quinta-feira, 1 de maio de 2025

Screamboat – Terror a Bordo [Crítica]

 


Título Original: Screamboat

Título no Brasil: Screamboat – Terror a Bordo

Ano: 2025 

País: Estados Unidos

Direção: Steven LaMorte

Roteiro: Steven LaMorte  

Elenco: David Howard Thornton, Tyler Possey, Jesse Kove 

Nota: 3/5

Por Amanda Gomes

Vivemos numa era em que a criatividade, muitas vezes, começa pela apropriação. Não no mau sentido, mas pela possibilidade de transformar o que já conhecemos em algo novo e ousado. 

O longa se desenrola durante uma travessia noturna da balsa de Staten Island, em Nova York, onde Selena, uma jovem estilista repensando sua vida na cidade grande, embarca em meio a um grupo de mulheres fantasiadas como princesas da Disney. A ambientação já é uma sátira, e o tom lúdico se quebra quando Willie, um rato cinza de meio metro de altura, começa a matar os passageiros com uma criatividade tão grotesca quanto cômica.

É impossível levar Screamboat a sério — e o melhor é que o próprio filme sabe disso. Ele abraça o absurdo com vontade e faz disso sua principal força. O personagem de Willie, por exemplo, é uma mistura bizarra entre nostalgia e pesadelo: um rato deformado, animado por CGI, que não parece dividir o mesmo plano físico com os atores humanos. Talvez seja aí que mora uma das principais fraquezas do filme: o vilão, que tinha tudo para ser mais impactante com efeitos práticos, acaba parecendo um pouco desconectado da realidade do resto do elenco. E convenhamos, se ele tem só 60 centímetros, por que ninguém tentou simplesmente chutá-lo?


Mas, novamente, quem compra ingresso para ver um rato psicopata não está procurando lógica. Está procurando diversão — e nisso Screamboat entrega. As mortes são exageradas, quase cartunescas, e há um humor debochado que percorre todo o filme. O próprio som característico do ratinho (aquele risinho que você provavelmente já ouviu em algum parque temático ou vinheta da infância) é usado como ferramenta de susto e risada ao mesmo tempo.

As referências à Disney são um capítulo à parte. De princesas bêbadas a personagens que claramente fazem alusão a Peter Pan e Jasmine, tudo é feito com um tom de paródia carinhosa — e ligeiramente venenosa. Os fãs de cultura pop vão se divertir pescando os easter eggs e as piadas visuais escondidas ao longo da trama. Ah, e sim, tem cena pós-créditos (duas!), porque mesmo um filme sobre um rato assassino não resiste à tentação de sonhar com uma possível franquia.

É claro que o filme poderia ser mais polido. O roteiro poderia ter reviravoltas mais inteligentes, o CGI poderia ser menos artificial, e o humor poderia ser um pouco mais afiado. Mas Screamboat: Terror a Bordo não tenta ser genial — ele só quer ser divertido. E é exatamente isso que ele é. Um terror B moderno, que mistura gore, nostalgia e deboche com uma desenvoltura surpreendente.

Se você é fã de produções trash bem feitas, curte rir enquanto vê personagens correndo desesperados de criaturas improváveis, ou simplesmente quer algo inusitado para ver com amigos num feriado, essa pode ser uma escolha acertada. Screamboat não reinventa o cinema de terror, mas oferece uma viagem bizarra e, acima de tudo, divertida.

No fundo, é quase poético: transformar o ratinho símbolo da infância de tanta gente em uma máquina de matar descontrolada. A Disney certamente não aprovaria. E talvez por isso mesmo valha a pena assistir.

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