sexta-feira, 14 de maio de 2021

Menina que via filmes: Alvorada

 

Título Original: Alvorada

País: Brasil

Ano de lançamento: 2021

Direção: Anna Muylaert e Lô Politi

Distribuição: Vitrine Filmes

Produtores: Lô Politi, Anna Muylaert e Ivan Melo

Gênero: Documentário

Duração: 80 min

Classificacão: 10 anos

🎬🎬🎬

por Raffa Fustagno 


Há meio termo? Você olha para qualquer produção que aborde os tempos de presidência de Luís Inácio Lula da Silva ou Dilma Roussef e torce o nariz? Ou sente saudades daqueles tempos e acha que a ex presidenta sofreu uma injustiça?

Em Alvorada um documentário que chega aos nossos cinemas e streaming no dia 27 de maio, acompanhamos os dias que antecedem ao impeachment dela em 2016. Quem me acompanha ao longo de todos esses anos sabe que sempre fui da turma que torci o nariz para o partido deles. Nunca fui fã. Mas nunca me recusei a assistir e trazer para vocês a visão que tenho do que assisto, e hoje em pleno 2021 não tenho vergonha em dizer que a visão que tinha no ano do impeachment não é a mesma de hoje.

No documentário tive ainda mais certeza de que não há político fofinho, utilizo esse termo com conhecimento de causa após ter trabalhado com eles por uns anos e ter caído por chão a pouca utopia que tinha. E de muitas coisas que embrulham o estômago hoje, poucas são maiores do que ouvir  a voz do  atual presidente pós pandemia. É quase como um gatilho para mim porque me vem na cabeça "gripezinha", "não sou coveiro",  "e daí?"...

Dito isso, o documentário inicia com o discurso do homem a quem a população me obrigou chamar de excelentíssimo justificando o impeachment da ex presidenta e vangloriando o General Carlos Ustra, monstro da ditadura, mas um ser que não lamenta a morte de seu povo e não compra vacina em plena pandemia - e ainda fazendo de tudo para atrasar os insumos vindos da China -  só pode mesmo amar quem fazia maldades outrora como ele faz hoje. 

As cenas dela no Palácio são de um dia a dia comum, quem já trabalhou em locais governamentais reconhece a quantidade exagerada de assessores, que certamente ganham vinte vezes mais do que as pessoas que aparecem trabalhando de sol a sol de verdade, no caso as que fazem faxina no local o cuidam do imenso jardim. 

As partes filmadas mostram uma mulher serena, educada, que se conforma com seu destino, ou melhor com o destino que escolheram para ela. Há quem chame de golpe, eu sempre digo que quem deita com os porcos não pode esperar boa coisa deles, e política é isso. Não há mocinhos. Ingênuos somos nós que brigamos entre a gente para defender esse povo.

Do ponto de vista do espectador certamente não vai mudar de opinião assistir ao documentário, ou seja, você não vai ter empatia com o que ela sentiu ou se emocionar com os apoiadores ou com os funcionários lamentando sua saída do Palácio e volta à Porto Alegre. Quem a odeia e apoia o atual presidente, não vai mudar de opinião, porque se não mudou após mais de quatrocentas e vinte e oito mil mortes e tanta asneira dita e feita, o que esperar?

Para quem acredita que o governo dela era impecável, ou em um Brasil que eu particularmente acho que nunca existiu, mas que obviamente perto do péssimo presidente que temos hoje parecia um conto de fadas, vai amar relembrar quando tínhamos presidentes que apoiavam o SUS, universidades e respeitavam os países dos outros. Certamente vai se emocionar com a saída dela. E com a cena final que é muito bem feita e que precisa de nenhuma palavra para se deixar entender.

Para mim que confesso ter achado na época que dias melhores viriam, e hoje sabemos, não vieram, fica a certeza de que nenhum outros presidente que tivemos seria tão inconsequente como esse. Acho difícil achar outro que fale tanta besteira e que seja tão péssimo gestor em uma pandemia como esse senhor. 


Nas palavras da própria Dilma no documentário, ela diz que não acredita em maldade, eu acredito, passei a acreditar quando vi ano passado um homem que deveria proteger sua população, defender remédio ineficaz, negar compra de vacinas, não lamentar as mortes e debochar das vítimas  em lives com seu jeito podre de ser. 

Para mim valeu muito a pena assistir. Fica a dica para quem quiser conferir. 


*Filme visto em cabine on-line à convite da assessoria 

6 comentários:

  1. Fiquei curiosa para assistir, não sou muito ligada em política, mas cada dia que passa vejo cada vez mais a importância de estar por dentro do assunto

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  2. Raffa!
    Vou im assistir, com toda certeza...
    Concordo que todos políticos são... deixa para lá para não ser censurada e perseguida, porque não podemos falar nada nas redes sociais, mas 'eles' podem...
    O Coiso não fez nada em 2 anos e meio de governo e a pandemia só exacerbou a incopetÊncia dele... Quero nem falar do nojo que tenho desse cara..
    cheirinhos
    Rudy

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  3. Eu afirmo que sou de Esquerda com orgulho. Não, não defendo político de forma alguma. E não passo pano pra nenhum político.
    O governo de Dilma foi péssimo, nunca vou afirmar o contrário.
    Lula errou pra Cacilda, fato. Não os defendo.
    Mas os apoio se eles forem a única opção de chegar perto de tirar esse "demônio" do governo.
    Por isso com toda certeza do mundo, é uma obra que verei e com orgulho!!!
    Beijo

    Angela Cunha

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  4. Anna é uma das melhores diretoras de cinema que temos hoje
    Acredito que o documentário tenha sido imparcial e apartidário, apesar de focar em um partido e em uma política

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  5. Olá Raffa .
    Náo assistirei o documentário pelo simples fato de que cansei de tanto blá blá e roubalheira no nosso país .um país táo grande , com um potencial táo grande e os políticos usam e abusam da confiança que os leitores depositam neles através do voto.
    Náo confio em nenhum deles .
    Dessa vez deixo passar a dica

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  6. Bom dia, Dilma foi acusada de tudo, sou da direita sim mas a minha visão é outra ela deveria estar em outro partido, o erro dela no passado a condenou e serviu para os radicais da direita, nem ela e nem Bolsonaro erraram , tiveram escrupulosos e traidores do seus lados! A culpa de tudo isso é os radicais, que só eles querem salvar um País, porém não se governa uma Nação sozinho, a vida tem uma moeda de duas caras. Renato Santos. A imprensa deveria ser imparcial não se faz o Jornalismo com ideologias partidárias. O STF errou feio em fazer fatiado o Impeachment dela, como esta errando de novo em relação ao Bolsonaro numa CPI DA VERGONHA, entenderam não se pode confiar num STF que vivem aplicando Juristocracia Monocrática nem pra esquerda e nem Direito.

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