quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Menina que via Filmes: Assunto de Família [Crítica]

Título Original: Manbiki kazoku Título no Brasil: Assunto de Família Data de lançamento 10 de janeiro de 2019 (2h 01min) Direção: Hirokazu Kore-eda Elenco: Lily Franky, Sakura Andô, Kiki Kirin mais Gênero Drama Nacionalidade Japão
#16















por Cecilia Mouta

Assunto de Família é o filme Japonês representante do país no Oscar 2019. Com direção de Hirokazu Koreeda, conhecido por filmes de temática familiar, logo na primeira cena percebemos que essa não é uma família tradicional: um adulto, Osamu (Lily Frankly), e uma criança, Shota (Jyo Kairi), organizados, roubando coisas do supermercado. Na volta pra casa, avistam uma menininha sozinha dentro de uma casa e decidem levá-la também. Os episódios de roubo continuam e a pequena Yuri começa a fazer parte daquela realidade, cada vez mais entrosada.
Na casa em que vivem, pequena e bagunçada, conhecemos a avó Hatsue (Kirin Kiki), a neta Aki (Mayu Matsuoka) e a “mãe” Nobuyo (Sakura Ando). À medida que acompanhamos essa família na sua rotina, conseguindo se entender nesse jeito disfuncional, vamos percebendo que ali há muitos segredos por debaixo dos panos, e um desses segredos nos surpreende no final.
O filme tem um ritmo todo particular. Durante muito tempo acompanhamos a família em sua rotina, o que nos possibilita conhecermos melhor cada personagem: a avó, as netas, os filhos, o agregado. E de forma muito sutil, Koreeda vai introduzindo nos hábitos, já estranhos dos personagens, mais estranhezas. E são essas estranhezas que despertam a curiosidade do espectador. Às vezes num diálogo, num gesto, numa imagem. A naturalidade como todos lidam com essas questões, choca ainda mais. Assunto de Família é um filme que choca pela sutileza, pela banalidade com que os personagens lidam com a vida e com seus crimes. Com um roteiro minimalista, sem grandes atos ou cenas de forte teor dramático, a história nos envolve e, algumas vezes, nos cansa. Pois é, o filme é longo para a história que conta. Mas traz um importante questionamento, mesmo que com uma abordagem mais “radical” e errática, sobre o que é ser família. Em como os laços sanguíneos não são requisitos para o amor e o companheirismo entre pessoas. O filme mostra que família é mais um sentimento, que podemos ter com outras pessoas. E como estranhos podem se tornar pessoas mais acolhedoras do que os próprios familiares de sangue. Para um país conhecido por fortes tradições, abordar um assunto que tira a importância dos laços sanguíneos eu achei bem ousado. Talvez não seja um filme à altura do Oscar, uma premiação que coloca em cima dos longas metragens muita expectativa, mas com certeza é um bom filme para quem gosta de dramas familiares.




Confira a crítica de Raffa Fustagno em vídeo:


4 comentários:

  1. Fiquei bem curiosa para assistir, ainda mais por ser um produção oriental, não costumo assistir muitos filmes, mas no mundo dos animes eu dou uma boa passeada kkkk

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  2. Cecília!
    O que achei mais interessante é ver uma família japonesa ser tão diferente, porque lá é tudo tão certinho, não é?
    Gostei da temática de família não ser apenas os laços consanguíneos.
    cheirnhos
    Rudy

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  3. Sou fascinada por filmes de outras culturas e fico até meio impressionada com os filmes indianos e japoneses. São de uma qualidade impressionante e ironicamente, ignorados por aqui né?rs
    Estou de olho neste super lançamento, até por ele ser o grande ganhador do Palma de Ouro.E como amo um bom drama familiar, já me identifiquei com a história.
    Realmente não estamos acostumados a ver pobreza no Japão, é bem o contrário. Mas elos familiares vão muito além disso, até na parte dos pequenos delitos.
    Com toda a certeza do mundo, verei!!!
    Beijo

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