Título no Brasil: Shadow Force - Sentença de Morte
Título Original: Shadow Force
País: Estados Unidos
Direção: Joe Carnahan,
Roteiro: Joe Carnahan
Elenco: Kerry Washington, Omar Sy, Amaro Strong
Nota: 2,5/5.0
Por Amanda Gomes
Alguns filmes de ação vêm para nos prender pela adrenalina do início ao fim. Outros, para mergulhar no drama. “Shadow Force – Sentença de Morte” tenta estar no meio do caminho: uma mão segura o colete à prova de balas, a outra, o coração. O resultado? Um longa que se vende como um thriller explosivo, mas que acaba funcionando melhor como um drama familiar com pequenos estouros de ação.
A história acompanha Kyrah e Isaac, um casal separado que precisa proteger o filho de uma organização secreta chamada Shadow Force, um nome que promete mais do que entrega. É nesse núcleo central que o filme realmente acerta: a química entre Washington e Sy segura tanto as cenas de tiro quanto os momentos mais íntimos, e o menino que interpreta o filho funciona como uma âncora emocional que dá peso às decisões dos dois.
O problema é que, para um filme que carrega “força” no título, a ação não é tão memorável. Ela aparece em picos isolados, quase como pausas dramáticas com tiros, e não como um fluxo constante de tensão. As coreografias funcionam, mas não há nenhuma sequência que faça você querer voltar só para rever. Além disso, a tal Shadow Force, que deveria ser uma ameaça temível, fica mais na promessa: os antagonistas não têm identidade marcante, e o esquadrão de elite parece mais um pano de fundo do que uma força ativa na trama.
Há também a questão do orçamento, que se sente. Algumas cenas que poderiam ser épicas acabam filmadas de longe ou resolvidas rapidamente, como se o filme estivesse economizando energia e dinheiro. Momentos que poderiam mostrar habilidades incríveis de Isaac, por exemplo, simplesmente não acontecem. O resultado é um filme que, por mais que tenha boas intenções, parece evitar os próprios momentos de brilho.
No roteiro, as motivações às vezes soam convenientes demais. Personagens reagem de formas estranhas às situações, e certas cenas parecem existir apenas para empurrar a história, sem muita lógica. Isso não chega a quebrar completamente a experiência, mas deixa a sensação de que com mais cuidado e ambição a trama poderia ter sido muito mais impactante.
Ainda assim, é justo reconhecer que o diretor Joe Carnahan consegue amarrar as pontas e criar um clima divertido em alguns momentos, principalmente quando mistura ação com humor e romance. Há cenas boas, como uma festa de casamento que vira confusão e detalhes curiosos, como o uso de uma música de Lionel Richie que costura a narrativa de maneira mais inteligente do que parece à primeira vista.
No fim, “Shadow Force – Sentença de Morte” não vai reinventar o gênero, mas entrega uma história sobre amor, reconciliação e lealdade, embrulhada em tiroteios pontuais. Se você entrar na sala esperando um espetáculo de ação frenética, pode sair frustrada. Mas se for aberta a um filme que coloca a família acima de tudo, literalmente, talvez encontre aqui um drama com explosões ocasionais que, mesmo com limitações, tenta oferecer algo de calor humano no meio do caos.

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