quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Menina que via Filmes: Mare Nostrum [ Crítica]

Título Original: Mare Nostrum
Data de lançamento 4 de outubro de 2018 (1h 41min)
Direção: Ricardo Elias
Elenco: Silvio Guindane, Ricardo Oshiro, Carlos Meceni mais
Gênero Drama
Nacionalidade Brasil












por Cecilia Mouta

Maré Nostrum conta a história de duas famílias que, anos depois, veem suas vidas se cruzarem de novo. O filme começa num dia bem chuvoso, em 1982, quando João Viana (Ailton Graça) se encontra com Nakano (Edson Kameda), num terreno vazio de frente para praia, para negociarem a venda do terreno. Anos depois, já em 2011, as duas crianças, uma de cada família, agora são homens e estão voltando para o Brasil. Quando Roberto (Silvio Guindane) chega a casa da sua mãe, tem que encarar os problemas com a dívida na escola da filha e a dívida com a prefeitura por conta da IPTU não pago do terreno. Já Mitsuo (Ricardo Oshiro) encontra um pai debilitado pelo AVC e uma grande dívida adquirida pela peixaria da família.

O terreno mágico, que realiza o desejo das pessoas, se torna o ponto de encontro desses dois rapazes que estão tentando se reerguer depois de seus fracassos fora do país. 
A cena inicial do filme é belíssima, tem uma fotografia muito boa, os cortes entre as cenas de planos amplos fora da carro com as cenas de planos médios dentro do carro dão o tom certo de suspense pelo que vai acontecer. E todas as expectativas do filme são elevadas. Mas com o passar da história, a trama vai se desenvolvendo em um outro ritmo. 
Eu achei que a questão desse realismo fantástico do terreno um pouco confusa. No filme é falado que o terreno realiza os desejos feitos dentro dele, mas não deixa claro se existe um limite. Afinal, se o terreno é mágico, era só cada personagem entrar nele, fazer o grande pedido, que resolveria todos os seus problemas, e estaria tudo resolvido. Achei que faltou uma delineação maior do papel mágico do terreno na trama. 

As estruturas das famílias estão muito bem desenhadas e, particularmente, gostei muito das cenas da família de Mitsuo. O personagem Orestes (Carlos Meceni), o corretor que ajuda Roberto nas questões de venda do terreno, é um grande personagem, bem construído que enriquece muito a trama. Na verdade, Orestes é o personagem que salva a trama. Isso porque todo o filme se desenrola num ritmo muito lento, os conflitos, apesar de bem definidos, não têm fôlego para movimentar a trama. É tudo muito linear. Mas apesar da falta de ritmo, os arcos de transformação dos personagens são visíveis e o final é bem satisfatório e condizente.
Maré Nostrum é um filme com bons atores, bons personagens, mas peca no ritmo da trama e acaba se tornando um filme um pouco cansativo. Mas mesmo assim, conta uma boa história. 


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Confira a crítica de Reinaldo Barros.


Poderia um terreno mágico dar tamanha dor de cabeça a ponto de você querer se livrar dele? Se essa pergunta fosse feita para Roberto (Silvio Guindane) e Orestes (Carlos Meceni) a resposta seria enfaticamente afirmativa. Roberto é um jornalista esportivo, que retorna de sua tentativa frustrada de alçar voos mais promissores no velho continente. Ao chegar por aqui se depara com um presente de grego deixado por seu falecido pai, a quem ele se refere apenas como João (Ailton Graça). Paralelamente Mitsuo (Ricardo Oshiro), outro fracassado, retorna ao seu lar após perder tudo no desastre de Fukushima de 2011. Aquele com terremoto, tsunami e acidente nuclear.

A vida de ambos se resume a fracassos em suas principais tentativas de sucesso, a reprovação de seus cônjuges e ônus familiares. A princípio imagina-se um drama denso, com personagens complexos devido a relações familiares e frustrações pessoais, no entanto não é isso que vemos durante o filme. Os diálogos são rasos, reflexos de um texto “pueril”. Tudo nos é apresentado pela fala de cada um, até mesmo aquilo que não precisava ser dito. Outra fraqueza do filme é o roteiro, responsável em parte por ofuscar o talento do elenco principal. As participações especiais de Ailton Graça e Vera Mancini não foram afetadas por isso.
Eu já ia esquecendo do tal terreno mágico, isso é para vocês verem a importância que ele tem. Essa negligência com o terreno que realiza pedidos não é exclusividade minha, no filme ele é menosprezado mesmo depois de se mostrar eficiente ao sanar problemas e atender desejos antigos e bem pessoais. Apesar de um filme com ausência de predicados, se você gosta de finais felizes e com mensagens positivas, quem sabe . . .


Veja o trailer oficial do filme:


3 comentários:

  1. Eita!rs
    Não tinha ouvido e nem lido nada a respeito deste filme e não sei ao certo o que pensar.
    Terreno mágico, roteiro arrastado e ainda de quebra, nacional?
    Sei não!
    Beijo

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  2. Esse terreno mágico não me conquistou, não. Achei uma ideia bem doida e o filme não parece nada bom.

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  3. Gosto muito da temática "Drama familiar", mais um que vai pra lista...
    Vamos ver se consigo ver, nem todos os lançamentos vem aqui...

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