terça-feira, 5 de novembro de 2019

Menina que via Filmes: Link Perdido [Crítica]


Título Original: Missing Link
Título no Brasil: link Perdido
Gênero: Animação
Roteiro e Direção: Chris Butler
Produção: Estúdio Laika
Distribuição: DISNEY / BUENA VISTA
Elenco: Emma Thompson, Hugh Jackman, Stephen Fry, Timothy Olyphant, Zach Galifianakis, Zoe Saldana.
Data de lançamento nos Estados Unidos: 12 de abril de 2019
Lançamento no Brasil: 7 de novembro de 2019
por Larissa Rumiantzeff

Filme dos estúdios Laika se esforça, mas perde o rumo. 

Da mesma produtora de “Kubo e as cordas mágicas”, “Paranorman” e “Coraline”, este filme em stop-motion, escrito e dirigido por Chris Butler, conta a história de um investigador de criaturas mágicas e do seu encontro com um Pé Grande. 
O sonho de Sir Lionel Frost é fazer parte de um clube de cavalheiros aventureiros. Para isso, ele precisa de provas de um encontro com uma figura mitológica, algo que tenta a todo custo conseguir, em vão. Depois que a sua última aventura lhe causa prejuízos e o abandono de seu funcionário, ele vê, em sua correspondência, uma carta que o leva ao habitat de um Sasquatch, outro nome para o conhecido Pé Grande. Frost então faz um acordo com o chefe do clube, Lord Piggot-Dunceby: se ele conseguir provas da existência do Sasquatch, sua filiação será aceita. 

 Acontece que o tal Sasquatch, apelidado por Frost de Link (de Missing Link, Elo perdido, em português), foi quem escreveu a carta. Para a surpresa de Lionel, o tal elo perdido sabe ler e escrever, além de falar a nossa língua. Sentindo-se solitário, por ser aparentemente o único de sua espécie, Link pede a ajuda de Frost para encontrar seus parentes distantes, os Iéti. Frost concorda em ajudá-lo, de olho na recompensa. Mas nada disso acontecerá sem o mapa de um antigo colega, nas mãos de Adelina, um amor antigo de Frost e viúva desse amigo. Para piorar, o chefe do clube, Lord Piggot-Dunceby fará tudo para impedir que o trio atinja seu objetivo, inclusive colocar um assassino de aluguel em seu encalço. 
Sendo assim, Lionel, Link e Adelina partem na aventura de suas vidas que mudará completamente suas prioridades e o que pensavam ser seu maior sonho, em primeiro lugar. 
Link perdido começa fofinho. Visualmente, é um banquete. Por ser um filme dublado, não assistimos com as vozes “originais” de Hugh Jackman, Zoe Saldana e Zach Galifianakis, mas isso não chega a prejudicar a experiência. Mesmo assim, não tenho como opinar nesse quesito. 
Contudo, à medida que a trama se desenrola, a falta de um roteiro mais elaborado fica clara. A sensação que dá é que focaram demais nos detalhes visuais, nos movimentos, nas cenas de ação e na escolha dos atores, e se esqueceram de coisas como desenvolvimento de personagens, fluxo de enredo, ou mesmo uma moral da história que ficasse clara sem que o protagonista precisasse falar com todas as letras.
Eu já havia comentado que essa nova leva de filmes traz várias pautas interessantes e importantes. Existem questões como representatividade, aceitação, respeito. Isto é válido e está presente em Link, o que torna o filme legal para um público mais novinho. O que não fica legal é quando o roteirista cria uma espécie de checklist e vai criando a história para cumprir cada um dos itens da lista, sem se preocupar com a naturalidade. Quando isso acontece só para cumprir uma missão, o que o público vê nas telas não passa de um dever de casa. Tecnicamente ótimo, mas sem emoção. Eu não ri, não chorei, muito menos me arrepiei. 
É importante frisar que não é preciso muito para me causar emoções em filmes. Eu sou a pessoa que chora copiosamente em Irmão Urso e me recuso a assistir “DivertidaMente” em público. Vexame total. Mas hoje eu só senti um certo tédio. 
O humor também sofreu, a começar pelo título, que exige muita explicação para ser justificado. As tentativas de colocar piadas nas falas soaram forçadas, como se o Pé Grande fosse também o tio do pavê. As piadas eram repetidas, retirando completamente o pouco efeito que teriam de outra forma. Porém, não acredito que isso tenha acontecido pela dublagem. Alguns trocadilhos foram bem traduzidos, inclusive. 
“Link Perdido” é adequado para famílias. Porém, com tudo o que relatei acima, a faixa etária da audiência é reduzida. Talvez o filme agrade a um público bem mais jovem, a partir de 6 ou 7 anos, devido às piadas mais óbvias e literais. E talvez os pais não se envolvam tanto quanto os filhos. Mas isso não é o fim do mundo. No mínimo eles terão efeitos visuais muito bem feitos para se contentarem. 

3 comentários:

  1. Então, uma direção tão linda e acertada, trazendo um filme que parece não ser tudo isso.
    Apesar de amar animações e ter adorado Kubo e Coraline(que revi semana passada), parece que neste enredo há algumas falhas bem nítidas, até por não trazer uma idade "certa" para que se entenda as piadas ou as deteste totalmente.
    Mas, como amo o gênero, assim que chegar aqui no fim do mundo, quero ver sim!!!
    Beijo

    Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  2. Larissa!
    sou bem fã de animações gráficas, mas diante de todas suas observações sobre o filme e de como perdeu o fio da meada, fiquei bem na dúvida se assistirei ou não.
    E gosto mais de filme com a dublagem original, não sei...
    cheirinhos
    Rudy

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  3. Achei o visual bem bonito e no começa dá resenha estava achando que seria uma história interessante, mas que pena que se perderam e não conseguiram desenvolver bem...

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