sábado, 28 de setembro de 2019

Menina que via Filmes: Onde quer que você esteja [Crítica]



Título Original: Onde quer que você esteja
País: Brasil
Ano: 2018
Direção e Roteiro : Bel Bechara e Sandro Serpa
Elenco: Leonardo Medeiros, Sabrina Greve, Débora Duboc, Dagoberto Feliz
Duração: 1h 41min
Gênero: Drama
Paulo Maurício Costa


Uma rádio paulistana reserva semanalmente um horário para contribuir com as buscas por pessoas desaparecidas. Para seu estúdio, convergem seres humanos desesperados por notícias de seus entes queridos, entre os quais um pai cujo filho de 7 anos foi sequestrado, dois homens à procura de suas esposas, mulheres em busca de maridos que saíram de casa sem aviso. A emissora, assim, transforma-se num microcosmo da solidão na metrópole impessoal, para a qual convergem pessoas de diferentes matizes que, uma vez ali reunidas, acabam estabelecendo novos laços entre si.

Não deixa de ser curioso que, em “Onde quer que você esteja”, os diretores e roteiristas estreantes Bel Bechara e Sandro Serpa praticamente ignorem os meios digitais e as redes sociais como instrumento viabilizador da procura por quem se evadiu do convívio com seus pares. Sequer a televisão é mencionada. A mediação é feita pelo velho rádio, tanto no estúdio como nos lares.

Faria muito bem ao filme reduzir o número de personagens e, consequentemente, os dramas envolvidos. Em pouco mais de uma hora e meia, o longa se esforça para dar conta de muitas histórias paralelas. Dessa forma, algumas encontram seu desfecho, ao passo que outras permanecem com o final aberto. Os diretores investem no retrato de situações diametralmente opostas: de um lado, o drama pesado da família cuja criança deve ter sido assassinada; de outro, o contraponto de comédia representado por Zélia (Sabrina Greve), uma atrapalhada funcionária de supermercado que tenta reencontrar sua antiga babá.
Bons atores, especialmente Sabrina, Leonardo Medeiros (Valdir) e Débora Duboc (Lucia) fazem o que podem com um roteiro que parece ter sido escrito por um jovem de 16 anos – os diálogos, sem qualquer inspiração, não refletem a dimensão dos conflitos dos personagens. A temática, claro, é atual e pode alcançar identificação com a plateia dos grandes e desolados centros urbanos país afora. Essa conexão, porém, pode acabar enfraquecida pela opção por uma direção burocrática e sem boas soluções visuais.

4 comentários:

  1. Já estava me perguntando onde eu estava que não conhecia este filme. Mas sei lá, pelo que li acima, perdi muita coisa não.. rs
    Passo a vez!!!!
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. O tema é muito interessante mas, como você disse, deveria ter sido focado em poucos eventos. Não assisti e, como o negócio ficou meio surreal, não querendo usar a tecnologia a favor, insistindo em um meio só e colocando tantas estórias em paralelo, também não me deu vontade de assistir.

    ResponderExcluir
  3. Maurício!
    O que preciso saber primeiro é: em que época se passa o filme? Porque afinal, se tudo é no rádio, vai que de repente é em décadas atrás onde as redes sociais ainda não se faziam presente... Bem, vou falar muito não porque ainda hoje escuto aa Voz do Brasil pelo rádio...kkkk
    Mas não sei se o filme é boa pedida não.
    cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir
  4. O tema do filme até desperta o interesse, mas pelo jeito muito mal abordado!! Se querem usar o rádio, situe a história em uma época onde o rádio era o principal meio de comunicação e reduza o número de histórias para poder tratar de todas...

    ResponderExcluir

Sua opinião é muito importante para mim! Me diga o que achou dessa postagem e se quiser que eu visite seu blog, informe o abaixo de sua assinatura ;)