sábado, 2 de março de 2024

Amanhã [Crítica]


 Título Original: AMANHÃ

Ano: 2023

País: Brasil

Diretor: Marcos Pimentel

Roteirista: Marcos Pimentel

Nota: 3/5

Por Amanda Gomes


Em 2002 o diretor Marcos Pimentel resolveu pegar uma câmera e filmar duas crianças, Júlia e Cristian, de realidades socioeconômicas completamente diferentes. O diretor fez o convite para que o menino de família abastada passasse um fim de semana junto com outras crianças de uma comunidade, com o propósito de registrar como seria interação desses dois mundo colidindo e 20 anos mais tarde tentaria promover um reencontro, e tentar descobrir como eles estariam adultos.


O documentário é um mergulho e experimento social, tendo em vista que em 2002 estávamos perto de um crescimento da classe média com o início do governo Lula, enquanto em 2022 tínhamos um cenário epidêmico junto dos caos político instaurado por Bolsonaro.


Júlia que é a primeira a ganhar foco e evidência no documentário agora é mãe de duas crianças, continua vivendo na mesma região e com alguns problemas financeiros, já que sua fonte de renda é o trabalho como cabeleireira. Ela relembra as mudanças que foram feitas pelo governo da época, como a demolição da casa a qual habitava para ceder espaço para o programa Minha Casa Minha Vida. Programa este que colaborou para que a família se tornasse ainda mais pobre, tendo em vista que agora eles precisavam pagar água e luz. É através dela que iremos presenciar um pouco da realidade de muitos cidadãos, de não se interessar pela política já que acredita que todos são igualmente corruptos.




Marcos Pimentel cria um documentário no qual não se prende somente ao saudosismo de um tempo que não volta mais. Na produção ele exerce não somente o papel de diretor, mas também de um narrador, já que por diversas vezes ele explica seu processo de filmagem durante o longa e se coloca em bate-papo com os personagens centrais do documentário. 


De forma humilde e delicada, vamos conhecendo como o Brasil mudou muito em 20 anos, seja no cenário político ou no cenário social. Achamos que temos consciência dessa mudança, mas somente nesse acompanhamento das lentes de Pimentel é que tomamos ciência do quanto realmente mudou, já que ali vemos a ilustração dessas mudanças de fato acontecendo. 




“AMANHÔ é um documentário muito interessante, o qual eu consigo facilmente visualizar sendo usado em aulas de sociologia e até mesmo de história. No início custou um pouco a prender minha atenção mas com o desenrolar dos minutos, me percebi completamente imersa na história que estava sendo mostrada.


*Cabine on-line à convite da assessoria





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