sexta-feira, 20 de julho de 2018

[Resenha] Nada a Perder @editoranemo





































Título original: Roughneck
Título no Brasil: Nada a Perder
Autor: Jeff Lemire
Editora Nemo
Tradução de Jim Anotsu
Número de págs: 272
#91
por Raffa Fustagno

Jeff Lemire é uma lenda dos quadrinhos, ainda que seja meu primeiro contato com ele, pude perceber o como ele manda muito bem, tanto na história quanto nos traços. E sim, o livro foi traduzido como Nada a Perder  tendo muito a ver com o momento vivido pelo protagonista  e nada a ver com a biografia do bispo Edir Macedo.
Derek é um ex jogador de hóquei, falido e cheio de problemas, não vê nenhuma luz no fim do túnel e desconta tudo em bebidas, aliás seu lugar habitual tem sido o bar.

A vida "útil" de um jogador não é muita, o esporte envolve força e brutalidade e após sua aposentadoria, Derek não tem muitas lembranças boas pós sua carreira ter acabado, e ele desconta em tudo e todos ao seu redor, se alguém pede uma foto ele se irrita, e tem cenas dessa violência exagerada várias vezes nas páginas.
Isso é notado nos traços e principalmente nas cores, se falamos do passado as páginas tem cor, as do presente não. Lido no meu atual momento me fez lembrar que já passei momentos muito melhores que o atual, pode ser que a leitura seja meio depressiva para quem não está muito bem com a vida, mas nada que seja tão pesado a ponto de não merecer ser lido, apenas uma constatação feita de acordo com a lembranças do protagonista.

A história se passa no Canadá em uma cidade pequena e com muito gelo ao redor, o que deixa o clima ainda mais para baixo, Derek é extremamente amargo com tudo, se mete em brigas o tempo todo, e literalmente não tem nada a perder quando faz o que dá na telha, assim como o título nos  informa.
Falta esperança na vida dele e isso é bem claro. é como se diariamente ele aguardasse por algo que não virá e isso o frustra. O reencontro com a irmã em um momento nada bom para ela também, o fará rever algumas coisas, muito do que eles viverão na história faz com que a gente perceba o como o que passou na família também influi em quem se transformou.
Eu gostei da história, mas  o tema da deprê não foi tão bem digerido, mas confesso que alguns pontos como a presença do cão em algumas páginas  e seu significado, foram reveladores e bem bacana de serem acompanhados, no final o resultado foi positivo e indico muito essa HQ.


3 comentários:

  1. Acompanhei essa Hq já tem um bom tempo e sinceramente ainda não sei o que pensar.
    Eu adorei os traços das ilustrações,gosto deste ar sombrio,denso e até fúnebre, mas li também sobre a violência que há no enredo e como ainda sou leiga em quadrinhos, quero muito dar uma chance a este!!!
    Beijo

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  2. A Nemo está fazendo um ótimo trabalho com as Hqs que tem trazido pro Brasil, essa parece ser bem bacana, fiquei curiosa com a história.

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  3. Raffa!
    Nossa! É uma HQ bem diferente das que vejo por aí.
    E como falou, tudo é muito frio na narrativa dos fatos e na minha opinão, inclusive os traços. Brancos e azuis dão realmente a impressão de gelo ou algo gélido. E a tarja vermelha quando vai haver briga ou algo do gênero. Fantástico.
    “O homem está sempre disposto a negar tudo aquilo que não compreende.” (Blaise Pascal)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA JULHO - 5 GANHADORES - BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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