segunda-feira, 22 de junho de 2015

Menina que via Filmes : Montage Of Heck [Crítica]

Título Original : Kurt Cobain - Montage of Heck
Título no Brasil : Cobain -  Montage of Heck 
Dirigido por Brett Morgen
Com Kurt Cobain, Courtney Love, David Grohl mais
Gênero Documentário

Nacionalidade EUA
Ano : 2014






















O Nirvana fez parte de minha vida, não desse novo jeito de " ah, eu amava ouvir de vez em quando". Não , desculpem se vou parecer uma tia velha mas a verdade é que sou do tempo em que para amar uma banda era muito mais difícil. Você tinha a MTV em um canal UHF que ninguém conseguia pegar, na minha casa só pegava em cômodo. Tinham revistas importadas caras que eu juntava a grana do lanche para poder levar , na volta da escola eu entrava em livrarias que nem existem mais como Siciliano e Sodiler e comprava todas que tivessem na capa os grupos que gostava, Nirvana era um deles. Nem sei se ainda existem mas no próprio documentário elas aparecem : Rip, Kerrang, etc
As músicas deles embalavam minhas brigas com os pais, o carinha da escola que não queria absolutamente nada comigo e a rebeldia maior era ter comprado ingresso para o Hollywood Rock sem ter avisado meus pais, com a ajuda daquele pai menos careta da minha amiga que super apoiava a gente se vestir de preto o tempo todo e rasgar as calças que comprávamos intactas.

Imenso primeiro parágrafo para explicar para vocês o como ver algo relacionado a Kurt Cobain é como voltar ao passado. Comprei o ingresso no dia que começou a vender e como uma fã desesperada toda vez que ia no cinema e tinha banner, poster eu sacava o celular  e tirava uma foto.
Documentário começado era hora de mergulhar na história que eu já havia lido em um livro que amo e já resenhado aqui , o Mais Pesado que o Céu  , mas dessa vez era na telona, teriam outras revelações?
O diretor Brett Morgen optou por começar a contar desde a infância do líder do Nirvana, são vídeos dele fofo,muito pequeno comendo biscoito, cantando parabéns...nunca alguém iria imaginar que aquele anjinho se transformaria em um ídolo de uma banda que marcou gerações. O ponto alto do filme para mim foi ouvir as gravações inéditas onde com o áudio dele podemos reviver as cenas com a ajuda de uma animação muito bem feita.

Há depoimentos da mãe e do pai de Kurt que nos mostram um pouco o como a rebeldia dele se formou, ali em frente as câmeras ninguém age como inocente, há culpa para todos, o pai que deixou que a atual esposa o expulsasse de casa - e a própria mulher explica porque o fez - , a mãe que parecia não querer saber muito do filho depois que ele cresceu e que mal sabia com quem ele morava ou andava.
Ouve-se um burburinho na plateia quando uma ex namorada dele aparece, a moça que está bem acima do peso , conta que foi a primeira namorada séria dele, que ela trabalhava e ele ficava em casa escrevendo. Ao aparecer as fotos nota-se que ela era bem diferente o que então atrás de mim alguém fala: " ah, viu, ela não era assim imensa!". Preconceitos a parte, o susto talvez seja porque eu mesma nunca a tinha visto e porque se espera que astros do rock namorem ou se casem com mulheres com corpo de modelo, o que sempre foi muito comum no meio.
Tem muito da vida de Kurt ali, desde sua primeira vez com uma menina que não era muito bem da cabeça, desde quando quis se matar e não conseguiu.
O que se percebe é que cadernos e canetas eram seus companheiros diários, há muitos rabiscos, muitas frases, muitas músicas encontradas nos cadernos que ele tinha. O que descobrimo depois - não saiam da sala antes das luzes se acenderem - na entrevista somente com o diretor de que aquele acervo foi um susto para ele também, Kurt tinha centenas de páginas escritas com seus pensamentos e inícios de músicas famosas.
Ali naquelas quase 3 horas de documentário se foca pouco na banda, os companheiros de Nirvana aparecem em reportagens antigas, somente Krist Novoselic dá o seu depoimento nos dias de hoje, o atual líder do Foo Fighters e ex baterista do Nirvana Dave Grohl não apareceu, achei normal já que ele e Courtney não se falam.

Falta também, apesar de assinar como produtora, a filha de Kurt : Frances Bean. Mas vale lembrar que sobram momentos dela ainda criança com os pais em gravações apresentadas pela primeira vez no documentário . A paixão dos dois, totalmente destrutiva, acontece na tela o tempo todo. Seja através de pessoas dando seu depoimento - até mesmo da própria Courtney com aquele ar de " fora do ar" eterno - ou nas fitas. 
As fitas assustam, ali há o dia a dia dos dois, uma casa bagunçada, jeito de drogados e alcoolizados por todo instante , e cenas bizarras onde por exemplo ela pede a ele que deixe um bigode enquanto ela mostra os peitos pro amigo dele que está os filmando. 
Com o nascimento de Frances nada muda, há várias pessoas que dizem que ela continuou se drogando mesmo estando grávida, a menina nasceu com indícios da droga no organismo , os pais parecem não ligar para nada. Há mais momentos gravados onde brincam com ela chapados, tiram a roupa da criança e se amam de um jeito que só eles se entendem. Para quem está de fora é digno de pena.

Para Courtney Love - líder do Hole - sobram ofensas dos fãs até mesmo quando eles aparecem em uma revista na época chamada Sassy, ela se sente mal, ele odeia quem a deixa triste. Até hoje muitos fãs a odeiam, eu tenho aquele sentimento de " ela não teve culpa", era tão surtada quanto ele, pode ser insuportável aos olhos de muitos mas do jeito deles, se amavam, e quem sou eu para recriminar algo?
A diferença de tudo é que quando um casal se droga e somente um sobrevive para contar a história ele vira o vilão, já que como ele conseguiu se salvar e não salvou o outro? 
Do auge da banda temos os fãs gritando, vemos eles sendo debochados com a mídia, dando poucas entrevistas e isso o próprio diretor cita como uma dificuldade em se fazer algo sobre a banda.
Uma parte dos vídeos mostrados fala dos Guns n´Roses e da eterna briga entre ele e o vocalista da banda Axl, o que fez com eu que na época odiasse Kurt, mas não me impediu de chorar horrores quando fiquei sabendo que ele havia se matado.
Também me fez lembrar de quando ele tomou um monte de remédios e ficou em coma, na época eu não sabia mas hoje Courtney conta que foi porque ela pensou em trai-lo. 
FRANCES BEAN, COURTNEY LOVE e o diretor BRETT MORGEN

A morte é outra coisa que não se é focada, o tiro dado, o pós mundo sem o vocalista , tudo vira aquelas legendas de final de filme para contar ao público que fulano agora está vivo ou não...
Prato cheio para quem amava - e ama - a banda, para quem viveu aquela época então será um revival fantástico. 
O cara era gênio, pena que morreu tão cedo. 


Se você não conhece muito o Nirvana, veja abaixo minhas músicas preferidas da banda :

Smells like Teen Spirit




Come As You Are




Rape Me 




Lithium





4 comentários:

  1. que legal que voce postou as fotos tbm

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  2. Viajei horrores nas músicas!!!! Começar o dia assim é bom demais! Enquanto fui lendo a resenha aqui no blog, deixei tocando e que coisa mais linda reviver isso!
    Não fui tão fã assim do Nirvana, acredito que quando eles estouraram de verdade, eu já estava saindo da fase de rebeldia, passando pra uma fase de Mpb. Então, acompanhei bem pouco. Me recordo das brigas com o Guns, meus ídolos na rebeldia.
    Mas sei do quanto é complicado ver ali na tela, a vida de alguém que já gostamos ou que ainda gostemos, exposta assim. Com seus fracassos, raivas, revoltas..
    Aos fãs, ficam as lembranças ..e aos não fãs, o conhecer!
    Verei assim que possível!
    Beijo

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  3. kkkkkkkkk nossa vi que vc é fã msm, nunca fui fã assim de ninguém haha acho mto legal
    dpois vou parar para ouvir eles pra vê se gosto rsrsrs
    bjs

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  4. Nossa não sei porque ,mas não gosto de filmes...rsrsrsr sei lá ,sou meio doida acho...

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