terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Menina que via Filmes: Judy - Muito Além do Arco-íris [Crítica]


Título Original: Judy Título no Brasil: Judy - Muito Além do Arco-ìris 30 de janeiro de 2020 / 1h 58min / Biografia, Drama Direção: Rupert Goold Elenco: Renée Zellweger, Jessie Buckley, Finn Wittrock Nacionalidade Reino Unido
#09
por Gabriela Leão

Estrela de cinema desde a juventude, a vida da atriz e cantora Judy Garland estava distante da perfeição apresentada para o público, nos filmes e shows que participava. O longa “Judy – Muito Além do Arco-Íris”, nos leva ao inverno de 1968; Garland passa por dificuldades nos Estados Unidos, incapaz de conseguir trabalhos que lhe gerem uma remuneração decente, e acaba aceitando por estrelar em uma sucessão de shows em Londres. Distanciando-se dos filhos ainda jovens, apesar de ter como maior objetivo garantir a estabilidade e o sustento das crianças, só e insegura, Judy precisa ainda enfrentar sua dependência no álcool e remédios, na tentativa de reorganizar sua vida.
Antes de mais nada, acho que vale dizer que “Judy – Muito Além do Arco-Íris” não é o meu tipo de filme favorito. Não sou do drama, e a frase “não gosto de ver filme só para chorar” é uma que digo constantemente, fora isso, não tinha a referência de quem era Judy Garland até ser informada, já sentada para assistir o filme, se tratar da atriz que viveu a Dorothy em “O Mágico de Oz”. Ou seja, se estou dizendo que o filme é bom, vocês tem que acreditar.
Como os diversos prêmios por aí já estão deixando bem claro, de fato a estrela do longa é Renée Zellweger, em sua atuação incrível. Interessante é que podemos separar o trabalho da atriz em dois aspectos distintos que foram excepcionais. Primeiro temos a representação de Judy Garland no palco, cantando, 100% sem defeitos. Renée Zellweger mostrou a voz maravilhosa, em cenas que, pelo que entendi com alguns vídeos de behind the scenes, foram em sua grande maioria gravadas ao vivo. Esse detalhe, para mim, é bem importante. Desde que a produção cinematográfica de “Os Miseráveis”, de 2012, me apresentou este tipo de filmagem, o playback passou a me incomodar (o que a comparação não faz, não é mesmo). Foi um grande alívio quando Renée Zellweger começou a cantar e sua voz linda não me pareceu uma fita, tocada desconexa da atriz. Dando uma volta completa e entrando em um aspecto totalmente diferente de Judy, a atriz também está arrasando em representar seu sofrimento no distanciamento dos filhos, sua ansiedade e insegurança, o medo de perder a voz da qual depende, a dependência química em pílulas, no álcool. O filme traz flashbacks contando a rotina exaustiva de Judy durante a adolescência no estrelato, e nas passagens de 1968 vemos as consequências de muitos destes hábitos, dedicados a criar uma imagem falsa para o público, que ainda persistiram anos depois. Uma vida da qual não se escapa. Já dediquei um bom pedaço dessa crítica para falar bem da atuação de Renée Zellweger, podemos ver como todas as indicações e os prêmios já recebidos não são a toa. A atriz se transforma completamente, sua postura é outra, incrível demais. Não sabia como tinham sido os últimos anos de Judy Garland, como eu torci para que sua vida se ajeitasse. A personagem é completamente envolvente, o modo como Judy é descrita, tanto no longa quanto em outras mídias, aparece em tela, todos a amam, todos querem que seja feliz e fique bem. O filme é sobre a artista, os personagens que a cercam tem um desenvolvimento pouco profundo, até mesmo Sif Luft, o pai de seus dois filhos mais jovens, e Mickey Deans, o último marido. A proposta é nos mostrar Judy, e pelo que passou durante a turnê no Reino Unido. O filme traz um curto período de poucas transformações, é comovente, mas a trama em si é uma simples narrativa do que aconteceu com Judy em Londres, fatos reais que não poderiam ser tão modificados em favor da ficção. O quarto claquete vai principalmente pela atuação de Renée Zellweger, pelo ótimo estudo da personagem, que era de fato a proposta do longa.



Crítica de Raffa Fustagno


3 comentários:

  1. Gabriela!
    A Judy foi um ícone da sua época, pena que se envolveu com drogas e outras coisas ilícitas e infelizmente se afastou da família.
    Queria assistir, principalmente porque adoro a Renée Zellweger e quero ver a interpretação dela.
    cheirinhos
    Rudy

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  2. Também não conhecia a atriz, mas até que fiquei bem curiosa para assistir...

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  3. Estive no canal ontem vendo essa indicação e confesso que mesmo não sendo muito meu universo, não há como negar que este filme traz uma gama de passado, de história de verdade que chega a emocionar!
    Renee é maravilhosa e pelo que andei vendo,mesmo tendo faltado algo, a danada mandou bem demais!
    E claro que fui lá, conhecer a música que é citada!
    Preciso ver o filme assim que for possível e como sei que nunca chegará no cinema daqui, o jeito é aguardar!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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