segunda-feira, 11 de março de 2019

Menina que via Filmes: Suprema [Crítica]

Título Original: On The Basis of Sex
Título no Brasil: Suprema
Data de lançamento 14 de março de 2019 (2h 01min)
Direção: Mimi Leder
Elenco: Felicity Jones, Armie Hammer, Justin Theroux mais
Gêneros Drama, Biografia
Nacionalidade EUA














por Cecilia Mouta

Um vestido no meio de um mar de ternos. Essa é a primeira cena que vemos de Suprema e resume bem como será a narrativa. Com isso, Mimi Leder, a diretora, nos mostra também outro detalhe: a representatividade começa com uma pessoa. Foi preciso que uma mulher quebrasse a enorme muralha de homens que comandavam o sistema judicial dos Estados Unidos para que tudo começasse a mudar. 

Baseado numa história real, o longa mostra a vida de Ruth Ginsburg (Felicity Jones), uma mulher que, apesar de esposa e mãe, não era uma mulher comum, não para os anos 50. Estudante de direito de Harvard, já nos primeiros minutos de filme nos deparamos com uma sociedade completamente patriarcal e machista. Situações como mansplaining,  manterrupting, vocabulários tão usados hoje pelo movimento feminista, são comuns em praticamente todas as cenas. E depois do diploma não é diferente. Um contraste interessante que o filme evidencia bastante é a diferença entre a trajetória de Ruth e seu marido Marty (Armie Hammer). Enquanto Ruth precisa, em cada situação, tentar provar o seu valor e precisa suar a camisa para conquistar qualquer coisa profissionalmente, a carreira de Marty decola, cheia de casos de sucesso e reconhecimento. 

Sem conseguir emprego como advogada, pois nenhum escritório queria dar emprego para uma mulher, Ruth se vê obrigada a virar professora universitária. Mas quando cai em suas mãos um caso em que um homem foi prejudicado pelo sistema patriarcal, Ruth vê a oportunidade que precisava para tentar mudar o sistema e conseguir a igualdade de gênero.
É incrível como a história consegue mostrar o quanto era naturalizado, naquela época, as distinções entre o papel do homem e da mulher. Nos diálogos dos homens da época, os que concordavam com o sistema, era comum ouvir expressões como “ordem natural das coisas” ao se referirem ao papel da mulher no lar. 
Já núcleo da família Ginsburg mostra uma família a frente do seu tempo. Marty é um marido compreensivo e que apoia e incentiva Ruth a correr atrás dos seus sonhos. E Jane (Cailee Spaeny), a filha mais velha, parece uma adolescente dos dias atuais: uma jovem consciente dos problemas da sociedade e que luta ferozmente por seus direitos como mulher. 
Suprema é uma das muitas histórias da luta feminina. Mas não pense, em nenhum momento, que isso torna o filme menos importante, ao contrário. Assim como Ruth disse em seu discurso na Suprema Corte Americana, é preciso muitos anos e muitas mulheres para que seus os direitos sejam devidamente reconhecidos. O direito da mulher não é uma conquista, é um reconhecimento. E Ruth foi uma dessas mulheres que ajudou a construir um futuro melhor para o sexo feminino. Suprema é um filme inspirador de luta e superação. 

*Cabine à convite da distribuidora
*Nossos colunistas são voluntários, os textos são de autoria deles.

6 comentários:

  1. Pela crítica acima, o filme parece muito bom! Gosto muito de histórias de luta e superação. ❤

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  2. Puxa, primeira crítica que leio sobre este filme por tudo que está acima, é um senhor filme!!!
    Ando adorando isso da mulherada vir dominando tudo, seja na literatura, cinema e séries. E tomara que oh, continue só crescendo.
    Foi-se o tempo que mulheres se escondiam.
    Mulheres como Ruth, construíram nosso presente e isso é fabuloso.
    Verei!
    Beijo

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  3. Nossa, o filme foi direto para minha lista, que história <3

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  4. Que história! O triste é que ainda é muito atual e o caminho continua longo, infelizmente. Quero muito assistir.

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  5. Cecília!
    Gosto demais de filmes baseados em fatos reais, ainda mai quando mostra a bravura de uma mulher em querer 'derrubar' as barreiras machista, em uma época onde as mulheres ainda eram consideradas meras figuras decorativas.
    Quero assistir.
    cheirinhos
    Rudy

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  6. O filme parece interessante, mas eu não gosta dessa atriz. Acho que vou deixar passar, se algum dia estiver passando na TV, talvez eu veja.
    Beijos 😊

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