[Resenha] Stalker - quando a inveja se torna uma obsessão @faroeditorial

Título Original: Bad Mommy

Título no Brasil: Stalker : quando a inveja se torna uma obsessão

Autora: Tarryn Fisher

Editora Faro Editorial

Tradução de Elenice Barbosa de Araújo

Nº de págs: 251

#26

A sétima arte já abordou brilhantemente bem o tema de que existem pessoas que admiram você em um nível sadio e outras que querem ser você, o que leva para um lado perigoso de obsessão já que você existe, está viva e não precisa de substituto. Mas para essa pessoa ser você è sinônimo de tudo que ela sempre quis e de apagar os traumas que tem, ainda que pensar isso ou lutar por isso seja insano ela a segue e faz de tudo para tirar você literalmente de campo e assumir o posto que acha que merece: o seu.

Lembrando por alto temos Mulher Solteira Procura (1992), um filme maravilhoso com 2 atrizes sumidas: Bridget Fonda e Jennifer Jason Leigh. Além do mais parecido com essa história, outro clássico que lotou os cinemas chamado A Mão que Balança o Berço( 1992) com a também sumia Rebecca de Mornay. 

Se em um caso uma queria o lugar da moça com quem dividia o apartamento e no outro se tratava de uma vingança pela família que denunciou seu marido abusador e ele ter se matado em seguida lhe tirando os sonhos de inclusive ter um filho, todas abordam o tema central dessa história muito bem escrita pela autora sensacional que e Tarryn Fisher. 

Em Stalker : quando a inveja se torna uma obsessão  temos três narradores não confiáveis. Não um, não dois, mas três pessoas que lhe dizem lados completamente diferentes da história apenas para mexer com a cabeça e deixar você constantemente se perguntando quem está contando a versão mais verdadeira da história. Os três lados da história são contados por um psicopata, um sociopata e um autor, todos bem treinados em contar histórias, escondendo  verdades e dizendo o que você quer ouvir. 

Para variar, a escrita de Fisher é impecável, assim como acontece em livros anteriores já resenhados por aqui, fazendo você querer se enrolar dentro das páginas do livro e ficar lá para sempre. É contada em primeira pessoa de cada perspectiva e você se sente tão profundamente dentro da cabeça de cada personagem que você quase sente que é tão insano quanto eles. O que me fez lembrar o tempo inteiro dos filmes que citei acima.

Outro ponto favorável é a caracterização de cada um dos personagens principais. Fig CoxBury  era realmente fascinante e eu quase me encontrei simpatizando com ela, enquanto em outras páginas eu tinha vontade de entrar no livro e empurrar essa louca.

Darius era intrigante porque nós o conhecemos primeiro da perspectiva obsessiva de Fig, antes de vê-lo por quem ele realmente é e eu adorei aquilo. 

E temos Jolene que parece excessivamente ingênua mas ainda assim queremos abraçá-la porque a vizinha quer ficar em seu lugar e isso é insano e claro, assustador.

Falar mais sobre o livro é dar detalhes, soltar spoilers, que recomendo que sejam descobertos por vocês mesmos.

Amei, essa é a verdade. Que escrita, que final, que autora!