terça-feira, 13 de novembro de 2018

Menina que via Filmes: Verão [Crítica] [Festival do Rio 2018]






































Título original : Leto
Título no Brasil: Verão
Data de lançamento 15 de novembro de 2018 (2h 06min)
Direção: Kirill Serebrennikov
Elenco: Teo Yoo, Roman Bilyk, Irina Starshenbaum mais
Gêneros Drama, Biografia
Nacionalidades Rússia, França
por Reinaldo Barros




E se você curtisse um dos gêneros musicais mais populares do inimigo ideológico do seu país? Verão é um filmaço que fala um pouco sobre a história de dois assuntos interessantíssimos, música e política nos últimos anos da União Soviética. 
Não pensem que por se tratar dos anos 1980 as coisas estavam mais fáceis por lá, muito pelo contrário. A tensão causada pela guerra fria gerava uma preocupação constante nas pessoas que pensavam um pouco diferente do regime vigente de seu país. Por aqui (América do Sul) vivíamos ditaduras de direita e centro-direita, enquanto nos outros hemisférios tinham exemplos opostos. E TODA ditadura é ruim, pois limita a sua liberdade de agir e pensar. Já imaginou ser preso por andar lendo ou ouvindo material subversivo? 

Os jovens Viktor Tsoi (Teo Yo) e Mike Naumenko (Roman Bilyk) adoram o rock subversivo dos Estados Unidos e Inglaterra. Algumas dessas bandas são Blondie, David Bowie, Iggy Pop, Led Zeppelin, Sex Pistols, Velvet Undergound e tem várias outras que não consegui anotar rsrs. Por terem um gosto tão peculiar e altamente suspeito precisam da aprovação da censura para que suas composições sejam gravadas e tocadas num pequeno clube, onde todos são reprimidos caso se manifestem com algo além de palmas.
Viktor Tsoi é considerado um dos principais responsáveis pela popularização do rock na Rússia. Além de cantar Viktor também compunha as próprias letras da sua banda Kino. Já Mike Naumenko foi o mentor de Viktor, um roqueiro já estabelecido que com seu prestígio ajudou a abrir portas para seu pupilo e a manter o clube onde as apresentações de algumas bandas aconteciam. Mike também era compositor, cantor e intérprete.

Esteticamente o filme é muito bonito, em sua maior parte é em preto e branco. Nos raros momentos em que se quer mostrar um registro histórico, aquela imagem de arquivo, sabe? Usam trechos já exibidos, só que coloridos. Durante o filme dá para ir acompanhando o rapaz que está documentando tudo a cores. O contexto político da época pode ser observado em alguns momentos de “musical” e durante o show, no entanto esse não é o foco do filme e sim a vida de dois astros do rock russo. A preocupação deles é com o conteúdo, com a letra, com as melodias e com a censura constante seja por parte do governo ou de transeuntes que questionam a serventia da música do inimigo. Diferentemente do estereótipo atribuído aos roqueiros, em Verão só rola um pouco de álcool, aquilo conseguido junto com os discos de vinil contrabandeados.


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*Cabine de imprensa à convite da distribuidora

Um comentário:

  1. Puxa, eu gosto muito deste tipo de enredo que faz literalmente uma viagem ao passado, ainda mais se tratando de música e política em uma época tão complicada.
    Não tinha visto ou lido nada a respeito deste longa, mas com certeza, se tiver oportunidade, quero muito poder conferir!!!
    Beijo

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