quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Menina que via Filmes: Foro íntimo [Crítica]

Título Original: Foro Íntimo
País: Brasil
Ano: 2017
Direção:Ricardo Mehedff
Roteiro: Ricardo Mehedff e Guilherme Lessa
Elenco: Gustavo Werneck, Jefferson da Fonseca Coutinho, Beatriz França
Duração: 1h 14min
Gênero: Drama
Paulo Maurício Costa

O juiz Gustavo Teixeira (Gustavo Werneck) está encarcerado dentro dos limites do fórum no qual atua. Ameaçado por aqueles que deve em breve julgar, ele tem todos os passos vigiados por uma equipe de seguranças armados e por câmeras de monitoramento interno. Está, em última instância, preso. Toma seu café da manhã sob olhares atentos dos guardas. Em função do perigo, sua mulher e seus filhos estão exilados em Buenos Aires. Quando o sistema de segurança falha e uma fotografia de sua família é empurrada por baixo da porta, sabe-se lá por quem, o clima de paranoia recrudesce.

Premiado em festivais, “Foro Íntimo”, primeiro filme de Ricardo Mehedff, inspira-se em eventos reais para refletir sobre o conturbado sistema judiciário brasileiro, já há alguns anos sob os holofotes devido à crescente influência da magistratura no âmbito político nacional e à midiatização dos membros dos mais altos escalões da Justiça. A temática é oportuna e curiosa, uma vez que inverte as posições institucionais ao colocar um juiz privado de sua liberdade e refém do próprio sistema legal.
A inspiração maior, contudo, é “O Processo”, longa-metragem de Orson Wells baseado no mais famoso romance do escritor tcheco Franz Kafka, no qual o jovem Joseph K. desconhece sob qual acusação é detido. Nos ângulos retos da arquitetura do fórum, na fotografia em preto-e-branco e nos planos próximos, Mehedff procura reproduzir a experiência de sufocamento do filme clássico.
Enquanto se esforça para manter alguma rotina de trabalho, o juiz Teixeira enfrenta sequelas do enclausuramento: o barulho de formigas enormes que passeiam pelo teto o atormenta. Com isso, Mehedff procura espelhar certo adoecimento da Justiça brasileira.
 O diretor, porém, fracassa em fazer do fórum um microcosmo do nosso judiciário. Seu roteiro é reiterativo e a direção não criva as imagens do impacto visual necessário às ambições de seu projeto. Mesmo concentrada em apenas 1h14min, a ação não cativa a atenção do espectador a ponto de manter o interesse pelo desfecho da trama.

4 comentários:

  1. Não sou muito de filmes assim não. Mas já li alguns comentários positivos sobre o longa e isso até me fez me mudar de ideia.
    Acho que é importante esse jogar de realidade no filme e com isso, mostrar que nem tudo é tão fácil assim né?
    Só fiquei meio pé atrás por ser meio parado..até lembra a justiça no nosso país.rs
    Verei!
    Beijo

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  2. Apesar da crítica nada positiva, eu fiquei bem curiosa para assistir, ainda mais que é inspirado em fatos reais, já escutei sobre o juiz que vive brasileiro que vive sobre forte esquema de segurança e sempre tive curiosidade de ver mais sobre

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  3. Acho muito importante um filme que fala sobre o sistema judiciário brasileiro, mas é uma pena que o diretor não tenha conseguido atingir um ponto alto nesse projeto. Mesmo assim vou tentar assistir. E, quem sabe, conseguir entender um pouco sobre esse nosso sistema.

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  4. Paulo!
    Já estava ansiosa para assistir esse filme, porque ahei que iria trazer uma abordagem mais intimista sobre como os 'marginais' estão 'trancafiando' as autoridades.
    Uma pena não ter sido bem explorado.
    cheirinhos
    Rudy

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