência. A irmã e um irmão mais novo. Se foi verdade? Sim..rs
    Mas hoje penso que uma mãe ama todos igualmente sim, mas sempre haverá um maior identificação com um ou outro. Não é o amor que seja maior ou menor, apenas a identificação.
    O preconceito atinge tantos de nós que fica difícil dizer que "grupo"já não sofreu ou sofrerá.
    Primeira resenha que leio deste livro e já quero muito me envolver neste drama familiar que pode trazer também suicídio...sim??rs
    Beijo

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  2. A intrínseca lança uns livros e eu nem vejo kkkkkk Esse parece bem interessante, esse tema é muito importante, pois a cobrança vindo da família é a mais pesada e a que mais tentamos atender, e isso pode ser bem prejudicial...

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  3. Achei bem interessante, mas não conseguiria lê-lo neste momento, talvez mais pra frente ^_^
    Beijos :)

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