sábado, 23 de janeiro de 2016

Menina que via Filmes : 45 Anos [Crítica]

Título Original : 45 Years
Título no Brasil : 45 anos
Lançamento 29 de outubro de 2015 (1h35min) 
Dirigido por Andrew Haigh
Com Charlotte Rampling, Tom Courtenay, Geraldine James mais
Gênero Drama

Nacionalidade Reino Unido





Um casal que está junto há 45 anos. Uma notícia que chega há 1 semana da festa de casados deles colocando tudo que viveram juntos em segundo plano. Pelo menos para o marido. O que você faria?
Essa é  a história de 45 anos, Kate ( a maravilhosa Charlotte Rampling, concorrendo ao Oscar de melhor atriz) é uma professora aposentada, não teve filhos e é muito querida pelo povo da cidade que vive no Reino Unido. Sua vida é andar com cão Max, tomar conta da casa e de seu marido que há 5 anos atrás estava doente e que por essa razão não puderam comemorar com uma grande festa os 40 anos juntos.
Agora, pronta para realizar esse sonho, vê Geoff ( Tom Courtenay) com uma carta nas mãos que lhe abalou muito. O motivo? O primeiro amor da vida do marido, quando ele tinha cerca de 27 anos, sua então namorada Katia morreu enquanto escalavam montanhas na Suíça. Como se literalmente voltasse ao passado, Geoff divide com a esposa a dor de receber aquela notícia , esquece que isso pode magoá-la, conta detalhes da relação que tinha com Katia, explica que ela continua com aparência jovem por esta congelada todos esses anos. Em um exercício digno de Sidarta, Kate ouve o marido, finge que não liga e continua focada na festa.
Se você só de ler isso já ficou com raiva do marido , imagina o espectador vendo esse filme? São 45 anos juntos, eles tem na faixa de 60 anos...o diretor deixa claro o tédio de relação, o convívio diário, a velhice...a falta de sexo e de novidades na relação. Tudo isso ajuda a justificar porque para Geoff sua amada namorada é tudo que ele gostaria de ter vivido, mas a morte dela lhe privou.
A esposa dedicada está ali ouvindo atenta, a dor dela é apresentada em gestos, em olhares...todos percebemos, menos o marido, que afundado em um poço de egoísmo cogita ir até a Suíça para ver o corpo da namorada morta uma última vez.
Parece absurdo? E é. Uma relação de anos sendo " atrapalhada" por alguém que já morreu...como pode? O roteiro nos mostra, e é digno de aplausos. Como uma adolescente em início de namoro Kate pergunta ao marido " Se ela não tivesse morrido você teria se casado com ela?", a resposta é injusta. Soa absurdo para alguém que está prestes a comemorar boa parte de sua vida ao lado daquela pessoa, e sabemos que a verdade nem sempre deve ser dita.
Você continuaria com a festa? Aquele homem que lhe trai em pensamento com um amor do passado esquecendo que estão prestes a mostrar a todos o como são felizes juntos há 45 anos...merece que se esconda de todos o que ele tem feito? Merece que ela se divorcie?

São cenas seguidas onde fica complicado manter se indiferente as atitudes de Geoff.
Em cena, ele fica pequeno ao lado da gigante Charlotte Rampling, não precisam de muitas falas, mas de expressões que nos fazem sermos cúmplices do sofrimento de Kate. Quem não se indignaria no lugar dela? Vale a pena ficar casado tanto tempo? Então ele nunca a amou? Não terem tido filhos pode ter " estragado" a relação? São muitas perguntas e sabemos que não existe receita de bolo...mas em menos de duas horas de exibição o diretor consegue nos fazer satisfeitos, de termos visto um filme ótimo e que a cena final vai lhe fazer ficar pensando...no casal da tela, em você e no seu cônjuge, nos seus pais casados há anos... que filme!

4 comentários:

  1. Nem vi o filme e já odeio o marido!
    Eu não ficaria nem mais 1 segundo com um cara que só pensa na falecida!
    Mas fiquei com vontade de ver o filme.

    Beijos :)

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  2. Fiquei realmente interessada em ver o filme, parece ser uma história bonita. Com esse marido eu já teria acabado.
    Amei a resenha.
    Bjos.

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  3. Me recordei muito de um filme que vi já tem um bom tempo..Longe Dela. Nada a ver com a história e ao mesmo tempo, tudo a ver. Não o lance da traição e tals..mas o amor maduro. Essa cumplicidade que só os casais que viveram décadas juntos tem.. Meus avós mal se falam hoje em dia, pela doença de ambos, mas as mãos dele nas mãos dela, ali na cama, não precisam de palavras.
    Os gestos, olhares...é tudo que li acima e preciso ver esse filme pra ontem!!!
    Beijo

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  4. Sua resenha sobre esse filme foi perfeita! Já fiquei p da vida com esse marido insensível e egoísta! Agora preciso ver o filme logo pra saber sobre tudo que vai acontecer! :)

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