Título Original: As Polacas
Ano: 2024
País: Brasil
Diretor: João Jardim
Roteirista: George Moura, Jaqueline Vargas
Elenco: Valentina Herszage, Caco Ciocler, Dora Freind
Nota: 3/5
Por Amanda Gomes
O filme é inspirado na história real das mulheres que chegaram ao Brasil vindas da Polônia em 1867 com a esperança de uma vida melhor. Fugindo da perseguição aos judeus e da guerra na Europa, o longa acompanha a saga de Rebeca, uma fugitiva polonesa que vem ao Brasil com o filho, Joseph, para reencontrar o esposo e começar a vida do zero.
Porém, as promessas caem por terra quando, ao chegar no Rio de Janeiro, a mulher descobre que o marido morreu e, agora, está sozinha em um país desconhecido. Até que seu caminho cruza com o de Tzvi, um dono de bordel envolvido com o tráfico de mulheres que faz de Rebeca seu novo alvo.
Refém de uma rede de prostituição, Rebecca se alia às outras mulheres na mesma situação para lutar por liberdade.
A história do Brasil tem dessas coisas que a gente só descobre muito tempo depois, e nem sempre pelos melhores motivos. “As Polacas” escava um capítulo triste e pouco falado do passado: o tráfico de mulheres polonesas para exploração sexual. É um tema pesado, mas necessário, que o filme aborda com coragem, ainda que tropece em alguns detalhes.
O roteiro não poupa o espectador de cenas fortes, expondo o abuso e a exploração com crueza. Mas, ao mesmo tempo, deixa a desejar em explorar a fundo elementos importantes da história, como a Sociedade da Verdade, um marco na resistência dessas mulheres. Esses detalhes acabam apenas pincelados, o que tira parte do impacto da narrativa.
Outro ponto que não convence totalmente é a questão da língua. As imigrantes falam fluentemente o português, o que não faz muito sentido e compromete a autenticidade. Seria interessante ver um esforço em mostrar a barreira linguística, algo que poderia trazer mais veracidade e até reforçar os desafios dessas mulheres.
Por outro lado, o elenco é de tirar o chapéu. Valentina Herszage e Dora Freind dão vida a personagens complexas e resilientes, com performances emocionantes que capturam toda a vulnerabilidade e força dessas mulheres. Já Caco Ciocler brilha ao interpretar o vilão Tzvi, cheio de lábia e crueldade.
No geral, “As Polacas” é um filme que, apesar dos tropeços, merece ser visto. Ele joga luz sobre uma história dura, mas necessária, e celebra a força de mulheres que, mesmo diante das maiores adversidades, se uniram para resistir e lutar por dignidade. Não é perfeito, mas é impactante – e deixa uma marca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para mim! Me diga o que achou dessa postagem e se quiser que eu visite seu blog, informe o abaixo de sua assinatura ;)