terça-feira, 30 de abril de 2019

Menina que via Filmes: Entardecer [Crítica]




Título Original: Sunset
Título no Brasil: Entardecer
Data de lançamento 2 de maio de 2019 (2h 21min)
Direção: László Nemes
Elenco: Juli Jakab, Vlad Ivanov, Evelin Dobos mais
Gênero Drama
Nacionalidades Hungria, França
por Jéssica de Aguiar

Durante o início do século XX em Budapeste, Irisz (Juli Jakab) volta a sua cidade natal em busca de evidências sobre sua história familiar, após sair do orfanato em que viveu praticamente toda sua vida. O primeiro passo dado por Irisz é em direção à famosa loja de chapéus que leva o sobrenome de sua família, mas seu objetivo de se aproximar do estabelecimento e morada de seus antepassados esbarra em uma barreira criada pela mancha que seu irmão deixara no nome de sua família. 

A protagonista se mostra em uma constante busca, ora por seu passado, outra por respostas que se delongam a serem respondidas. O suspense causado por essa busca constante consegue, em parte, prender a atenção do espectador, mas, com o passar do tempo, se torna exaustivo e a trama, que tem um plano de fundo instigante, acaba por se tornar uma espécie de quebra-cabeças com peças demais. 
O filme se desenrola ao longo de mais de duas horas, com cadência lenta e longas cenas em silêncio, mas não se trata de um silêncio pontual, com o objetivo de mostrar ausência ou causar desconforto. Os longos momentos entre falas em Entardecer são facilmente dispensáveis, e se retirados talvez pudessem trazer uma cadência mais agradável à obra.

O diretor, László Nemes, ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “Filhos de Saul”, traz aspectos políticos e históricos ao enredo, mas se dedica a destacar a perspectiva da protagonista, o que pode ser percebido com clareza em no posicionamento das câmeras, que em algumas cenas se colocam atrás de Irisz, em outras mostram o ângulo de visão da personagem. Tal artifício tem o objetivo de facilitar para o espectador a idéia de se colocar no lugar da protagonista e ver o mundo por seus olhos.
Juli Jakab vive a trajetória de Irisz conseguindo transmitir com sucesso a sensação de solidão e constante busca da personagem, entretanto, peca pela ausência de emoções expressas em cenas mais densas. Apesar de se encaixar adequadamente como alguém que investiga seu passado em busca de uma vida diferente da solidão, Juli não transmite o texto não verbal, a linguagem corporal necessária para cenas em que os fantasmas se descortinam diante de seus olhos. 
O drama histórico possui figurino e cenários impecáveis, que contribuem para a ambientação dos personagens, assim como fotografia agradável,o que em geral é um ponto a mais para amantes de filmes de época. O público que busca obras do gênero encontra em “Entardecer” um drama fora da curva, com cadência lenta inicialmente, mas que, a partir de seu ápice consegue prender sua audiência e apresenta cenas densas, que beiram a angustia e trazem uma atmosfera sombria para a trama. 


*Cabine de imprensa à convite da distribuidora
*Nossos colunistas são voluntários, os textos assinados por eles são originais de suas autorias.

4 comentários:

  1. Puxa, eu não tinha lido ou ouvido nada a respeito deste filme, mas como amo este cenário, já fiquei encantada com tudo que li acima e com certeza, verei!!!
    Parece realmente que o figurino ficou impecável e estas viagens no tempo me deixam tão feliz!!!!
    Beijo

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  2. Achei que ate pode ser interessante, mas longas cenas em silensil me desanimam...

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  3. Jéssica!
    Só pelo figurino e pelo contexto histórico, já vale assistir e ainda tem essas lacunas nos diálogos que me deixou curiosa, porque se não tornou o filme entediante, é porque deve ser bem expressivo.
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Olá!
    Um filme muito interessante. Gosto quando você traz filmes que muitos não conhece e isso é maravilhoso..Fiquei um tanto curiosa por esse filme, porém não sou muito fã de filme lento, as vezes me deixa sem paciência.

    Meu blog:
    Tempos Literários

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