sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Invocação do Mal 4: O Último Ritual [Crítica]


 Título no Brasil: Invocação do Mal 4: O Último Ritual

Título Original: The Conjuring: Last Rites

Ano: 2025

Direção:  Michael Chaves

Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, Richard Naing

Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Mia Tomlinson

Nota: 4/5

Por Amanda Gomes

Depois de tantos anos, “Invocação do Mal” chega ao que promete ser o seu capítulo final. Mas, como toda série longa, nem sempre manteve a mesma força. O terceiro filme, “A Ordem do Demônio”, deixou claro o desgaste: menos impacto, menos emoção e mais dependência do prestígio da marca.

Por isso, “O Último Ritual” surge com uma missão delicada: encerrar a saga de Ed e Lorraine Warren de forma digna. E, para a surpresa dos fãs, o filme consegue entregar um fechamento consistente, mesmo que não chegue perto da intensidade do primeiro longa.

O coração da história continua sendo Patrick Wilson e Vera Farmiga. A química dos dois permanece impecável, e é impossível não se envolver com a cumplicidade deles. É essa dimensão humana que diferencia Invocação do Mal de tantos outros filmes de terror: por trás dos sustos, o público se conecta com um casal que divide fé, dor e amor em meio ao caos sobrenatural.

Mas nem tudo funciona. Com mais de duas horas de duração, a trama se alonga em subtramas desnecessárias, como a tentativa de aprofundar duas famílias que acabam não tendo relevância real. Isso atrapalha o ritmo e deixa alguns trechos arrastados. Ainda assim, Michael Chaves entrega aqui seu trabalho mais sólido dentro da franquia. Ele não tem a mesma precisão de James Wan, mas cria momentos marcantes — a cena do espelho, por exemplo, já pode ser considerada uma das melhores de toda a saga.

Visualmente, o filme mantém a identidade construída ao longo da série. A fotografia, os enquadramentos e a iluminação carregada de contrastes reforçam a atmosfera de desconforto, sem depender apenas de sustos fáceis. Há também novos elementos criativos, como uma boneca perturbadora e um espelho amaldiçoado que funciona como canalizador de demônios, que adicionam frescor a um universo já tão explorado.

O longa ainda dá mais espaço para Judy Warren, filha de Ed e Lorraine. Isso abre caminho para possíveis futuros derivados, mostrando que o “fim” talvez não seja tão definitivo assim. Por um lado, essa escolha dá fôlego à franquia; por outro, dilui o terror ao incluir momentos familiares que quebram a tensão, como o longo churrasco que parece deslocado em um filme de terror.

No fim das contas, “Invocação do Mal 4: O Último Ritual” funciona como despedida. É elegante, nostálgico e respeitoso, mas não revolucionário. Para quem acompanha os Warren desde o início, a sensação é de dever cumprido. Para quem esperava um último choque, talvez reste a impressão de que a fórmula já chegou ao limite.

Seja como for, é um encerramento digno de uma das franquias mais importantes do terror contemporâneo.

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