domingo, 3 de julho de 2016

Menina que via Filmes : Raça [Crítica]

Título Original: Race
Título no Brasil: Raça
Data de lançamento 23 de junho de 2016 (1h 58min)
Direção: Stephen Hopkins
Elenco: Stephan James, Jason Sudeikis, Eli Goree mais
Gêneros Drama, Biografia, Histórico

Nacionalidades Canadá, Alemanha
Ano: 2016








Às vésperas de recebermos os primeiros Jogos Olímpicos no Brasil , Raça deveria estar passando em todo  o país e ser quase que um filme obrigatório para entendermos porque devemos comemorar o que conseguimos hoje e entender a importância de uma Olimpíada para o mundo. É com esse filme que também se deve sair do cinema pensando nos erros que cometemos no passado para nunca mais o repetirmos. 
Jesse Owens ( Stephan James, fantástico) é um negro americano na década de 30 que vive com seus pais e seus muitos irmãos. Teve uma filha com a namorada mas não teve dinheiro para casar com ela, agora está se preparando para ser o 1º da família a ir para uma faculdade e acreditem, por lá seu maior desafio não será estudar mas sim vencer as barreiras do preconceito. 
Em uma época onde negros tinham um lugar especial nos transportes públicos e que não podiam sentar à mesa com os brancos, ir para um local onde noventa e nove por cento das pessoas não são da cor de sua pele e consideram normal olhar para você como uma aberração por causa dessa diferença. Owens pôde entender que o mundo nunca seria fácil para ele. Na faculdade ele logo é " descoberto" pelo treinador Larry Sneider (Jason Sudeikis em um papel sério) que vê no rapaz um potencial atleta para ganhar medalhas nas próximas Olimpíadas.

Começa aí o drama de Owens, sem grana ele precisa estudar, trabalhar em um posto de gasolina e cumprir as duras horas de treino, o que o treinador logo vê que teria que resolver. Aos poucos ele vai vencendo barreiras por seu talento, e quebrando muitos recordes, mas afinal porque fazer um filme dele?
Owens foi importante de diversas formas: vamos entender que o preconceito venceu alguns obstáculos mas não todos. Mesmo sendo reconhecido ele continuava tendo que seguir as regras ridículas de só usar  porta de serviço por exemplo.
Os Jogos Olímpicos seriam a grande chance dele provar que é o melhor do mundo, mas o filme também mostra o que aconteceu antes dos jogos em Berlim no ano de 1936. Com a Alemanha tomada por Hitler e seu braço direito, o Ministro Joseph Goebbels, os Estados Unidos e o comitê olímpico do país ameaçam que o país
não  participe da edição para que não seja visto como compactuando com o pensamento do Partido Nazista. No entanto, um dos membros - que depois viraria presidente - o engenheiro civil e ex atleta Avery Brundage ( Jeremy Irons, maravilhoso como sempre!) é corrompido pelo regime e pela ganância e faz campanha a favor dos atletas irem, já que foi subornado e em sua recente visita ao país e finge não ver que os judeus não estão " só" sendo expulsos do país. 
Owens como sabemos irá aos jogos, mas a reação dele quando vê que pode dividir quartos com brancos e comer na mesma mesa é uma das partes mais emocionantes do filme.
Além de ter ganho 4 medalhas em uma época onde os negros eram considerados inferiores, o atleta também ficou famoso por um fato que é mostrado no filme mas que os historiadores alegam que não foi somente com ele. A razão principal de Hitler e Goebbels quererem tanto que tivesse os Jogos em Berlim era única e exclusivamente para provarem com um filme - contrataram uma diretora famosa que aparece no longa - a supremacia ariana. A partir do momento que Owens ou qualquer outro judeu ou negro, ganhasse uma medalha, aquilo colocaria por água abaixo os planos dos dois. 
Owens faz isso com eles, como Hitler só queria cumprimentar os alemães que ganhassem as medalhas, o comitê internacional disse que ou ele cumprimentava todos ou não faria com nenhum. O que ele acabo fazendo. Mas a lenda diz que ele fez com Owens somente.
Os desafios vencidos, a história de superação e uma mensagem de que há como ter paz e parar com o preconceito sim, basta começar a mudança dentro de cada um de nós, é o que faz desse filme um dos melhores que assisti esse ano.
A cada medalha ganha, me senti na pele do atleta, que aprendeu que quem ditava os limites dele, era ele mesmo, pena que o governo americano só foi reconhecer a importância dele para a história do país após sua morte.
Esse filme deveria estar em muito mais salas, é uma lição de vida. 

4 comentários:

  1. Puxa, como não conhecia o filme, fiquei fascinada com tudo que li acima. Mesmo tendo se passado tanto tempo, essa história sobre segregação racial sempre me incomodou muito. Creio que não só a mim. Mas saber e presenciar histórias reais assim, da quebra de preconceitos ainda hoje, é algo fenomenal.
    Verei com certeza esse filme!!!
    Beijo

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  2. Não conhecia a história desse atleta, e com certeza o filme deveria estar passando em todos os cinemas!!! Pena que não tem o alcance que blockbusters têm :(
    Verei com certeza.

    Beijos :)

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  3. Gostei muito da sua crítica, um filme forte e dramático uma lição realmente.
    Espero que não demore a chegar aqui.
    Bj.

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  4. Deus do céu, o Jesse Owens de A menina que roubava livros!!!
    PRECISO ASSISTIR AGORA!!!
    amei a resenha, deu pra ver que é um filme incrível e de muita superação.
    Apesar de todo preconceito =(
    já quero.
    bjão

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