sexta-feira, 22 de maio de 2020

Menina que via Filmes: Big Kill [Crítica]























Título Nacional: Big Kill – A Cidade do Medo
Título Original: Big Kill
Lançamento: 19 de outubro de 2019 (2h e 6min)
Elenco: Christoph Sanders, Scott Martin, Clint Hummel.
Nacionalidade: Estados Unidos
Gênero: Ação, Velho-Oeste
por Gabriela Leão



Jim, um contador da Filadélfia nada acostumado com a realidade do velho oeste dos Estados Unidos, chega na cidade de Big Kill, junto de Travis e Jake - duas figuras não muito honestas e não muito bem vindas. Buscando pelo irmão, Jim se vê em uma cidade hostil, controlada por homens perigosos. 
É difícil fazer uma sinopse de Big Kill, porque uma das maiores carências do filme é justamente a história. Só chegamos em Big Kill, cidade que nomeia o longa e único lugar onde coisas de fato acontecem, já com meia hora de tela. Antes disso temos uma apresentação bastante arrastada dos três personagens principais: Jim, Travis e Jake. São trinta minutos de piadas previsíveis, diálogos desleixados e cenas extensas demais. Além disso, há uma introdução com Danny Trejo, uma perseguição altamente estereotipada envolvendo parte do exército mexicano, que não leva à lugar nenhum e não serve para nada. É esquecida depois, como se passássemos para um próximo episódio da vida de Travis e Jake, que nada tem a ver com o anterior. Muito tempo para apenas apresentar os dois como trambiqueiros. Me incomoda também que os primeiros cinco ou dez minutos do filme sejam focados em personagens que se tornam secundários, se comparados com o arco de Jim.

Com meia hora estamos em Big Kill, mas para compreender qual o conflito que estamos assistindo, de quê se trata o filme ou porque a cidade se apresenta como hostil, precisamos chegar até a metade do longa. E é apresentado aos poucos, com cenas sem graça que tentam imprimir uma significância maior do que conseguem. No total, são duas horas de filme, permeadas de cenas desnecessárias e silêncios que não dizem nada. Os diálogos são uma tristeza, parece algo que eu escreveria se nunca tivesse tido aulas de roteiro ou de improvisação no teatro. Os atores fazem um trabalho ok, mas o material que foi dado para eles é fraco, os personagens falam o tempo todo o que não precisa ser dito, se repetem. Perde-se tempo. Piadas que teriam graça no dia-a-dia, com amigos, mas na tela nem tanto.

Durante duas horas Jim, Travis e Jake ficam andando por aí sem propósito, entram em um lugar, saem para outro, sem que nada realmente aconteça. Não é uma trama, é uma sequência aleatória de eventos que leva a uma luta final, o clássico tiroteio de filme de velho oeste. É um gigantesco clichê do gênero, sem sequer utilizar bem o clichê. Há elementos bons que, numa sátira, poderiam ficar ótimos. Por exemplo, Jake está sempre jogando cartas e apostando, mas é péssimo e sempre perde dinheiro. Mas Big Kill não é uma sátira, então a piada se torna fraca e, quando repetida a exaustão, só gasta tempo de tela. 
Depois de tudo isso, como dois claquettes? Bem, a produção é incrível. A cidade foi muito bem montada e o figurino está bem feito, por mais que estes dois aspectos me pareçam limpinhos demais para um velho oeste. Ternos coloridos e impecáveis e tinta de parede branca sem qualquer mancha tornam a cidade meio falsa, por mais que muito bem montada. O mais incrível são as paisagens lindas do oeste americano, esse filme não merece a beleza que está nas cenas da cavalgada até a chegada em Big Kill. 
A trilha sonora já volta para a lógica do restante do filme. É muito previsível, mas muito mesmo e, por vezes, quase ofensiva. Caso fosse uma sátira, a música estereotipada mexicana enquanto o exército persegue Travis e Jake seria engraçada, mas não é uma piada. É só uma escolha de trilha que uma criança faria. 
Todos os elementos estavam lá para um bom produto, mas o roteiro é pobre e mal organizado. Perde-se tempo com o desnecessário e não há foco no conflito principal, de forma que mal existe trama. Só para exemplificar, há uma cena em que assistimos Jake dar uma volta com o cavalo só para devolver uma garrafa de uísque à Travis. Para quê? Por quê precisamos ver essa garrafa sendo devolvida? Ela nunca mais aparece. As piadas, apesar de por vezes serem boas, não salvam. Não dá nem para dizer que vale assistir pela graça. Há pontas soltas, das mais bobas. É uma pena, poderia ser um filme bom e bonito, mesmo que ficando em uma narrativa básica. Não tem problema ser básico e divertido, nem todo filme precisa ser maravilhoso. Big Kill, tentando sair do básico, ficou chato


*Parceria com a A2 Filmes


3 comentários:

  1. Eu não me recordo de ter visto esse filme. Mas depois dessa crítica nem sei se fiquei com vontade ver.rs
    Apesar de não ser muito meu estilo, parece que ao menos a fotografia do filme vale a pena.
    Mas duas horas perdidas??
    Se bem que...
    Veremos!
    Beijo


    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Vou passar bem longe desse filme, pelo jeito parece que filmaram várias cenas e depois juntaram tudo e deu no que deu kkkk

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  3. Gabriela!
    Triste quando um filme não tem um roteiro definido.
    Mas, pelo enredo, visual e musica, tenho certeza que maridão vai adorar assistir, ele ama esses westerns.
    cheirinhos
    Rudy

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