terça-feira, 4 de agosto de 2015

[Resenha ] Eu Estive Aqui @editoraarqueiro

Título original: I Was Here
Título no Brasil : Eu Estive Aqui
Autora : Gayle Forman
Editora Arqueiro
Número de págs: 228








O tema suicídio não é fácil, quem já viveu isso na pele ou teve alguém próximo que o tivesse feito ou tentado não consegue ler nada sem que lhe toque. E esse livro me tocou muito, mas não achei que Cody fosse a heroína que vi tantas pessoas vendo. 
Meg e Cody cresceram juntas, eram inseparáveis, até que Meg ganhou bolsa para uma Universidade em Seattle e deixou a amiga para trás. O contato delas era grande, mas não tão mais do jeito que o tinham quando moravam na mesma cidade. Difícil não se ver na pele de uma das duas, principalmente se você sempre foi mais para Cody, uma espécie de figurante para que sua amiga tenha o papel principal em tudo que faz, começando pelos meninos que sempre se interessaram mais por ela, passando pela família de comercial de margarina que ela tinha com um irmão de 10 anos fofo chamado Scottie, para completar ela havia conseguido se livrar daquela cidade, estava voando mais alto em uma cidade maior e com uma bolsa para estudar o que sempre quis. Complicado entender porque a Sra. Perfeita achou sua vida entendiante e se matou, certo?
Errado, quem já teve depressão ou tem alguém da família que tenha sabe que os motivos são muitos, é doença, é grave e merece atenção, por isso mesmo ao terminar o livro a explicação da autora sobre ter feito uma matéria sobre o tema e ter se baseado em uma moça que realmente existiu para compor a protagonista que se mata Meg , faz todo a diferença, Gayle nos passa exatamente o que um suicida pensa, o que pode ser besteira e falta de amor próprio para uns é mais uma gota no copo para quem já pensou em tirar a vida tantas vezes.
Cody fica chocada com a morte da amiga, vai atrás de culpados para o ato, investiga tanto que acaba descobrindo que ela deixou no laptop provas que podem lhe ajudar a desvendar esse mistério. Meg era a mais engraçada, a que todos copiavam, só pode ter sido ideia de outra pessoa ela ter se envenenado, ou , alguma desilusão com um cara muito babaca que a fez cometer isso.
Ao entrarmos no mundo das duas vemos que Cody de certa forma teria aos olhos de todos mais motivos para se matar do que Meg, ela é de família humilde, chama sua mãe pelo primeiro nome - Tricia- , nunca conheceu seu pai, nem tem internet em casa, vivia à sombra de Meg e seu trabalho é limpar privadas. A menina não tem vida fácil. Muito menos outra amiga, ou um namorado de quem já tenha gostado.
Ao leitor fica a sensação de que Cody se sente culpada por não ter visto os sinais que a melhor amiga tem que ter mandado e só ela não percebeu, mas no fundo descobrimos com ela e com as verdades que estão escondidas em seu computador que nem tudo que achamos que sabemos de uma pessoa pode ser verdade, todo mundo tem seus segredos e Meg tinha muitos.
Um personagem que não gostei, foi Ben, um guitarrista, ex amigo/ ficante de Meg que se sente culpado por ela ter se matado e no fundo acha que ele não ter namorado ela pode ter sido um forte motivo. Cody se sente atraída por ele, o que achei tão desnecessário, por mais que ele tenha ou não culpa, que amiga que perdeu a outra vai se envolver com o cara que por ser homem transou com ela? E que a magoou?
Senti tanta raiva desse cara que não vou nem mais falar dele. 
Se Cody tem força para muitos, meu personagem favorito foi Meg, aquela que lutou contra um sentimento forte de suicídio, mas que infelizmente foi mais poderoso do que ela, e só quem nunca passou por isso vai chamar de covardia ou de frescura. Desculpem, tem que ser muito leigo para pensar algo assim.
Os motivos de Meg estavam escondidos , mas sempre há quem saiba a verdade, e isso achei incrível na história. Tão real, tão comovente que merece ser lido.
Não vou falar do que havia no computador porque estragaria a surpresa, mas garanto que em tempos de internet , aquilo existe e muito, que mais pessoas busquem ajuda antes de se entregar, e que mais pessoas tenham ajuda a tempo. Isso sim faz toda a diferença .

7 comentários:

  1. Não tinha lido nenhuma resenha do livro até então e queria o livro porque é da Gayle por motivos que eu adorei os outros livros dela "Se eu ficar" e "Para onde ela foi", mas não tinha noção do assunto abordado e fiquei surpresa e contente por ter mais autores abordando um tema tão importante e ainda visto como bobeira e não como doença.
    Se já queria agora quero mais ainda.
    Beijos

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  2. Meu Deus, Raffa! Fiquei curiosa e intrigada com sua resenha. Nunca li desse gênero, mas desde que você indicou esses livros para sabermos mais sobre as pessoas eu estava a procura de algum e gostei tanto da sua resenha que agora quero muito lê-lo.

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  3. Nos últimos tempos tem se falado muito de suicídios em livros...Acabei tendo que comprar Suicidas, que você resenhou aqui no blog e não me arrependi.
    É um tema forte demais e só quem passou por isso, ou conhece alguém que passou, sabe do drama e do quanto de sentimento isso envolve!!!
    Claro que este livro já é desejado, até porque a autora é incrível!!!
    Lerei com certeza!
    Beijo

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  4. Eu não tinha me interessado por este livro antes, nem sabia do que se tratava, mas fiquei curiosa em saber dos motivos que levaram a Meg a se suicidar.

    Abraços :)

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  5. Realmente costumo evitar esse tema, que me trás lembranças ruins...mas parece ser interessante.

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  6. Da Gayle só li Se eu ficar, e confesso que detestei. Desde então, nunca mais quis ler um livro dela, porém, esse me ganhou desde que foi anunciado o lançamento. A sinopse já me prendeu, e as resenhas que ando lendo dele também são ótimas.
    É um tema difícil, complicado, e sei que tem gente que julga aquele que comete suicídio, mas eu entendo, quem se mata, quer matar a dor e não a vida, a gente não pode julgar porque pode acontecer com qualquer um de nós...
    por isso quero demaaaais ler ele, só estou me preparando psicologicamente, rrs
    bjss

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  7. Nunca li nada da autora e até que me interessei um pc pelo misterio que envolve a morte Meg,com certeza lerei só não sei se num futuro próximo.

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