sábado, 27 de setembro de 2025

Ne Zha 2: O Renascer da Alma

 


Título no Brasil: Ne Zha 2: O Renascer da Alma

Título Original: Nezha: Mo Tong Nao Hai

Ano: 2025

Direção: Yu Yang 

Roteiro: Yu Yang

Elenco: Yanting Lu, Mo Han, Hao Chen (III) 

Nota: 3,5/5.0

Por Amanda Gomes 

Ne Zha e Ao Bing são ressuscitados pelo Lótus Sagrado, mas logo precisam enfrentar um novo desafio quando Shen Gongbao ataca e coloca a dupla em rota de sobrevivência. Dividindo o mesmo corpo, eles embarcam numa jornada que mistura batalhas colossais, dilemas de identidade e reflexões sobre destino.

Visualmente, “Ne Zha 2” é um deslumbre. São milhares de animadores, centenas de estúdios e um resultado que não fica devendo nada às produções da Pixar ou da Disney. Cada luta é uma coreografia vibrante, que equilibra humor e peso dramático sem nunca deixar o espectador perdido. O filme consegue o que muitas animações ocidentais evitam: ousar em escala épica sem subestimar a inteligência do público.

Mas o coração da história está nos personagens. Ne Zha, que já lutava contra sua natureza demoníaca, agora precisa lidar com a presença de Ao Bing dentro de si. Um dilema que fala sobre identidade, convivência e vulnerabilidade. E até o vilão surpreende: Shen Gongbao, que parecia apenas “mais um inimigo”, ganha camadas que o tornam peça-chave para a força do enredo.

Um destaque que merece ser celebrado é a dublagem brasileira. A versão nacional reúne um elenco de peso, provando que nossa dublagem consegue acompanhar a grandiosidade desse tipo de produção.

É verdade que o filme tem seus tropeços: o humor nem sempre funciona, e para quem não assistiu ao primeiro Ne Zha, algumas partes podem parecer confusas. Afinal, a obra mergulha fundo em mitologia chinesa, cheia de símbolos, divindades e hierarquias que não fazem parte do repertório cultural da maioria do público ocidental. Mas nada disso tira o impacto da experiência.

No fim, “Ne Zha 2” é mais do que um triunfo técnico. É um filme que fala sobre coragem, aceitação e a luta contra forças que usam o poder para oprimir. É ousado, emocionante e atual, trazendo debates sobre identidade e sociedade dentro de um espetáculo visual arrebatador.

Depois de assistir, é fácil entender porque essa animação conquistou o mundo. “O Renascer da Alma” é épico em escala, mas íntimo em emoção. E nos lembra que, mesmo em meio a batalhas mitológicas, o maior desafio sempre será aprender a conviver com quem somos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para mim! Me diga o que achou dessa postagem e se quiser que eu visite seu blog, informe o abaixo de sua assinatura ;)