[Show] Rock in Rio 6 - Guns n´Roses

Depois da traumática edição do Rock in Rio de 2011 jurei à mim mesma que não colocaria os pés no evento. Naquele ano assisti em algum dia de outubro os Guns n´Roses fazerem um show bom, mas no meio de um dilúvio após uma demora de 3 horas do Sr. Axl Rose. Nunca vou esquecer que minha câmera novinha fico toda molhada e claro que não funcionou mais depois do show. Algo tão absurdo e cansativo que só quebrei minha promessa depois que ele ( Axl) fez as pazes com Roberto Medina ( o dono do Rock in Rio). Mesmo com o trauma, cheguei a comprar ingressos para 2013 mas naquele ano em uma deprê braba por causa de um namoro que não merecia nenhuma lágrima, eu acabei vendendo o ingresso que veria o Bon Jovi.

Ok, anos se passaram, e depois de ver muitos shows do Guns, oito para ser mais exata, chegou a vez de vê-los no Rock in Rio mais uma vez. A promessa era de que como o lugar era  Cidade Olímpica com aquela estrutura maravilhosa, ao invés dos 70 mil ingressos por dia seriam 100 mil, o que já me deixou apreensiva, mas lá fomos nós.

O primeiro acerto que fiz foi ter comprado o tal bus primeira classe, apesar de caro ( tudo é caro, como sou estudante pago meia-entrada e o ingresso saiu a R$ 300, 00 + R$100,00 do bus) é o jeito mais seguro e confortável de ir até o evento. 

Compramos para às 18h, eu detesto sol e o Guns só pisaria no palco às 12:30h ( meia-noite e trinta minutos!!). Como as pessoas aguentam ficar no sol desde às 14h? Não entendo...

 A cidade Olímpica que tive a honra de trabalhar é de fato uma estrutura incrível que deve ser melhor aproveitada, na verdade, muito mais usada! Logo na entrada enfeitaram com tudo que amamos tirar fotos, o bus parou perto, o friozinho gostoso da primavera do Rio estava à mil, nada que desse  para reclamar, então resolvi ir ao banheiro já que vi um sem fila - da minha casa até lá leva cerca de 2 horas! - e para minha alegria não era químico!

Pudemos andar ainda sem confusão até a arena da de Games, um espaço bem bacana e com venda de alguns itens de fãs que fiquei louca para comprar vários.

 Claro que tudo eu ficava comparando o espaço utilizado pelo que era o da Rio2016, mas esse ficou de fato bem bacana e super lotado, além de ter ar condicionado e locais para o pessoal descansar da maratona de shows.

Até porque o Rock in Rio é um Festival bem Parque de Diversões, tem Montanha Russa, Roda-Gigante, etc Não fui em nada disso e na verdade minha irritação com o público do Festival começou um pouco mais tarde. O dia 23 de setembro ( sábado) tinham no Palco Mundo as bandas: Titãs (eu adoro, mas só peguei o show no meio), Incubus, The Who e claro o Guns n´Roses. 

As filas para comer eram imensas, o local foi ficando bem lotado conforme a hora ia passando e o público que ia de criança a idosos foi cansando, natural. 

Por volta das 23h o The Who subiu ao palco, meu marido e meu BFF Igor estavam comigo, eles queriam MUITO ver o show dos caras, eu confesso que conhecia -ou me lembrava - de 2 músicas. 

 Foi assistindo o show que percebi porque nunca gostei muito de Rock in Rio, ainda mais hoje. O Festival se transformou em um poço de status de Facebook, em marcações sem fim de Instagram. Se celulares fossem proibidos certamente boa parte do público nem teria ido. Muita gente usava roupa das bandas sem saber citar 2 músicas delas. Eu nunca fui dessas fãs que acha que sabe mais, que só eu gosto....mas ver o que vi nos shows do The Who e do Guns n´Roses foi decepcionante.

Boa parte das pessoas que foi só bebia o tempo inteiro, no que eu tenho a ver com isso? Elas passavam na minha frente, voltavam com bebida derrubando em todo mundo,  e aí 10 minutos depois iam novamente. É como se você sentasse para assistir um filme e toda horas 10 pessoas da sua fileira pedissem licença para comprar algo na bomboniere ou para irem ao banheiro. Sim, insuportável!

 Fora muitas pessoas que resolveram sentar e/ou deitar no meio do gramado enquanto esperavam o próximo show...porque fazem isso? Querem beber e fumar maconha - era o tempo INTEIRO- porque não ficavam mais afastados para não atrapalhar quem queria curtir o show de verdade? Que coisa chata. Fora muita gente que batia papo, sobre os mais variados temas, de costas para o palco!

Ok, passado o show do The Who, um intervalo de 30 minutos do Guns n´Roses que não fez feio, apesar dos críticos de meia tigela das redes sociais. Como me irrita quando alguém fica comparando a beleza do Axl - ele é CANTOR!!! Não modelo!- e a técnica vocal, mas a pessoa acabou de comentar que ama Pablo Vittar - e apesar de não ter nada contra esse rapaz e entender a representatividade dele, sei que voz ele não tem nenhuma! Basta verem as apresentações ao vivo dele- e com certeza essas pessoas não sabem que Axl que sempre cantou em Drive ( e é mega hiper perigoso cantar assim, porque gasta demais as cordas sem preparo) já teve que operar 2 vezes as cordas...e que o desafino cobrado é na verdade porque ele acostumou o público a um timbre que aos 50 anos não consegue mais atingir, mas e daí? O cara é esforçado, correu o palco todo e fez três horas e meia de show! Então cala bokitos!

 Quando as armas começaram a "atirar" no telão sabia que entrariam, eu como sempre chorei muito, era o Guns, eram os caras que sou apaixonada desde os 11 anos e isso é bastante tempo.

Entrando com It´s so Easy  a plateia composta boa parte por posers mal se mexeu, eu pulava como doida, como se não existisse amanhã, depois foi  a vez de cantarem Mr. Brownstone outra maravilhosa que deu para perceber o como o som não estava muito bom, o microfone de Axl falhava e muito, Duff brincava com seu baixo e Slash não precisou de um solo completo - ainda - para ganhar gritos da plateia...ainda tivemos Chinese Democracy seguida de uma que não há quem não conheça: Welcome to the Jungle. Dali para frente era visível o esforço de Axl para terminar os graves, mas ele não desistia e pegava fôlego de outras encarnação para correr pelo palco e animar a já entediada plateia. Acho que ele não percebeu porque cantou uma atrás da outra, não reclamou de nada e segui entoando hinos como Double Talking Jive, Better e Estranged. 

A plateia lá da frente eram os fãs de verdade, aqueles que sabiam todas as músicas, tive o azar de ficar ao lado da turma da balada e da selfie, muitos se sentaram e começaram a irem embora após 1 hora de show, sem nem sequer olharem pro palco.

Live and Let Die também não faltou e foi fantástico ver mais uma vez meus ídolos tocando uma de minhas músicas prediletas de Sir Paul. Logicamente que me desfiz em lágrimas quando tocou Rocket Queen, sem caprichar muito na dança mas arrasando nos vocais dessa, Axl deixou o solo do meio para vibrarmos com um Slash abençoado, em dia de deixar qualquer um de queixo caído, Fortus já se entrosa bem com todos no palco e a semelhança com Izzy sempre ajuda. A bateria de Ferrer é sempre competente, mas tenho uma paixão insana por Matt Sorum. Nunca vi Adler tocar com o Guns, talvez isso justifique.  

Dizzy Reed fez sua função de sempre, a de só aparecer nos teclados de Civil War e de mais algumas músicas que Axl o chama, Melissa é a backing vocal que ao meu ver apesar de simpática não encanta como as moças que faziam coral para eles na década de 90.

Teve You Could be Mine, Yesterdays, Don´t Cry, November, Rain, Paradise City...e muitos outros hits.

Foi show para lavar a alma, e quem não gostou, nem perca seu tempo lendo o que escrevi, vai para o show do Safadão, querer que eles sejam os mesmos de 30 anos atrás é exigir que uma modelo não envelheça.

A propósito, amo Steven Tyler, mas ele fez cirurgia para manter um nível parecido de voz que tem hoje, todas mudam...é ignorância achar que não, e criticar sem conhecer é coisa de poser, ops...esqueci que Rock in Rio é um antro deles.