sábado, 25 de abril de 2015

[Resenha] A Mulher de Trinta Anos @cialetras

Título Original : La Femme de Trente Ans
Título no Brasil. A Mulher de Trinta Anos
Autora : Honoré de Balzac
Editora Penguin - Companhia das Letras
Número de págs: 235
Tradução : Rosa Freire D ´Aguiar











Resenhar um clássico, como? A linguagem de " A Mulher de Trinta anos" não é a que estamos acostumados a ver nos livros atuais, pudera, escrito por Honoré de Balzac no século 18 a obra é tida como um marco da literatura mundial, veio desse livro o termo " as balzaquianas" para mencionar mulheres acima de 30 anos. 
Como acontece com os textos de Jane Austen, o livro de Balzac considera  a protagonista uma senhora que se casa tardiamente, muitos o consideram um romance psicológico onde a Júlia - a tal de 30 anos - se apaixona por quem sua família não aprova e acaba se casando com ele, o coronel Vitor é tudo que amamos em livros do gênero : rico, bonitão, corajoso. Mas como sabemos nem tudo dão flores em um casamento e ela descobre no dia a dia que seu marido não é flor que se cheire. Vitor é um homem que só pensa em si, maltrata os empregados e nem se importa com os sentimentos de sua esposa.
Júlia passa então a ser uma mulher infeliz que sente saudades da época que era solteira e que seu pai a tratava como uma rainha. A vida da mocinha não anda fácil quando ela recebe a notícia de que seu amado pai faleceu. O marido então a leva para casa de uma tia que é nesse local que ela vai se encantar com um jovem inglês. 
Nos tempos atuais os mais jovens estranharão o sentimento de impotência da protagonista , apesar de ser infeliz ela não e permite tempo algum pensar em abandonar o marido, divórcio era algo inconcebível na época. 
Júlia não tem nenhum envolvimento com o jovem, ao voltar da viagem passa a sentir se indisposta e descobre estar grávida, tal qual nos dias de hoje, a filha trará uma nova esperança para mãe que se sente feliz a ver o rostinho dela : Helena é linda .
Não entendo como nunca vi um filme desse clássico. Júlia as vezes é tão atual que nem parece uma personagem tão antiga. Ao se prender a fidelidade do casamento - mesmo que seu marido não a faça - não se permite amar Arthur ( o tal jovem inglês) que ela terá um encontro no futuro e descobrirá que ele é médico.
Apesar de ser um livro de poucas páginas ele nos envolve e muitos fatos acontecem em tempos que no início do livro explicam que não foi exatamente o tempo cronológico correto.
Júlia em sua história se apaixona duas vezes, se casa, tem mais 3 filhos ( sim, fora Helena ela ainda tem Gustavo, Moina e Abel! ), fica em depressão... é muita coisa para uma personagem só.

O fator tragédia corre solto pelas páginas ainda mais quando seus filhos não sabem de verdade de quem são filhos, Júlia não permite que saibam que a mãe se envolveu com outro homem e isso acarretará em um final não muito bacana para Moina. Em tempos onde as pessoas não viviam 80 anos como hoje , os personagens de Balzac se despedem cedo de suas cenas e deixam espaço para uma saudade no leitor que tem tudo para ter esse livro na estante como um de seus preferidos! Só acho que Nelson Rodrigues devia ser fã de Balzac!


3 comentários:

  1. É vergonhoso,mas confesso que não conhecia o livro :/
    Claro que já tenha ouvido ou visto alguma coisa pelo mundo literário, mas nunca parei de fato, para ler e para vibrar em uma resenha assim.
    Os conflitos, a época totalmente diferente da que vivemos..o esconder o amor, o aceitar os problemas que um casamento traz e ainda se calar.
    É realmente inacreditável que uma história assim, tenha sido escrita há tantos anos, onde os valores eram bem diferentes e mesmo assim, tão mais humanos!!!
    Lerei com certeza!
    Beijo

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  2. Eu já tinha ouvido falar sobre esse livro, mas nunca dei muita atenção porque ele não me atrai tanto. Pelo visto a personagem sofre muitas coisas ao longo da narrativa, como você mesma disse, a tragédia corre solta. Ainda não pretendo ler agora. Mas quem sabe depois?
    Beijos.

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  3. Gente como não eu nunca tinha ouvido falar desse livro. Que mundo que eu vivo? No mundo cor de rosa só da Evellyn só pode kk Me apaixonei pelo livro. Gosto muito dos livros que remetem uma lição de vida ou que sejam escritos com acontecimentos que qualquer um poderia passar.
    Confesso que me deu um dó da personagem por não poder ser rebelar e ficar com o amor do Arthur ou ficou né vou ler pra saber rs eu me apego fácil e as emoções dos livros passam para mim como se tivesse sido eu naqueles momentos.
    Preciso ler. Obrigada pela dica ;) Beijos

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