segunda-feira, 28 de maio de 2018

[Resenha] A Marcha Livro 1 @editoranemo

Título Original: March: Book One 
Título no Brasil: A Marcha - Livro 1
Autor: John Lewis/ Andrew Aydin/ Nate Powell
Editora Nemo
Número de págs: 124
Tradução de Érico Assis
#61


No Brasil talvez não se tenha a dimensão exata do que foi a segregação racial nos Estados Unidos. Certa vez quando trabalhava no Consulado Americano falei que era feriado para algumas amigas em homenagem à Martin Luther King, apesar de já terem ouvido falar dele não sabiam exatamente sua importância.
Quando a Editora Nemo me enviou a sinopse eu pensei que John Lewis relatasse o último dia antes do assassinato do Pastor King, quando na verdade é mais focado na luta de Lewis em defesa do fim da segregação racial e por assim sendo seu encontro com King no famoso dia da Marcha que dá nome ao livro. Trata-se de uma trilogia e nesse primeiro conhecemos quem é John Lewis - ele está vivo- de uma forma muito bacana.

Em seu gabinete Lewis encontra com 2 crianças negras acompanhada da mãe que querem saber mais sobre quem é ele e a importância dos direitos civis que luta tanto. Ele então conta a história de sua infância e vamos juntos descobrindo mais sobre ele e como sua vida foi mudada quando passou um tempo longe da fazenda. Um exemplo é que ele defendia as galinhas de sua família, lhes dava nome e não gostava que ninguém as comesse. Mas quando foi para uma cidade maior aprendeu a comer e saborear um frango, ele mesmo cita que deve ser porque não conhecia ele vivo.
Outros pontos são importantes notar: naquele tempo os negros eram proibidos de frequentarem os mesmos locais que os brancos, tinham ônibus inferiores para serem usados e em alguns os assentos lá atrás eram destinados "as pessoas de cor". Assim eram até mesmo os bebedouros, algumas cidades eram ainda mais racistas, o próprio tio dele em uma viagem de carro evita que ele pare nesses locais para não sofrer com o como as pessoas tratam quem não tem a pele clara. Parece absurdo e é.
Lewis assim como King lutou pelo fim da segregação, foi espancado e preso várias vezes, e a marcha que dá nome ao título se deve a travessia que fizeram ao lado de King quando decidiram lutar juntos pelo fim do tratamento diferenciado, um jovem negro havia morrido recentemente injustamente para variar e eles e muitos resolveram que era hora de dar um basta. 
*A Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade foi uma manifestação política de grandes proporções ocorrida na cidade de Washington D.C., capital dos Estados Unidos, em 28 de agosto de 1963, organizada e liderada entre outros pelo advogado, pastor, ativista dos direitos humanos e pacifista Martin Luther King, que reuniu mais de 250.000 pessoas na cidade para clamar, discursar, orar e cantar por liberdade, trabalho, justiça social e pelo fim da segregação racial contra a população negra do país.
Durante o dia, manifestantes de toda parte do país, cuja maior percentagem era de negros chegaram a Washington, muitos deles após caminharem pelas estradas, para a manifestação programada pelas lideranças negras dos EUA, causando grande preocupação ao governo do Presidente John Kennedy, um político simpático à causa, de que a aglomeração acabasse causando conflitos e transtornos irreparáveis, que prejudicassem a aprovação da legislação dos direitos civis, então em curso de aprovação pelo Congresso e manchasse a imagem do país internacionalmente.
Entretanto, esses temores não se concretizaram, com o ato transcorrendo em profunda ordem e civismo, e sua repercussão mundial o tornou na maior força política para a aprovação das leis de direitos civis e direito de voto, em 1964 e 1965.*
Acima coloquei uma explicação melhor sobre a importância da marcha retirada da internet ( wikipédia) mas que ajuda a entender o cenário e sua importância.
John Lewis virou um importante congressista que recebeu uma medalha no governo de Barack Obama, o primeiro negro a ser presidente dos Estados Unidos.
Com muitas histórias e lutas para contar desses tempos tenebrosos, A Marcha é um livro necessário para que lembremos que ninguém é melhor do que ninguém pelo tom de sua pele. Em formato de HQ ela é facilmente lida em pouco tempo e eu fiquei ansiosa pelo livro 2!



3 comentários:

  1. Gte eu nuunca tinha visto esse livro, eu gostei mto de conhecer sobre, qro ler mais, qro conhecer mais....
    Já anotei aqui nos desejados.
    Bjs!

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  2. Gostei da resenha, Tenho essa Hq, mas ainda li, mas depois de ler sobre ela aqui, vou ler logo logo :)

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  3. Acabei de ler a resenha desta Hq em outro blog que acompanho e fiquei encantada com o que vi e li a respeito da obra. Como não conhecia e só tinha ouvido ou lido o nome de Lewis por aí, foi bom pra alma ver algo deste nível!
    Mesmo achando triste demais que ainda seja preciso ter obras tanto no cinema quanto literatura, sobre isso, de preconceito e segregação, a gente tem uma vaga noção do quanto tudo isso foi cruel e desumano, mas também é por pessoas como Lewis, que esta luta ainda não acabou!
    Espero poder ter e ler a Hq em breve.
    Beijo

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