Lilo & Stitch [Crítica]

 

Título Original: Lilo & Stitch

Ano: 2025 

País: Estados Unidos

Direção: Dean Fleischer Camp

Roteiro: Chris K.T. Bright, Mike Van Waes

Elenco: Chris Sanders, Maia Kealoha, Sydney Elizabeth Agudong

Nota: 5 /5

Por Amanda Gomes 

Que o Stitch sempre foi querido pelas crianças, isso é um fato. Mas, se você convive com elas diariamente — ou tem ao menos algum contato — já deve ter percebido que, de uns tempos pra cá, essa fixação pelo personagem cresceu de forma absurda. Confesso que esse fenômeno, aliado às imagens promocionais e ao trailer me fizeram não criar grandes expectativas para o live-action. Fui ao cinema com o coração aberto, mas sem grandes esperanças… e saí de lá completamente encantada — e, sim, banhada em lágrimas.

"Lilo & Stitch", o live-action da amada animação de 2002, resgata a história da improvável amizade entre uma menina havaiana e um alienígena fugitivo que parece um cachorro. Stitch, o experimento 626, é adotado por Lilo, uma garotinha criativa, rebelde e cheia de personalidade. Juntos, os dois descobrem o verdadeiro significado da palavra ohana — família. A energia caótica e impulsiva do pequeno alien se encaixa perfeitamente na intensidade e no jeito autêntico de Lilo, ainda mais enquanto são perseguidos por agentes da Federação Galáctica e acompanhados de perto por uma assistente social preocupada com a situação da menina, que vive com sua irmã mais velha, Nani, desde a morte dos pais.

Mesmo já conhecendo essa história, vê-la recontada nesta nova roupagem me trouxe uma mistura linda de nostalgia com o encantamento de redescobrir camadas que, talvez, eu não tivesse percebido antes.

O CGI era um ponto que me deixava insegura desde as primeiras imagens promocionais. Cheguei a questionar se realmente precisávamos de um live-action, especialmente por medo de ver uma história que guardo com tanto carinho sendo mal adaptada. Mas, para minha surpresa, o resultado foi extremamente positivo. O trabalho visual é de encher os olhos — ver os personagens e cenários ganhando vida de maneira tão fiel e sensível foi emocionante.

Além dos efeitos especiais, figurinos e maquiagem, outro grande acerto do filme está no elenco. A atriz mirim Maia, que interpreta Lilo, me conquistou desde a primeira cena. Ela dá vida à personagem com uma autenticidade impressionante, fazendo com que a gente se sinta realmente dentro daquela história. O mesmo vale para a atriz que interpreta a Nani — ambas entregam atuações emocionantes e muito verdadeiras.

Faz bastante tempo que não assisto à animação original, mas algo que me chamou muito a atenção nesse novo roteiro foi a presença mais marcante da Nani. Senti que, aqui, deram mais espaço e profundidade para ela, o que me fez enxergar com mais clareza o quanto essa jovem, ainda adolescente, está tentando cuidar da irmã mais nova da melhor forma possível. Isso, para mim, foi um dos pontos mais tocantes do filme — e que talvez não fosse tão evidente na animação.

A fotografia do filme é belíssima, com paisagens de tirar o fôlego, e a trilha sonora mantém o charme da original. Ver Lilo e Stitch se aventurando ao som de “Burning Love”, do Elvis, foi um presente para os fãs.

Mas, sem dúvida, o que mais me emocionou foi a forma como o roteiro tratou a amizade entre Lilo e Stitch, e, principalmente, como retratou os sacrifícios familiares feitos por Nani. É um filme que fala sobre amor, perdas, pertencimento e sobre como, mesmo nas situações mais caóticas, a gente encontra um lar — às vezes, nos lugares mais inesperados.

Os momentos finais me levaram às lágrimas por tocarem em pontos muito sensíveis. “Lilo & Stitch” é definitivamente um filme para todas as idades, que emociona e encanta tanto quem cresceu com essa história quanto quem está conhecendo esse universo agora.

Saí da sala de cinema querendo assistir tudo de novo, comprar passagens para dançar hula no Havaí… e, claro, gastar todo o meu dinheiro em produtos do Stitch.

Confira em vídeo