Título no Brasil: Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
Título Original: The Fantastic Four: First Steps
Ano: 2025
País: Estados Unidos
Direção: Matt Shakman
Roteiro: Josh Friedman, Jeff Kaplan
Elenco: Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn
Nota: 4/5
Por Amanda Gomes
Julho se despede com uma grata surpresa para quem, como eu, já tinha perdido um pouco da fé no MCU. “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” não só entrega a melhor versão da equipe nos cinemas até hoje, como também faz isso com um charme que mistura o retrô, o futurista e, principalmente, o humano.
Dirigido por Matt Shakman, o filme abraça com orgulho suas raízes nos quadrinhos e traz de volta aquela sensação gostosa de abrir um gibi com cheirinho de banca de jornal. Esquece o realismo cinza dos últimos lançamentos: aqui, a fantasia reina com carros voadores, tecnologia dos anos 60 turbinada, uniformes estilosos e até uma cidade que parece saída diretamente de uma capa do Jack Kirby. É uma carta de amor ao passado da Marvel, mas feita com um olhar apaixonado pelo futuro.
A trama começa com o grupo já consolidado como super-heróis e celebridades. E isso é ótimo! Nada de ver mais uma vez como tudo começou. Em vez disso, acompanhamos a dinâmica familiar de Sue, Reed, Johnny e Ben vivendo entre talk shows, ciência pop e dilemas pessoais, o que, sinceramente, foi uma escolha muito acertada.
Mas o brilho mesmo está nos detalhes. A Mulher Invisível de Vanessa Kirby, por exemplo, é o coração do filme. Forte, racional, sensível e decidida, ela finalmente tem o protagonismo que sempre mereceu. Ver sua liderança na Fundação Futuro e sua reação doce e esperançosa ao descobrir a gravidez foi de emocionar. É uma personagem tridimensional, humana e superpoderosa em todos os sentidos. Foi impossível não me ver nela em alguns momentos.
O Coisa também ganha profundidade rara. Longe do estereótipo do brutamontes, ele é retratado com uma delicadeza surpreendente. Sua dor por se sentir um monstro, o amor pelas raízes e até a sensibilidade para perceber a gravidez de Sue mostram o quanto a masculinidade pode ser repensada nos filmes de herói. Foi bonito, mesmo.
Já o Johnny Storm é aquele típico irmão mais novo carismático, impulsivo, meio inconsequente, mas com o coração no lugar certo. Sua relação com a Surfista Prateada dá um toque de romance cósmico que funciona muito bem. E, cá entre nós, vê-la surfando por buracos negros em vez de apenas entre prédios foi tudo que eu nem sabia que queria.
O único que parece um pouco deslocado é o Sr. Fantástico de Pedro Pascal e olha que amo o ator. Aqui, ele ainda está tateando seu papel, especialmente no uso dos poderes, mas sua postura mais fria e racional combina com o peso da culpa que ele carrega. Talvez seja algo que funcione melhor nos próximos filmes. Vamos torcer.
E falando em próximos, Primeiros Passos nos deixa com aquele gosto de quero mais. O filme é curto, rápido e direto ao ponto. Talvez até demais. Por mim, teria ficado mais um tempão naquela Nova York retrofuturista, com mais tempo para explorar relações e conflitos. Ainda assim, é impossível não se apaixonar pela estética, pelas cores, pelo clima meio Jetsons com uma pitada de existencialismo cósmico.
Ah, e não posso deixar de falar do Galactus. O visual dele, finalmente digno da lenda dos quadrinhos, é um presente. Nada de nuvem abstrata, temos um ser colossal, consciente, que impõe respeito desde a primeira aparição. A Marvel acertou em cheio aqui. Obrigada, Jack Kirby, por tudo.
No fim das contas, “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” pode até não ser o filme mais profundo do MCU, mas é, com certeza, um dos mais divertidos e apaixonantes. Ele tem alma. Ele tem estilo. Ele tem aquele senso de maravilha que fez a gente amar super-heróis lá atrás. E talvez, só talvez, seja o começo de um novo momento para a Marvel, mais lúdico, mais ousado e, acima de tudo, mais verdadeiro com suas origens.
E sim, tem duas cenas pós-créditos. Uma para os fãs do MCU, outra para os fãs de coração. Eu saí da sala com os olhos brilhando e com vontade de reencontrar essa família o quanto antes.
Confira em vídeo
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