domingo, 7 de abril de 2019

Menina que via Filmes: Ayka [Crítica]


Título Original: Ayka
Título no Brasil: Ayka
Data de lançamento 11 de abril de 2019 (1h 40min)
Direção: Sergey Dvortsevoy
Elenco: Samal Yeslyamova
Gênero Drama
Nacionalidades Rússia, Alemanha, Polônia, Casaquistão, China

por Renata Alves

Ayka é uma jovem cazaque que vive ilegalmente em Moscou. Após dar a luz em um hospital, ela foge, deixando o filho para trás, com medo de ser deportada. A partir daí, ela enfrenta as complicações da recuperação pós-parto enquanto luta por um emprego que lhe garanta a subsistência ao mesmo tempo que foge dos mafiosos a quem deve. 

O filme dirigido por Serguei Dvortsevoy é uma mistura de sensações e sentimentos desagradáveis. Com o recurso de utilizar a câmera colocada ao personagem, onde basicamente todas as cenas ficam em close, já causa a sensação desconfortável de sufocamemto. Junto a isso, vem o desconforto que provoca com o balanço da câmera, que acompanha o os passos errantes de Ayka na pesada nevasca que se abate sobre Moscou. Tudo isso é intencional, é quase um cinema sensorial.

Ayka é o retrato do imigrante ilegal em qualquer país do mundo. Embora o filme se passe em Moscou e as condições climaticas tornem a situação ainda mais difici, é angustiante,  o cerne da questão é o  mesmo: as condições sub-humanas às  quais essas pessoas são submetidas. Ayka foge do hospital e corre direto ara o seu emprego: depenar frangos num porão sujo e sem condições mínimas de higiene e proteção. Ao fiscal da árdua jornada, e com o corpo extremamente debilitado, Ayka juntl com as outras mulheres descobrem que foram enganadas e que as duas ultimas semanas de trabalho não serão pagas. Assim  ela retorna para a pensa o que vive, ou seja, um local onde vários imigrantes ilegais de amontoam e disputam espaço para dormir.
A atuação de Samal Yeslyamova é impressionantemente forte. Com a câmera tão colada em seu corpo, é exigido que ela se entregue completamente, que se abandone ao drama de Ayka, e o faz muito bem. Seu desempenho faz com que a degradação de Ayka seja sentida por todos nós,  expectadores. É possível quase sentir na pele as dores da mãe cujos seios estão cheios de leite acumulados sem ser liberados, por exemplo. 
É um filme absolutamente incômodo, que na verdade joga de volta à superfície tudo aquilo que fingimos ignorar: o quanto o ser humano é egoísta e está disposto a tudo para se dar bem, mesmo que seja brincando com a vida de outras pessoas. Ayka é uma mostra de quão baixo o ser humano pode chegar para tirar proveito das necessidades alheias e o quão pouco podemos chegar e aceitar na tentativa de apenas sobreviver. 

Cabine de imprensa à convite da distribuidora
*Nossos colunistas são voluntários, os textos assinados por eles são originais de suas autorias. 


5 comentários:

  1. Puxa...ainda não tinha lido nada a respeito deste filme, por isso estou aqui num misto de sensações.
    Esse lance do imigrante é algo já tão dolorido da gente ver nos jornais diariamente, imagina assim, sendo visto praticamente pela pela da personagem? Que sofre horrores :/
    Com certeza, este eu verei!!!!
    Beijo

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  2. Nossa, já senti desconforto lendo a crítica, já pensou assistindo, deve ser um bom filme

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  3. Renata!
    Já tinha esse filme aqui anotado para assistir, porque me interesso muito por filmes que abordam essa história da imigração, seja lá em que país for, justamente porque acho um tremendo absurdo o quanto as pessoas se acham donas de outras e acham que tem o poder de fazê-las sofrer e ainda sair ganhando com isso.
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Olá!
    Nunca tinha ouvido fala desse filme, mas vejo que tem uma trama muito intrigante e ao mesmo tempo interessante. Espero poder ver em algum momento!

    Meu blog:
    Tempos Literários

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  5. Não conhecia esse filme, fiquei bastante interessada em vê-lo. Fiquei comovida com a história.
    Beijos 😊

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