domingo, 13 de janeiro de 2019

Menina que via Filmes: O Peso do Passado [Crítica]

Título Original: Destroyer Título no Brasil: O Peso do Passado Data de lançamento 17 de janeiro de 2019 (2h 03min) Direção: Karyn Kusama Elenco: Nicole Kidman, Toby Kebbell, Tatiana Maslany mais Gêneros Policial, Suspense, Drama Nacionalidade EUA
#18








por Cecilia Mouta


A primeira coisa que se nota em Destroyer (O peso do Passado) é como Nicole Kidman está transformada para o papel de Erin, até porque a primeira cena é um close em seu rosto quase irreconhecível. Ali, já podemos perceber que a personagem é também irreconhecível dado os papéis que tem feito nos últimos anos, que encontram-se majoritariamente no rol dos dramas. A atriz, que já ganhou um Oscar em 2003 por As Horas, agora interpreta uma detetive alcoólatra que vê peças desencaixadas do seu passado voltarem para lhe assombrar. Passando por cima de tudo e todos, seus superiores, seus amigos e família, ela decide, sozinha, acertar as contas com o passado.

A estrutura da história é entre passado e presente, com uma distância de 17 anos. Dessa forma, como um quebra-cabeça, vamos entendendo aos poucos como as coisas foram dando errado no seu passado e entendendo melhor as atitudes de Erin. No passado, Erin e Chris (Sebastian Stan) são dois policiais designados a trabalhar infiltrados com um grupo de ladrões, o problema é quando esse limiar entre o lado fora da lei e o dos que deveriam segui-la começa a se encontrar.
E como se não bastasse essa complexidade de bem e mal dentro da personagem principal, no seu tempo presente ainda tem em sua vida a maternidade. Me parece que é uma nova tendência fazer filmes de mãe que não são boas mães. E isso é ótimo, porque muitas famílias pelo mundo vivem essa realidade. Mas Erin não é boa mãe porque não quer, ela simplesmente não consegue. Há muita coisa acontecendo dentro dela e o alcoolismo com certeza se torna uma barreira entre ela e a filha Shelby (Jade Pettyjohn).
Algo que me agradou muito no roteiro foi a construção dos personagens. Em Destroyer, os heróis ficaram para os filmes do universo DC. Aqui, temos seres humanos com falhas de caráter, culpa, dor e erros. É difícil achar um bom tom para isso, pois os filmes norte-americanos que contam história de policiais ou são, geralmente, todos corruptos - um anti-herói convicto -, ou todos bons demais. Destroyer nos mostra que você pode ser os dois.
Nicole Kidman pode até ser atriz para Oscar, mas O Peso do Passado não é filme para tal. Com uma trama interessante, com boas cenas de ação - que um bom filme de ação pede -, O Peso do Passado vai perdendo, aos poucos, ao longo das suas duas horas de duração, um pouquinho da qualidade. A reviravolta no final salva bem a história, mas não consegue elevar o filme a um outro patamar de filmes policiais/investigativos. Apesar de muitos esforços, o filme não consegue ser mais do que “bom”.
Parece um filme perfeito, cheio de drama e ação, mas não é. Eu entendo que Erin seja uma policial e, por isso, tenha muitas facilidades na sua investigação pessoal, mas eu achei toda uma corporação omissa demais. A polícia nos Estados Unidos é bem eficiente e eu acredito que muitos problemas teriam surgido no caminho de Erin. Foi tudo fácil demais. Outra coisa que me incomodou foi esse perfil quase Rambo da personagem, que consegue fazer altas performances sendo que claramente não conseguiria. Nicole Kidman como Rambo feminina não convence. E, por fim, o final. Eu gostei do final, mas não gostei do como ele aconteceu. Honestamente, achei tosco. O filme vinha muito bem, com uma grande reviravolta na história para ter terminado daquela forma.

* Cabine de Imprensa a convite da distribuidora
* Nossos colunistas são voluntários

* A opinião do filme ou das resenhas pertence ao colaborador que se compromete a enviar uma crítica de sua autoria para ser publicada no blog e divulgada nas demais redes sociais.


Confira a crítica de Raffa Fustagno em vídeo:

3 comentários:

  1. Ainda não sabia sobre esse filme, não tinha visto nada... Mas parece um pouco mais do mesmo, precisamos de coisas novas kk

    ResponderExcluir
  2. Que m....rs
    Eu juro que não tinha lido ou visto nenhuma crítica a respeito deste novo trabalho da Nicole(atriz que amamos) e pelas fotos acima, a gente percebe que a transformação dela para a personagem é incrível,mas lendo a crítica, fica só ali mesmo, na parte física da questão.
    Apesar de também gostar muito do tema mãe sendo péssima mãe(realidade total), parece que há um certo exagero nas facetas de heroína da personagem e isso pode ter feito o enredo se perder.
    Se irei assistir?
    Sim...mas sem pretensão alguma!
    Beijo

    ResponderExcluir
  3. cecília!
    Uma pena um fiolme policial/suspense não ter muitas cenas de ação, achei mais voltado para o drama, sabe?
    Ver a transformação da Nicoleé genial e espero que ela esteja concorrendo ao Oscar.
    cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir

Sua opinião é muito importante para mim! Me diga o que achou dessa postagem e se quiser que eu visite seu blog, informe o abaixo de sua assinatura ;)