domingo, 23 de fevereiro de 2020

Menina que via Filmes: Frankie [Crítica]

Título Original: Frankie
Título no Brasil: Frankie
20 de fevereiro de 2020 / 1h 40min / Drama
Direção: Ira Sachs
Elenco: Isabelle Huppert, Brendan Gleeson, Marisa Tomei
Nacionalidades Francesa, Portuguesa
#25
por Michelle Fraga

Frankie, dirigido por Ira Sachs e estrelado por Isabelle Huppert (minha eterna Madame Bovary), conta a história de uma atriz internacional que descobre ter uma doença terminal e resolve reunir todos os seus entes queridos em Portugal para um último momento juntos.
Essa é a premissa da história que, apesar de ser uma co-produção franco-lusófona e ter Isabelle Huppert no papel principal, é encenada quase que totalmente em língua inglesa, tendo algumas poucas cenas nos idiomas francês e português.
O começo do filme é um pouco confuso, como é possível ver no trailer, há a cena em que a personagem de Huppert está nadando numa piscina e vamos entendendo por instinto que os personagens estão numa espécie de hospedagem, não sabemos ao certo as relações de parentesco entre eles e a princípio sequer sabemos seus nomes, vamos descobrindo sobre cada personagem a medida em que as coisas acontecem.

O filme se passa quase que totalmente em montagem paralela, todos os pequenos núcleos vão contanto uma história e o ponto em comum entre elas é que todos conhecem a Frankie e foram até Portugal atendendo ao seu chamado.
A história é bem simples, Frankie está doente e todos estão em Portugal para vê-la, pois ela decidiu se refugiar na histórica cidade de Sintra. Não sabemos o que ela tem, ninguém comenta sobre isso, mas há um pesar no semblante de todos os personagens que vai nos dando pistas com o avançar do filme sobre a gravidade do estado de Frankie.
Apesar da simplicidade, por vezes a narrativa se alonga demais (talvez até desnecessariamente), foca bastante na expressão dos personagens, na paisagem fabulosa da Cidade, nos barulhos naturais da mata, na chuva que cai, na névoa no topo da Serra, na lágrima que escorre. Por diversas vezes nada é dito, mas é captado pela sensibilidade das imagens.

Confesso que achei o filme visualmente muito bonito, talvez até de uma forma poética, mas a narrativa é um pouco cansativa. O início é instigante, pois nada sabemos, se encaminhando para o fim se torna revelador... mas o meio, parece se alongar demais para uma historia tão simples.
O ponto forte sem sombra de dúvida são as atuações! Isabelle Huppert e Brendan Gleesson têm uma sintonia musical, perfeita. Ele, principalmente, tem poucas falas, no início parece até meio insignificante, mas vai ganhando espaço na tela e no meu coração. Parece que seu personagem está desolado com a ideia de perder Frankie, seu olhar mostra o vazio que se faz em sua alma, mas no final se acende sutilmente uma chama de esperança para ele.
Já Marisa Tomei (sim, mais conhecida como a Tia May em Homem Aranha) e Sennia Nenua (que apesar da pouca idade se mostra muito confortável em cena ao lado de gigantes do cinema) são as responsáveis por trazer certo frescor à trama. Marisa dá vida a uma grande amiga de Frankie que aparenta viver a vida com leveza e alegria; Sennia dá vida a Maya, uma adolescente que está em Portugal pela primeira vez na vida, a pedido de Frankie, e resolve aproveitar o que de melhor um país desconhecido pode lhe oferecer (eu fiquei impressionada como em 5 minutos de filme ela já tinha dois gajos na cola dela, enquanto eu fiquei um ano naquela cidade e não encontrei nenhum hahaha).
A narrativa é tecida com o desenrolar da história de cada núcleo e o final, como de costume no cinema francês, é sempre aberto.
Minha nota para esse filme são 4 claquetes. Apesar de eu ter achado um pouco cansativo, eu gostei bastante da história, me conectei bastante com alguns personagens, ignorei outros kkkk, e adorei algumas surpresas que o filme nos proporciona como: um aniversário inesperado; as belíssimas paisagens de Sintra que me deixaram totalmente nostálgica como a Quinta da Regaleira e a Praia das Maçãs; a sutileza de contar uma historia bem realista, sobre pessoas que não são perfeitas encarando a vida de formas distintas, mas seguindo em frente por algo em comum: a alegria proporcionada pelas pequenas coisas.
Eu saí do cinema com uma sensação de leveza. Se você curte filmes mais poéticos, com com historias simples que fujam dos blockbusters, então Frankie com certeza vai te agradar.

Confira a crítica da Raffa Fustagno em vídeo ( com spoilers)

3 comentários:

  1. Achei o enredo bem interessante, mas esse filme com partes sem muitas falas e final aberto me desanimou bastante...

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  2. Então..não é muito meu estilo de filme não e nem sabia dele ainda. Mas pelo que li acima, é mais um filme com fotografia linda(deu curiosidade sim),mas que deixou a desejar um pouco na monotonia do enredo.
    Não digo que não verei..mas se ver, dormirei.rs
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  3. O enredo do filme até interessante mas eu tenho um problema com os filmes estrangeiros que é ausência de falas eu gosto que tenha diálogo no filme e isso é uma coisa que esse filme fica em carência

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