Artista autoral que contribuiu para moldar a Nova Hollywood a partir dos roteiros de “Taxi Driver” e “Touro Indomável”, ambos dirigidos por Martin Scorsese, o americano Paul Schrader também construiu uma trajetória influente como realizador, sendo o responsável por clássicos como “Gigolô Americano”, “A Marca da Pantera” e “Mishima: Uma Vida em Quatro Tempos”. Em fase revigorada em sua carreira, Schrader terá o seu primeiro filme desde “Cães Selvagens” a receber passagem comercial pelos cinemas brasileiros. Com distribuição da Pandora Filmes, JARDIM DOS DESEJOS estreia exclusivamente nos cinemas nesta quinta-feira, 30 de maio, nas seguintes praças: São Paulo, Rio de Janeiro, Araraquara, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Natal, Niterói, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Salvador, São Carlos, São José dos Campos, São Luís e Vitória. Estrelado por Joel Edgerton, Sigourney Weaver e Quintessa Swindell, JARDIM DOS DESEJOS teve a sua première mundial no 79.º Festival Internacional de Cinema de Veneza e versa sobre temas que são uma constante na filmografia de Paul Schrader, colocando Narvel Roth (papel de Joel Edgerton) confrontando um passado como supremacista do qual quer se dissociar.
Embora inicialmente não tenha pensado em conceber uma trilogia, JARDIM DOS DESEJOS fecha um ciclo iniciado em 2017 com “Fé Corrompida” (indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e vencedor do Independent Spirit Award de Melhor Ator para Ethan Hawke) e continuado com “O Contador de Cartas”, de 2021. Assim como os protagonistas nessas obras prévias, temos uma audaciosa abordagem das narrativas de "homem em um quarto" de Schrader, onde uma figura solitária, lutando com seu passado e se escondendo atrás de seu trabalho diário, aguarda por mudanças.Se em “Fé Corrompida” explorou o universo do catolicismo e das crises ambientais e em “O Contador de Cartas” é exibido os truques por trás daqueles que vivem de apostas, em JARDIM DOS DESEJOS adentramos as particularidades da jardinagem com o propósito de estabelecer metáforas sobre a América contemporânea. “A jardinagem é uma metáfora particularmente rica, tanto positiva quanto negativamente. Comecei a perguntar a razão desse jardineiro ser tão recluso. A partir daí, pensei no Programa de Proteção a Testemunhas, e novamente você se pergunta, 'por que ele está no programa?' Isso evoluiu para a ideia de que ele era um matador de aluguel", revela Schrader sobre o processo criativo de JARDIM DOS DESEJOS. O filme marca a sua primeira colaboração com o ator australiano Joel Edgerton. O diretor e roteirista revela que “queria alguém que tivesse um pouco do Robert Mitchum nele - alguém com quem você não gostaria de brigar em um bar. Eu queria aquela aparência física americana dos anos 1950, e Joel já fez isso antes em ‘Guerreiro’, de 2011." Já em departamentos técnicos, conhecidos recentes voltam a contribuir com Paul Schrader, como o diretor de fotografia Alexander Dynan, ao qual elogia afirmando ser “meticuloso de uma maneira que eu não sou. Ele passa pelo roteiro criando seus próprios storyboards, gráficos e designs. Em outros projetos, trabalhei com diretores de fotografia que não te cobrem tão sistematicamente como alguém como Alex. Se eu cometer um erro, Alex estará lá para percebê-lo.” Há também reencontro com o editor Benjamin Rodriguez Jr. (o mesmo de “Cães Selvagens”) e a designer de produção Ashley Fenton (de “O Contador de Cartas”). A passagem de JARDIM DOS DESEJOS pelo Festival de Veneza também marcou a entrega para Paul Schrader do Leão de Ouro por sua carreira, que neste ano completou 50 anos de contribuições. Em sua tradicional lista anual, o cineasta e escritor John Waters elegeu JARDIM DOS DESEJOS como o terceiro melhor filme do último ano. |
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