terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Menina que via Filmes: Projeto Flórida [ Crítica]

Título Original :  The Florida Project
Título  em Português: Projeto Flórida
Data de lançamento 1 de março de 2018 (1h 51min)
Direção: Sean Baker
Elenco: Brooklynn Prince, Bria Vinaite, Willem Dafoe 
Gênero Drama
Nacionalidade EUA








por Reinaldo Barros


Projeto Flórida chega timidamente com apenas uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante com Willem Dafoe, no entanto isso não o desmerece em nada. Particularmente eu acho uma injustiça não ter sido indicado em outras categorias. A atuação das crianças faz com que todos nós fiquemos presos ao filme torcendo pela pequena Moonee e seus amigos quando se aventuram pelos cenários cuidadosamente pensados.

Este longa é repleto de mensagens subliminares, fique atento para percebê-las! Para os que ainda não sabem, Projeto Flórida foi o primeiro nome da Terra da Disney ou Disneylândia quando ainda estava no papel, quando ainda fazia parte de um planejamento. O filme se passa na região periférica do parque de diversões, porém não vá pensando que você verá as famosas princesas ou o castelo da abertura de diversos filmes. Aqui a princesa da vez é a pequena Moonee (Broklynn Prince) que também vive num castelo mágico com sua mãe Halley (Bria Vinate) e seus amigos.
Aqui o lúdico e o real andam juntos o tempo todo assim como as crianças que se aventuram por construções abandonadas, terrenos baldios e também pela famosa avenida 902. Essas crianças vivem suas vidas sem as mesmas preocupações que seus pais, brincam e se divertem como crianças comuns da periferia, sem muitos brinquedos, mas com muita energia e companheirismo.

Quando os adultos entram em cena a leveza fica de lado e problemas sociais logo aparecem. Nesse núcleo a realidade é dura e nada lúdica. Na Terra da Oportunidade não há oportunidade para todos e sem compaixão a ajuda de terceiros a sobrevivência se torna impossível. Se alimentar, ter um teto e um emprego são as principais metas de uma hospede problemática e uma amável mãe, não muito responsável, porém consciente de suas falhas tenta fazer o melhor para seguir em frente ao lado de sua princesa.
Apesar de algumas risadas inevitáveis por conta das travessuras das
princesas e dos príncipes não se trata de uma comédia e sim um drama didático em diversos aspectos. O principal deles a meu ver é o cuidado que devemos ter com as crianças e com a infância, principalmente das mais carentes, estejam elas em favelas cariocas ou em conjuntos habitacionais estadunidenses. Moonee é o retrato da criança vulnerável, não supervisionada de perto por um adulto e sempre exposta a sérios riscos, hora trazidos por sua mãe, outrora consequências de suas próprias brincadeiras.
Projeto Flórida acertou na medida exata entre entreter e ensinar ao mostrar a realidade ignorada dos adultos e crianças indesejadas presentes no caminho para a “Terra da Fantasia”. Espero que depois desse filme as pessoas olhem com mais carinho para crianças e adultos que só desejam uma oportunidade de viverem com dignidade.


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*Cabine de imprensa à convite da distribuidora.

4 comentários:

  1. Já tinha dado uma olhada por cima nesse filme,até pela indicação ao Oscar e amando o trabalho de Dafoe, é claro que eu desejo muito poder ver.
    Acredito que retratar a realidade, bem diferente da apresentada não só em muitos filmes e livro, é essencial, principalmente quando isso envolve crianças.
    A pobreza, as necessidades e também os cuidados.
    Verei com certeza!
    Beijo

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  2. Olá!
    Não sabia do filme, parece bom, curto trabalhos com o ator, qro vê com toda ctz!
    Bjs!

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  3. Reinaldo!
    Sabe que por vezes não entendo bem como são feitas essas indicações para o Oscar, sabe? Filmes tão bons como esse que mostram uma realidade vivida em várias partes do mundo e ainda mistura um tom de 'conto de fadas' para as crianças, recebe apenas uma indicação.
    E outros filmes fracos, por vezes até ganham o Oscar, vai entender?
    “Eu escolho um homem que não duvide de minha coragem, que não me acredite inocente, que tenha a coragem de me tratar como uma mulher.” (Anaïs Nin)
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Não tinha ouvido nada sobre o filme, fiquei interessada em ver.

    Beijos :)

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