domingo, 13 de maio de 2018

Menina que via Filmes: Paris 8 [Crítica]






















Título Original: Mes Provinciales
Título no Brasil: Paris 8
Data de lançamento 17 de maio de 2018 (2h 17min)
Direção: Jean-Paul Civeyrac
Elenco: Andranic Manet, Gonzague Van Bervesselès, Corentin Fila mais
Gêneros Drama

Nacionalidade França
#66

por Cecilia Mouta

Paris 8 conta a história de Étienne (Andranic Manet), um jovem que sai da sua cidade natal em Lyon e vai para Paris estudar cinema na escola Paris 8. Do interior para a cidade grande, Étienne experiencia várias situações que em sua cidade natal não seria possível. Faz amigos, frequenta festas e conhece garotas. O único problema é que Étienne deixou uma namorada em Lyon e após muitas traições, o relacionamento do casal termina. O filme mostra sob vários ângulos os desafios que é morar longe de casa e a dificuldade e sofrimento que, muitas vezes, o amadurecimento pode trazer. 

O filme é também muito político. Os diálogos são todos carregados de “partidarismos”, sejam político, ideológico ou cinematográfico. Como o personagem principal vai estudar cinema numa escola de cinema, algumas cenas assumem um carácter bem didático, explicando sobre grandes diretores, sobre a história do cinema e suas estéticas. Pra quem gosta de estudar isso, o filme é um prato cheio. Com as imagens em preto e branco, o filme faz grande alusão ao cinema francês de décadas passadas, trazendo um quê de retrô além de aproximar a história dos tantos filmes mencionados. E por falar em menção, o filme é um prato cheio de referências. Tanto literárias, fazendo alusão a grandes pensadores franceses do século XX, a romancistas de clássicos mundiais como Emily Bronte e seu famoso “O morro dos ventos uivantes” e algumas exibições de filmes clássicos da história do cinema. 

Porém, apesar de carregar tanta coisa boa em sua bagagem, e talvez justamente por isso, o filme, ao longo dos seus 137 minutos, torna-se cansativo. Senti falta de alguns momentos de alívio dessa narrativa tão carregada e potente. 
Paris 8, portanto, não é um filme para qualquer público. Em vários momentos podemos perceber na tela o toque de um cinema de autor e o longa-metragem mais se aproxima de um filme cult, que exige do espectador certos conhecimentos prévios tanto de cinema como de literatura e filosofia para entender todas essas referências. E mesmo assim, mesmo com boas atuações, excelentes referências e o clima francês que faz bem a qualquer história, Paris 8 peca por cenas, muitas vezes, muito longas e  diálogos muito carregados. Talvez uma edição mais rigorosa desse conta do recado. 


















por Raffa Fustagno

A Cecilia já deixou muito claro diversos pontos que concordo da crítica, mas outros gostaria de salientar e por ser extremamente fã do cinema francês, optei por colocar na balança o que o filme tem de ruim e de bom, para ser visto, confiram abaixo:

  • É a primeira vez - que me lembre- que vejo um filme abordar o que os americanos abordam filme sim, filme não. A saída de um filho do conforto da casa de seus pais para fazer uma faculdade em outra cidade. No caso desse filme Etienne ( Andranic Manet) poderia fazer cinema em sua cidade natal mas ambiciona ser famoso como cineasta e opta por Paris deixando para trás seus pais - ele é filho único - e uma namorada de 6 anos de relacionamento;
  • O tema fidelidade é algo que me incomoda muito, Etienne é infiel à tudo, à seus amigos, à sua namorada, às suas ideias, parece perdido e de fato está. O tom melancólico do filme em preto e branco ajuda com que a gente caia na depressão que é assistir esse filme. O personagem nos dá raiva a partir da primeira traição, dali para frente ele só piora
  • Se teve algo que gostei bastante e que também foi a primeira vez que vi isso no cinema francês, foi o cara mais odiado da faculdade ser um rapaz negro. Calma, eu explico, em nenhuma cena isso é levado em consideração, em nenhuma cena citam a cor da pele dele, geralmente os filmes franceses trazem histórias sobre preconceito e imigração quando personagens negros aparecem. Apesar de Mathias ( Corentin Fila) não ser amado, ele é tratado de igual para igual. Por ser questionador e não aceitar posições divergentes à sua não tem muitos amigos, mas faz sucesso com as mulheres e mesmo que seus filmes feitos na faculdade de cinema tenham qualidade, ele mesmo se boicota. É um personagem sofrido mas que em momento algum o racismo é citado como razão, achei sensacional e gostaria que a vida fosse assim, Mathias é e merece ser criticado por suas ideias e comportamento, independente do tom de sua pele. 
  • Em tempo: Etienne tem uma certa fixação por Mathias desde o primeiro instante, pensei em algo sexual, mas percebi que estava errada, talvez ele desejasse somente ser corajoso como ele.
  • O filme tem um ritmo lento e isso cansa, não é cinema para qualquer espectador, acredito que quem faça Cinema vá ver qualidades que não vi. Não me incomodou seu preto e branco, mas a narrativa de mais de 2 horas cansa, até porque o protagonista não cativa em momento algum. A melhor cena para mim é quando ele é definido pela primeira namorada, queria fazer uma Hola no meio do cinema.
  • Ainda que lotado de personagens confusos que não sabe se casam ou se compram uma bicicleta. O filme mostra o jovem perdido típico de qualquer país onde se pede que escolha o que quer ser para o resto da vida em uma idade onde ainda nem se sabe o que quer fazer com sua vida.
  • Alguns personagens são confusos, e também não nos dizem muito aos que vieram, Annabelle ( Sophie Verbeek) começa a dividir o apartamento com Etienne mas serve mais para mostrar ao rapaz que ele não terá tudo que quer da vida. Rasa, sem muita explicação de como consegue se manter mesmo quando lhe perguntam, eu esperei de verdade que ela tivesse a função da famosa boneca possuída e matasse o protagonista, pelo menos assim o filme teria terminado antes.

3 comentários:

  1. Mesmo sendo fã de cinema e tals, lendo as críticas acima, acho que não terei "saco" para ver um filme assim. Não por ser preto e branco, apesar de fazer muito tempo que não via nenhum lançamento neste estilo, mas sim, pelo filme ser muito longo e muito lento, pelas descrições acima.
    Acho que prefiro não ver..rs
    Beijo

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  2. Olá!
    Não é aquele filme que eu curto assistir, o tema não me agrada tbm, não sou mto fã ...
    Bjs!

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  3. Muita informação, filme muito longo... E os pontos negativos não me fazem ter vontade de assistir, esse fica para uma próxima kkk

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