quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Menina que via Filmes: Midaway- Batalha em Alto Mar [Crítica]

Título Original: Midway
Título no Brasil: Midway – Batalha em alto mar
Data de lançamento: 20 de novembro de 2019 (2h 19min)
Direção: Roland Emmerich
Elenco: Ed Skrein, Patrick Wilson, Woody Harrelson e mais
Gêneros: Ação, Histórico, Guerra
Nacionalidade: Estados Unidos 

por Gabriela Leão 

Ocorrida no meio do Oceano Pacífico em 4 de junho de 1942, a Batalha de Midway é considerada uma das maiores da Segunda Guerra Mundial, sendo um dos pontos de virada relevantes na conquista da vitória e fim da guerra. O filme nos apresenta do preâmbulo ao momento da batalha, tendo como foco as disputas que ocorreram no Pacífico desde a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra, mostrando tanto o lado norte-americano quanto japonês do conflito. 
Uma trama baseada em fatos reais sempre enfrenta o dilema de o que escolher mostrar no curto tempo que há de tela. Filmes de guerra não são exceção, com tantos pontos de vista, hierarquias de comando, batalhões e tropas diversas, sem contar que há sempre, no mínimo, dois lados em cada batalha. Neste desafio, Midway teve sucesso. São muitos personagens, e por vezes é difícil de se recordar quem é quem, mas os protagonistas são bem definidos, e aprofundados o suficiente para que nos importemos com eles – imprescindível em um filme do tipo. 

Claro, vemos um ator conhecido e sabemos que ele terá maior importância, de forma que se torna mais simples seguir as tramas. Nada de errado com isso. Os trabalhos em atuação estão bons, mas nada que chame atenção em particular. Ed Skrein desponta com um maior protagonismo, representando o piloto da Marinha dos Estados Unidos Dick Best. Tem sua jornada de crescimento ao longo do produto e nos conquista com seu jeito meio convencido. Gostei do trabalho de Dennis Quaid, como tenente Bull Hasley, melhor do tinha visto do ator em um tempo. Mas, no quesito atuação, quem me pegou de surpresa foi Nick Jonas. Primeiro que nem o reconheci de início (não é um rosto que estou vendo sempre, e o bigode me confundiu), e ele está ótimo no papel de Bruno Gaido, que é um personagem, e deve ter sido uma pessoa, incrível. Depois de vê-lo em uma apresentação comemorativa de vinte e cinco anos do musical ‘Os Miseráveis’, e agora com Midway, cada vez mais acho que ele é o irmão talentoso que caiu na pilha errada dos outros, e de repente se viu falando sobre anéis de pureza na televisão sem entender o que tinha acontecido. 
Enfim, voltando para batalhas em alto mar, bastante marcante neste longa é a atenção também dedicada ao polo japonês do conflito. Pela primeira vez em que me recordo em filmes do gênero, Midway não apresenta um vilão, mas tão somente um inimigo. Não se trata do Estados Unidos, país bom, correto e sem defeitos, contra bárbaros, um líder tirânico, um país com costumes hediondos e essencialmente mau. Claro, a balança pende para os norte-americanos, mas os vencedores da guerra sempre contarão sua narrativa preferida. 

Ainda assim, Midway dedica tempo aos generais japoneses, nos mostra seu amor à pátria e pelo que lutavam, suas tentativas de lidar com a disputa, por mais que em estado de guerra, de formas mais ponderadas. Há tempo de tela nos mostrando as reuniões dos comandantes, o Japão na década de 1940, quem eram os homens naqueles navios em Midway. Não são monstros. Não há um maniqueísmo tão claro de bem contra o mal na batalha, ambos os lado apenas desejam vencer a guerra. Claro, são comentadas atrocidades que foram cometidas pelos japoneses durante suas conquistas na Segunda Guerra, mas ainda assim assistimos ao produto sem demonizá-los. Os pontos de vista são apresentados de forma mais respeitosa e, no fim das contas, mais realista. 
Alguns dos efeitos especiais não estão perfeitos, principalmente no início do longa e nos ataques aos navios. CGI um pouco forte demais, talvez fosse uma melhor escolha repensar os ângulos que aparecem em tela, filmar de outra forma, para escapar de tanto efeito computadorizado. Mas, posso ver que tal decisão foi tomada para mostrar a magnitude do que ocorreu. Em contrapartida, nas batalhas aéreas não tenho o que reclamar, tudo me pareceu bastante bem feito. Há inclusive alguns takes bastante satisfatórios para quem já teve vício em algum jogo de guerra (no meu caso pegou com o Batlefield 1), e cenas são filmadas exatamente como se estivéssemos jogando em primeira pessoa.
Com tudo isso, a narrativa é envolvente e bem construída ao redor do que de fato aconteceu. Como esperado, há bastante ação, e o longa consegue criar tensão apesar de sabermos quem vence no final - pelo menos quanto ao público geral, não sabemos ao certo quais daqueles soldados sobreviveu à batalha, e torcemos para que todos os protagonistas voltem para suas casas. 
Temos para lista mais um bom filme de guerra, não tão maravilhoso como ‘O Resgate do Soldado Ryan’, ou mais recentemente ‘Dunkirk’ e ‘Até o Último Homem’, mas um bom filme. 


3 comentários:

  1. Gosto demais de filmes assim, com batalhas, principalmente em alto mar! Primeira crítica que leio sobre este lançamento e pode até ter algumas falhas ou no caso, até mais informações,mas mesmo assim, verei com certeza!!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  2. Gabriela!
    Acho sempre filmes de guerra interesantes pelo fato de trazerem algo histórico e apesar dos efeitos especiais não serem tão bons, acredito que a atuação dos atores e os relatos, tornam um bom filme.
    cheirinhos
    Rudy

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  3. Achei legal eles não colocarem o Japão como um super vilão, pq filme de guerra sempre faz isso, coloca o outro lado como o pior dos povos, enquanto eles são os mocinhos que nunca erraram, sempre vai ter um pouco da visão do malvado do outro lado, mas é bom saber que foi um pouco suavizado aqui...

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