quarta-feira, 26 de junho de 2019

Menina que via Filmes: Divino Amor [Crítica]


Título Original: Divino Amor
Data de lançamento 27 de junho de 2019 (1h 41min)
Direção: Gabriel Mascaro
Elenco: Dira Paes, Júlio Machado, Teca Pereira 
Gênero Drama
Nacionalidades Brasil, Uruguai, Dinamarca, Noruega, Chile, Suécia, França
por Cecilia Mouta

Divino Amor situa sua história num período não muito distante, 2027. Nesse futuro, o Brasil é um país evangélico, a maior festa do ano deixa de ser o carnaval e se torna a Festa do amor supremo, uma festa gospel. A tecnologia é quase toda a mesma, com uma diferença: na entrada de qualquer lugar público tem um scanner que detecta se a pessoa é casada, solteira ou divorciada e detecta também se a pessoa tem filhos ou está grávida. Nesse mundo vive Joana, uma funcionária do cartório que traz para a sua função não só a burocracia do setor de divórcios, em que trabalha, mas também a missão de tentar reunir os casais que tentam se divorciar. Mas Joana também vive as suas batalhas em casa, na tentativa de engravidar e vencer os problemas de infertilidade do marido. 

A história traz um alto senso crítico das normatizações dessa nova sociedade. Vemos coisas absurdas na história que chocam por não serem tão absurdas assim. 

Uma das melhores cenas do filme é a do Drive Thru da Oração, onde fica um pastor para receber os fiéis. Existe o Centro de Atendimento ao Cristão. Quanto ao teor crítico do filme, não há o que reclamar. Mas quanto a sua forma, sim.
A história demora para acontecer, tornando-a um pouco cansativa. E quando o conflito finalmente aparece, com mais de uma hora de filme, não é bem aproveitado. Esse é um ponto que não gostei da direção de Mascaro. Não achei que as cenas dramáticas foram devidamente exploradas, as posições de câmeras geraram um distanciamento do teor dramático e o que poderia ter gerado uma catarse passa como uma brisa aos olhos do espectador. E por essa falta de ritmo, por câmeras sempre distantes e apáticas, a história se torna monótona. 
Se não fosse pelo entretenimento do absurdo, a história seria cansativa demais. Mas parece que o cinema brasileiro arrumou caminhos para crescer além da comédia, fazendo o que o brasileiro faz de melhor: o deboche. Piadas a parte, Divino Amor traz uma importante crítica sobre o papel social da fé e dos cristãos. E mesmo pesando um pouco a mão em alguns momentos, é uma reflexão importante para o atual momento do país. 

Cabine de imprensa à convite da distribuidora
*Nossos colunistas são voluntários, os textos assinados por eles são originais de suas autorias.

5 comentários:

  1. Comecei a ler a crítica e já pensei se estava mostrando o futuro do país real, que medo de chegarmos nesse ponto do jeito que o país esta se encaminhando com esse governo...

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  2. Vixi..
    Eu admito que não conhecia nadinha sobre este filme e dei aquela torcida de nariz quando comecei a ler a crítica.
    Sei lá..meio bizarro!
    Aí ao terminar de ler, entendi que talvez tenha sido essa a intenção da direção, mostrar o bizarro, dando um puxão de orelhas bem forte numa sociedade que ultimamente quer pesar a religião e o julgamento a céu aberto assim.
    Não vejo um futuro desta forma, mas.....
    Verei!
    Beijo

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  3. Olá! Não me interessei pela premissa do filme. Esse filme não faz o estilo de filme que gosto de assistir.
    Beijos! ♡

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  4. Oiii ❤ Não achei legal a premissa do filme, não duvido que possa ser um bom entretenimento para outras pessoas, mas para mim não seria.
    Não gostei do fato de que o filme deboche de uma religião, não achei isso certo. Religião é algo que cada um tem a sua e isso deve ser respeitado. Não gosto de filmes que debocham de uma coisa que é tão pessoal de cada um.

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  5. Não conhecia o filme, mas achei interessante e vou procurar para assistir. Devemos pensar em nosso futuro e no que esperar dele.

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