domingo, 20 de outubro de 2019

Menina que via Filmes: Downton Abbey [Crítica]

Título Original: Downton Abbey
Data de lançamento 24 de outubro de 2019 (2h 03min)
Direção: Michael Engler
Elenco: Michelle Dockery, Hugh Bonneville, Maggie Smith 
Gêneros: Drama, Histórico
Nacionalidade: Reino Unido
por Gabriela Leão



Baseado na série de mesmo nome, Downton Abbey - o filme, se passa igualmente na gloriosa propriedade na zona rural da Inglaterra, no início século XX, tendo como foco a vida família Crawley e de seus criados. O filme se inicia com a chegada de uma carta, vinda do Palácio de Buckingham, anunciando que o Rei e a Rainha se hospedarão por uma noite na propriedade, e a partir daí acompanhamos o desenrolar deste gigantesco acontecimento na vida dos personagens. 
Tenho que admitir que não assisti nada da série (agora é a primeira coisa que vou fazer), então alguns dos comentários podem ser nada surpreendentes para os fãs do produto. Em relação à produção, é tudo incrível. Os cenários são maravilhosos, tanto, é claro, a própria Downton Abbey, mas também as outras propriedades apresentadas, a pequena cidade próxima, as casas antigas. É tudo lindo. Os carros, o figurino, tudo remete bem à época retratada.  

Não há necessidade de conhecer a série para apreciar o filme. Os personagens já estão desenvolvidos e não são reapresentados, mas com algumas poucas falas bem pensadas e bem colocadas, é possível compreender quem são, e boa parte de sua personalidade. Alguns aspectos descobrimos mais para frente, outros logo no início, mas não me pareceu faltar nada. Os personagens são extremamente carismáticos e conquistam de imediato. 
São diversas as tramas que permeiam o longa, como consequência da visita real, algumas mais desenvolvidas do que outras. Com maior relevância, temos a dificuldade da família em organizar um evento com a magnitude necessária para a recepção da família, e o conflito entre os criados dos Crawley e os enviados pelo palácio, que serão, em realidade, os responsáveis por servir o Rei e a Rainha durante a estadia – resultando em enorme frustração para os criados de Downton Abbey. 
Essa diferença no desenvolvimento de cada uma das histórias dentro do filme que pode criar um problema para aqueles que não conhecem a série. O filme se desenrola como um (longo) episódio procedural, os conflitos se iniciam e terminam, mas há sempre a noção de que muito aconteceu antes, e algumas das tramas apresentadas acabam por ficar rasas. São trabalhadas em cima de algo já existente, e, após pouco desenvolvimento, chegam ao seu fim. Neste caso, o exemplo que mais me pegou foi a história da Princesa Mary, que me pareceu bastante forte e interessante, gostaria de ter acompanhado melhor o desenrolar da trama. 

O que também ocorre por vezes, na minha opinião com Mr. Branson e Mr. Barrow, temos um novo aspecto de trama apresentado de forma breve, sem uma verdadeira conclusão. Nada que é deixado em aberto precisaria necessariamente ser fechado neste filme, mas, nesse caso, poderiam ter sido mais trabalhados no próprio longa. 
Talvez funcione perfeitamente para quem assistiu a série, justamente por serem continuações de arcos dos personagens, mas para aqueles que não o fizeram, como eu, o resultado não é ideal. Dá a sensação de que os personagens não foram suficientemente bem trabalhados, devido à grande quantidade de tramas e o tempo limitado de tela. Não só parece que houve muito antes, mas que já se é pensado em um depois, sendo que a série já chegou ao seu fim. Não é uma questão que atrapalhe ao assistir o filme, mas acho bom ter em mente que é mais uma parte da série, por que é isso mesmo que acontece. Compreendemos tudo o que ocorre, mas os produtos não são tão autônomos assim. A sensação é de que o filme foi um grande season finale. 
Independentemente disso, a primeira trama apresentada para o personagem Tom Branson incomodou, por ser algo importante demais para ter sido apresentado em tão pouco tempo, e com pouca profundidade. Logo na abertura, junto com a carta de Palácio de Buckingham, trazendo a grande notícia da visita real que permeia todo o filme, acompanhamos também a chegada de um homem desconhecido à cidade próxima de Downton Abbey. A conclusão inconsciente que fazemos é que este homem também terá enorme relevância, por ser apresentado dessa forma, e não é de todo equivocado. O que este homem veio fazer é de fato grande, mas a trama se encerra bem antes da conclusão do filme, e o que parecia ser um dos conflitos principais logo é deixado de lado. 
Nada disso, no entanto, me impediu de adorar o longa. Mesmo sem saber nada do antes, fiquei envolvida por completo com os personagens, me emocionando com as tramas. O conflito principal dos criados, ao descobrirem que uma equipe de funcionários será enviada do palácio real e, na verdade, eles não farão parte do serviço a família real é divertidíssimo. Todos – bem, não todos, mas a maioria – estão ansiosíssimos pela honra de servir a família real, para logo descobrirem que sua tarefa durante a estadia do Rei e Rainha seria de, no máximo, servir os criados do palácio. O expectador se frustra junto com os personagens, fica indignado com a prepotência dos criados reais, e torce para que o pessoal de Downton Abbey consiga reconquistar seu espaço. 
A personagem de Maggie Smith me encantou, como sabia que iria acontecer – já tinha escutado muito dela. Sua trama apresentada no filme dá bastante espaço para a atuação da personagem e seus incríveis comentários. Preciso ver mais dessa mulher. Não foi a única personagem a me conquistar, a empatia é automática com quase todos. Há muita sensibilidade e sutileza no tratamento dos personagens.  
 Assistindo o filme, somos totalmente carregados para aquele mundo aristocrático, com os problemas para nós talvez bobos, mas considerados gigantescos, como a presença disfuncional de duas governantas em uma mesma casa, tão diferentes de nosso mundo e estilo de vida atual, que poderiam ser tão difíceis para nós nos relacionarmos, mas nos importamos mesmo assim. 
A conclusão: vale muito assistir, é uma delícia de filme. 

5 comentários:

  1. Mesmo com alguns pontinhos não tão positivos, é sempre tão gostoso se jogar em filmes como este.
    Confesso que nunca vi nada sobre a série,mas o filme me interessou e muito!!!
    Se passar aqui em Lost, verei com certeza! P....elenco!rs
    Beijo

    Rubro Rosa/O Vazio na Flor

    ResponderExcluir
  2. Gabriela!
    Já tive oportunidade de assistir a série, mas não assisti esse filme específico.
    Claro que quero ver, afinal acho o máximo toda a história e amo muitos dos atores principais.
    cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir
  3. Eu gosto de séries na pegada de Downton Abbey, mas ainda não assisti, mas tenho muita curiosidade!! Com certeza ainda confiro a séria e o filme :)

    ResponderExcluir
  4. Olá! ♡ Nunca assisti a série, apesar de já ter ouvido falar muito sobre ela, mas não fazia ideia de que existia um filme baseado na mesma.
    O filme tem alguns pontos que não me agradaram muito, mas ainda assim eu gostaria de assisti-lo, já que parece um filme muito bom.
    Obrigada pela indicação! Beijos! ♡

    ResponderExcluir
  5. Oiii ❤ Ainda não assisti Downtown Abbey, mas me interesso pela série e gostei de saber que fizeram um filme.
    Eu adoraria assistir a ambos, mesmo com os pontos negativos.
    Beijos ❤

    ResponderExcluir

Sua opinião é muito importante para mim! Me diga o que achou dessa postagem e se quiser que eu visite seu blog, informe o abaixo de sua assinatura ;)